Com 2,8 mil metros quadrados, o projeto do Centro Multidisciplinar para Microtecnologias, Nanotecnologias e Integração de Sistemas (CMinas) foi apresentado no final de janeiro a parceiros governamentais, pelo professor Flávio Plentz, do Departamento de Física da UFMG. O espaço vai se destinar ao desenvolvimento de tecnologias na área de energia e biotecnologia. A maior parte da planta abrigará Sala Limpa. A expectativa é que a instalação desse projeto seja capaz de atrair investimentos internacionais para a pesquisa e produção de dispositivos biofarmacêuticos, óticos e eletrônicos de escala diminuta, presentes, por exemplo, em computadores, equipamentos médicos e dos setores petroquímico e aeroespacial, hoje importados. A produção dessas tecnologias requer ambientes – as salas limpas – dotados de alto grau de controle de contaminação e de aparelhos especiais para processamento e caracterização de sistemas sensíveis. Apenas no quesito pureza, segundo informa a Intel, sobre a sua própria sala, elas chegam a ser até dez mil vezes mais limpas do que as salas de cirurgias. Para atingir esse nível, equipamentos bastante sofisticados controlam a entrada e circulação das partículas trocando o ar do ambiente a cada seis segundos. Além disso, monitoram a pressão, umidade e temperatura local. Tal rigor se justifica: uma simples partícula de poeira ou escama de pele é capaz de prejudicar irreversivelmente o processamento dos nano e microdispositivos. Na América Latina não há um centro completo e moderno de micro e nanofabricação como o proposto pelos pesquisadores da UFMG. O Governo de Minas está investindo os primeiros R$ 6 milhões, por meio da Fapemig. Os demais recursos virão do governo federal, da Cemig e de empresas privadas da biotecnologia. O empreendimento está orçado em R$ 100 milhões. O CMinas é coordenado pelo ex-reitor da UFMG Francisco César de Sá Barreto.