Nenhum país do mundo conseguiu romper a barreira do subdesenvolvimento sem contar com mão de obra qualificada, formada, em boa parte, na pós-graduação. Se depender do crescimento ostentado pela pós-graduação brasileira e da UFMG na última década, o país tem boas possibilidades de dar um passo decisivo para se consolidar como potência no cenário internacional. É o que indica balanço que consta do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação, divulgado pelo governo federal no final de 2010, e cuja tendência é corroborada na UFMG por dados fornecidos pela Pró-reitoria de Pós-graduação. Em âmbito nacional, o número de mestres e doutores passou de 26 mil para cerca de 53 mil entre 2000 e 2010, crescimento superior a 100%, segundo informações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Já na UFMG, no período de 2000 a 2009, o número de alunos que concluíram a pósgraduação aumentou 76%, pulando de 962, em 2000, para 1.694, em 2009. Em relação ao mestrado, a expansão do número de alunos e cursos foi de 21% e a de dissertações, 60%. No doutorado, o crescimento foi ainda mais acentuado: 76% no número de cursos, 116% de alunos e 132% de teses defendidas. Competição e recursos Segundo o professor, o crescimento mais acelerado do doutorado em relação ao mestrado é natural. “Em instituições consolidadas como a UFMG, a infraestrutura de pesquisa é melhor, o que favorece o desenvolvimento de teses, trabalhos acadêmicos mais elaborados”, analisa. A expectativa é que a pós-graduação mantenha a tendência de crescimento nos próximos anos, o que é sinalizado, por exemplo, pelo Plano Nacional de Pós-graduação formulado recentemente pela Capes. “Não podemos descuidar, porque o nosso índice de mestres e doutores está abaixo do dos Estados Unidos, Coreia do Sul e de outros países desenvolvidos”, lembra Santiago Gomez. (Boletim UFMG, edição 1.724)
Para o pró-reitor Ricardo Santiago Gomez, a expansão é explicada por vários fatores. “Temos hoje processos seletivos mais competitivos para contratação de professores e de seleção de alunos de pós-gradução, o que resulta em pessoal mais qualificado. Alem disso, nos últimos anos, houve mais investimentos em pesquisa e financiamento por parte de agências de fomento, como Capes, CNPq e Fapemig”, afirma.