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Enquanto no Brasil menos de 10% dos cursos de mestrado e doutorado têm conceito 6 e 7 da Capes – considerado nível de excelência internacional –, na UFMG esse percentual chega a 36,76%. “Quando se observa o que existia há cerca de 8, 10 anos, percebe-se que há um crescimento dentro do sistema de pós-graduação do Brasil como um todo. Mas esse processo é ainda mais acentuado da UFMG”, avalia o pró-reitor de pós-graduação da Universidade, Ricardo Santiago Gomes. Relatório divulgado recentemente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) mostrou que subiu de 22 para 25 o número de programas de pós-graduação da UFMG que obtiveram nível de excelência internacional. Ao todo, a Universidade mantém 68 programas de mestrado e doutorado, dos quais 20 obtiveram nota 5 (“alto nível de desempenho”, segundo a Capes). “Se somarmos os cursos com notas 7, 6 e 5, temos que 66,17% deles, ou seja, dois terços dos nossos programas são considerados muito bons. Sendo que, desse grupo, boa parte tem padrão e visibilidade internacionais”, observa Ricardo Gomes. Para o pró-reitor, esses resultados mostram que, além de financiamento, os setores de pesquisa da Universidade dispõem de um fundo de recursos humanos que tem se apropriado das ferramentas disponíveis para desenvolver trabalhos de pesquisa, processos, produtos e patentes. “Há um movimento claro no sentido de melhoria da qualidade da pós-graduação da UFMG e acho que esse é o fator mais importante”, resume. Flexibilidade nos editais Apesar do bom resultado, o pró-reitor de pós-graduação aponta alguns desafios para os próximos anos. Ela afirma que o foco até 2013 será na avaliação dos cursos que obtiveram conceitos 3 e 4. “Temos que identificar as dificuldades de cada um desses programas para que possamos traçar estratégias bem individualizadas”, diz. O objetivo, de acordo com ele, é fazer com que esses cursos também atinjam o conceito de alto nível de desempenho ou o padrão de excelência internacional. Outra medida, completa Ricardo Gomes, será criar uma nova estratégia para os editais de seleção. “Precisamos pensar em editais que facilitem a participação de candidatos de outros estados e de outros países. Precisamos internacionalizar mais a nossa Universidade”, reflete. A ideia é construir modelos de editais mais flexíveis e eficientes, que permitam que pesquisadores de outras regiões também contribuam na construção e melhoria do sistema de pós-graduação da UFMG. “Quanto mais candidatos, maior será a qualidade dos alunos, maior será o envolvimento. Esse é um ponto importante para que a gente consiga manter a visibilidade, o padrão de excelência que já temos”, conclui.
Os resultados da avaliação da Capes são divulgados a cada três anos. Dos 68 programas da UFMG, 23 subiram de conceito em relação à última avaliação, realizada em 2007. No total, nove ficaram com nota 7; 16 receberam nota 6; 20, conceito 5; 18 ficaram com conceito 4; e cinco receberam conceito 3.