Universidade Federal de Minas Gerais

Acervo pessoal
Paula_Dutra.JPG
Paula Dutra: resultados promissores

Resíduo siderúrgico pode remover substâncias poluentes da indústria têxtil, propõe estudo de aluna da UFMG

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011, às 7h15

Um pó siderúrgico gerado em sistemas de desempoeiramento de altos-fornos e ainda sem aproveitamento econômico pode se constituir em alternativa eficiente para remover, em processos têxteis e da indústria de couro, uma categoria de corantes altamente poluentes e com potencial carcinogênico. É o que apontam as pesquisas desenvolvidas pela estudante Paula Regina Dutra, do curso de Engenharia Metalúrgica da UFMG.

Desenvolvidos no Laboratório do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, da Escola de Engenharia, e no de Tecnologias Ambientais do Departamento de Química, do Instituto de Ciências Exatas, os estudos renderam à autora o primeiro lugar no Prêmio Brasil de Engenharia, na categoria graduação, área Resíduos, entregue em dezembro passado.

Orientada pelas professoras Camila Costa de Amorim e Mônica Maria Diniz Leão, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Paula Dutra escolheu o pó do sistema de desempoeiramento da ala de corrida do alto-forno, denominado PAF, para os experimentos de remoção do corante. O resíduo é composto por altos teores de óxidos de ferro e carbono, além de pequenas quantidades de materiais fundentes e refratários (silício, cálcio, magnésio e óxidos elementares).

Em suas pesquisas, Paula Dutra valeu-se de um processo tradicional, a adsorção. Segundo ela, é o método mais empregado industrialmente, devido às elevadas taxas de remoção. Ele se baseia na adesão de moléculas de uma substância fluida a uma superfície sólida, por processos físicos ou químicos. A diferença é que em vez de usar carvão ativado, considerado um ótimo adsorvente por causa de sua superfície porosa, a estudante recorreu ao resíduo para remover dois tipos de corantes reativos, o Reactive Red 195 e o Reactive Yellow 145, da classe azoica, caracterizados pela presença de uma ou mais ligações do tipo azo (-N = N-).

“O carvão ativado tem um custo elevado, e o pó de desempoeiramento do alto-forno é um material ainda sem aplicação, por isso apresenta baixo custo”, afirma Paula Dutra. Ela cita dados do Instituto Aço Brasil (IABr) para dimensionar a disponibilidade dessa “matéria-prima”. Em 2008, as siderúrgicas que operam no país geraram cerca de 23 milhões de toneladas de resíduos – média de 681 quilos para cada tonelada de aço bruto produzida. Somente os pós de desempoeiramento representam 11% desse volume.

Os resultados dos experimentos são promissores. “A taxa de remoção dos corantes foi superior a 90%”, calcula a estudante, lembrando que houve ainda remoção de matéria orgânica. Como qualidades do PAF, ela aponta a facilidade com que ele separa substâncias sólidas e líquidas em função de sua alta densidade, o fato de se constituir em material ferro-magnético e a capacidade de ser usado em mais de um ciclo de adsorção após regeneração por aquecimento.
Mas a pesquisa também aponta limitações. “Existe a necessidade de se estudar melhor a viabilidade econômica do método por causa da dependência da concentração do resíduo e do pH usado no processo de adsorção”, argumenta Paula Dutra.

Preocupação
O elevado consumo no Brasil de corantes reativos em curtumes e indústrias têxteis justifica os esforços voltados para o desenvolvimento de métodos viáveis de remoção da substância. Segundo Paula Dutra, durante o processo de tingimento cerca de 70% do corante é fixado ao tecido, e os outros 30%, descartados, o que é fator de preocupação para ambientalistas e autoridades da área de saúde. Isso porque essas substâncias são altamente solúveis em água, e uma pequena quantidade em contato com rios, córregos e mananciais causa poluição e compromete a atividade fotossintética no ecossistema por dificultar a passagem de luz.

Os corantes reativos, incluindo a classe de compostos azoicos, também são nocivos aos organismos vivos. Vários estudos mostram, de acordo com Paula Dutra, que esses corantes podem formar subprodutos altamente carcinogênicos como as aminas aromáticas. Essa modalidade também se destaca por sua resistência aos processos aeróbios de biodegradação e, por consequência, aos processos convencionais de tratamento de efluentes.

O trabalho da estudante Paula Dutra integra linha de pesquisas com resíduos siderúrgicos desenvolvida pelas professoras Mônica Leão e Camila Costa de Amorim

(Boletim UFMG, edição 1.727)

05/set, 13h24 - Coral da OAP se apresenta no Conservatório, nesta quarta

05/set, 13h12 - Grupo de 'drag queens' evoca universo LGBT em show amanhã, na Praça de Serviços

05/set, 12h48 - 'Domingo no campus': décima edição em galeria de fotos

05/set, 9h24 - Faculdade de Medicina promove semana de prevenção ao suicídio

05/set, 9h18 - Pesquisador francês fará conferência sobre processos criativos na próxima semana

05/set, 9h01 - Encontro reunirá pesquisadores da memória e da história da UFMG

05/set, 8h17 - Sessões do CineCentro em setembro têm musical, comédia e ficção científica

05/set, 8h10 - Concerto 'Jovens e apaixonados' reúne obras de Mozart nesta noite, no Conservatório

04/set, 11h40 - Adriana Bogliolo toma posse como vice-diretora da Ciência da Informação

04/set, 8h45 - Nova edição do Boletim é dedicada aos 90 anos da UFMG

04/set, 8h34 - Pesquisador francês aborda diagnóstico de pressão intracraniana por meio de teste audiológico em palestra na Medicina

04/set, 8h30 - Acesso à justiça e direito infantojuvenil reúnem especialistas na UFMG neste mês

04/set, 7h18 - No mês de seu aniversário, Rádio UFMG Educativa tem programação especial

04/set, 7h11 - UFMG seleciona candidatos para cursos semipresenciais em gestão pública

04/set, 7h04 - Ensino e inclusão de pessoas com deficiência no meio educacional serão discutidos em congresso

Classificar por categorias (30 textos mais recentes de cada):
Artigos
Calouradas
Conferência das Humanidades
Destaques
Domingo no Campus
Eleições Reitoria
Encontro da AULP
Entrevistas
Eschwege 50 anos
Estudante
Eventos
Festival de Inverno
Festival de Verão
Gripe Suína
Jornada Africana
Libras
Matrícula
Mostra das Profissões
Mostra das Profissões 2009
Mostra das Profissões e UFMG Jovem
Mostra Virtual das Profissões
Notas à Comunidade
Notícias
O dia no Campus
Participa UFMG
Pesquisa
Pesquisa e Inovação
Residência Artística Internacional
Reuni
Reunião da SBPC
Semana de Saúde Mental
Semana do Conhecimento
Semana do Servidor
Seminário de Diamantina
Sisu
Sisu e Vestibular
Sisu e Vestibular 2016
UFMG 85 Anos
UFMG 90 anos
UFMG, meu lugar
Vestibular
Volta às aulas

Arquivos mensais:
outubro de 2017 (1)
setembro de 2017 (33)
agosto de 2017 (206)
julho de 2017 (127)
junho de 2017 (171)
maio de 2017 (192)
abril de 2017 (133)
março de 2017 (205)
fevereiro de 2017 (142)
janeiro de 2017 (109)
dezembro de 2016 (108)
novembro de 2016 (141)
outubro de 2016 (229)
setembro de 2016 (219)
agosto de 2016 (188)
julho de 2016 (176)
junho de 2016 (213)
maio de 2016 (208)
abril de 2016 (177)
março de 2016 (236)
fevereiro de 2016 (138)
janeiro de 2016 (131)
dezembro de 2015 (148)
novembro de 2015 (214)
outubro de 2015 (256)
setembro de 2015 (195)
agosto de 2015 (209)
julho de 2015 (184)
junho de 2015 (225)
maio de 2015 (248)
abril de 2015 (215)
março de 2015 (224)
fevereiro de 2015 (170)

Expediente