Chris Okamoto |
A substituição da primeira etapa do Vestibular UFMG pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a adoção da política de bônus levaram a UFMG a desenvolver uma fórmula matemática para selecionar os candidatos que irão para a segunda etapa do concurso, informa o professor André Luiz dos Santos Cabral, pró-reitor adjunto de Graduação. Ele acrescenta que as duas medidas estão associadas também aos princípios da razoabilidade e da finalidade pública, “para que se mantivesse o maior grau possível e estimado da dispersão histórica das notas dos candidatos na primeira etapa do Vestibular UFMG”. A fórmula, aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), órgão máximo de deliberação acadêmica da UFMG, foi desenvolvida pelo professor da Faculdade de Educação José Francisco Soares, coordenador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (Game), e pela mestranda em Estatística da UFMG Carolina Pena. Soares tem formação em estatística e é hoje um dos principais especialistas em avaliação educacional no Brasil. Segundo José Francisco Soares, a aplicação direta do bônus sobre a nota do Enem teria um impacto muito maior do que o desejado pelo Conselho Universitário da UFMG quando aprovou a medida. “Não seria correto fazer simplesmente uma conversão direta, por exemplo, por meio de uma regra de três. Enquanto a escala da primeira etapa do Vestibular varia de 0 a 64, a do Enem vai de 0 a 1000 pontos”, compara. O cálculo parte do resultado da média aritmética das notas das cinco provas do Enem. Esse valor então é aplicado na fórmula, que representa a conversão baseada no chamado Método Equipercentile, técnica padrão de medidas educacionais que garante que as notas convertidas do Enem tenham dispersão bastante próxima às da antiga primeira etapa do Vestibular UFMG. “A técnica garantirá que o aluno que ficou no percentil 75 do Enem, ou seja, à frente de 75% dos candidatos, manterá a mesma posição após a conversão de sua nota aos parâmetros aprovados pela UFMG”, exemplifica José Soares. Programa de bônus
O Programa de Bônus concede 10% de bônus para alunos egressos de escolas públicas que cursaram as quatro últimas séries do ensino fundamental e todo o ensino médio, com aprovação; e de 15% para candidatos na mesma situação, oriundos de escola pública, e que também se autodeclararem pardos ou pretos.