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O reitor Clélio Campolina Diniz participou na noite de ontem, dia 13, do programa Pensar a Educação, Pensar o Brasil, transmitido pela UFMG Educativa (104,5 FM). Nos quase 60 minutos de entrevista, o reitor fez um balanço do seu primeiro ano de gestão e expôs suas expectativas para o restante do mandato. Entre os temas tratados por Campolina estão o incremento do ensino fundamental e médio, a internacionalização da Universidade e a relação da instituição com a cidade. De acordo com o reitor, uma grande preocupação de sua gestão é a melhoria do ensino básico e técnico. Para ele, se estivesse dedicada exclusivamente ao ensino superior e à pós-graduação, a Universidade negligenciaria sua própria missão. “Estamos convencidos de que não adianta ter só sistema de ensino superior com boa graduação e pós-graduação porque seria como construir uma casa a partir do segundo andar”, compara. Com o intuito de promover o desenvolvimento do ensino fundamental e técnico, a UFMG, segundo o reitor, tem dispensado atenção especial ao Centro Pedagógico e ao Colégio Técnico (Coltec). "É nosso objetivo formar bons professores, gerar conhecimento novo para o sistema educacional e melhorar a consciência política do papel da educação para o desenvolvimento da sociedade”, explica. Outro ponto discutido por Clélio Campolina foi o papel desempenhado pela Universidade no processo de internacionalização. Para o reitor, é importante que as instituições de ensino superior se posicionem por meio de parcerias para pesquisas e para criação de novas tecnologias. Como ele aponta, essas ações já são realizadas pela UFMG há bastante tempo. Professores e alunos têm acesso principalmente às regiões de maior desenvolvimento, alinhamento que ele chama de “internacionalização clássica”. Campolina pretende que sua gestão aprofunde uma nova faceta de internacionalização, focada em países da África e da América Latina. “Temos que pensar novas etapas da internacionalização. Manter, de um lado, a nossa vinculação com as regiões mais desenvolvidas e, de outro lado, uma internacionalização solidária com Áfria e América Latina, em especial a América do Sul", defendeu. No que diz respeito ao relacionamento da Universidade com a cidade, o reitor disse que inúmeros projetos estão sendo desenvolvidos para aproximar a comunidade, os pesquisadores e seus trabalhos. “O que estamos fazendo, além de promover políticas de inclusão social que ampliem o acesso à instituição, é uma política de extensão capaz de incluir novas atividades principalmente de natureza esportiva e cultural”, expõe. Balanço A pesquisa e extensão são outras áreas da UFMG que tiveram avanço considerável, na avaliação do reitor Campolina. A primeira tem se destacado pela criação de tecnologias novas, novas patentes e pela geração de interfaces com o sistema empresarial. Já a extensão, diz o reitor, evoluiu tanto no que chama de extensão convencional, ligada à assistência social e que envolve número significativo de alunos, quanto em um novo modelo de extensão ancorado em atividades voltadas para a cultura. Enem O reitor voltou a manifestar sua confiança no exame. “Ele é fundamental para melhoria do ensino fundamental e médio. Não existe nenhum país desenvolvido que não tenha um sistema unificado de avaliação”, diz ele, ao lembrar que o vestibular convencional é uma instituição superada nos países desenvolvidos. "Temos que desenvolver um processo seletivo capaz de recompensar o aluno que apresente bom desempenho no ensino básico sem depender de sorte na prova de vestibular”.
O reitor Clélio Campolina destaca que esse primeiro ano de gestão teve saldo positivo nas diversas áreas às quais a Universidade se dedica. Em relação ao ensino, uma das conquistas mais significativas foi a ampliação do número de cursos de pós-graduação com excelência reconhecida pela avaliação feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Passamos de 14 programas considerados de padrão de excelência internacional para 25. Foi a universidade que mais expandiu os chamados cursos de excelência em pós-graduação", afirma.
Sobre os problemas envolvendo a organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Clélio Campolina salientou que o cronograma do processo seletivo da UFMG não será alterado. O início da segunda etapa do Vestibular está confirmado para 23 de janeiro.