Universidade Federal de Minas Gerais

Sara Grunbaum
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Antônio Ávila: plástico barato e que se decompõe mais rapidamente

Plástico de amido, 100% biodegradável, pode ser alternativa a material proibido em BH

segunda-feira, 18 de abril de 2011, às 7h21

Uma cena do filme Beleza americana (1999) mostra um personagem exibindo um vídeo com aquilo que afirma ser a coisa mais bonita que viu na vida: uma sacola plástica ao vento. Mas muita gente não vê beleza no acúmulo de material plástico no meio ambiente e, aos poucos, aparecem aqui e ali iniciativas para restringir o seu uso. Por força de lei municipal, que entra em vigor a partir de hoje, os estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte estão proibidos de oferecer sacolas plásticas descartáveis convencionais (à base de petróleo) para os consumidores, devendo trocá-las por sacolas ecológicas, retornáveis ou biodegradáveis.

Em entrevista ao Portal UFMG, o professor Antônio Ferreira Ávila, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia, explica que existem diversas alternativas de materiais ecologicamente corretos. Ele cita um compósito (material produzido a partir de materiais reciclados) que desenvolveu em 2002 e pode dar nova utilidade a qualquer material plástico.

“Qualquer plástico descartado pode formar o compósito e ser utilizado tanto na engenharia civil quanto na engenharia mecânica, substituindo materiais como madeira e alumínio”, afirma ele, informando que a UFMG está desenvolvendo um bioplástico, feito a partir do amido e 100% biodegradável.

A lei determina a substituição das sacolas plásticas comuns pelas chamadas sacolas ecológicas. O que classifica uma sacola como ecológica?
A sacola ecológica se degrada totalmente ao ser descartada, em prazo muito mais curto. A sacola comum leva centenas de anos para se decompor, frente a um ano e meio a dois anos da sacola ecológica.

Uma alternativa são as sacolas oxibiodegradáveis. Qual a diferença desse tipo de sacola para as biodegradáveis?
A sacola oxibiodegradável se decompõe em poucos anos no meio ambiente, em contato com a umidade e o calor, que aceleram o processo de degradação. Tanto que, se for guardada em casa, tem que ser em ambiente seco e arejado, senão ela vai perdendo gradualmente a sua resistência mecânica.

Que pesquisas a UFMG desenvolve para atender a essa demanda de substituição de material?
Estamos desenvolvendo o bioplástico, que é 100% biodegradável e pode ser feito com um processo simples e materiais baratos. Podemos fazer bioplástico com amido ou maizena.

Quais as vantagens do material desenvolvido na UFMG na comparação com materiais biodegradáveis já disponíveis no mercado?
Primeiramente, o bioplástico é 100% biodegradável. Em segundo lugar, ele também é barato, porque os insumos são de baixo custo, e o processo de fabricação é simples. Ou seja, é um material viável para a produção em larga escala. Atualmente, estamos aplicando nanotecnologia no bioplástico para criar um material ainda mais barato, resistente, que se decomponha mais rápido do que os outros materiais disponíveis no mercado.

Um dos argumentos contra as sacolas plásticas é a poluição gerada em sua produção, que utiliza petróleo e emite gases tóxicos e outros rejeitos. Mas o mesmo não se dá com as sacolas ecológicas?
Todo produto gera algum tipo de poluição, mas ao se produzirem sacolas ecológicas, polui-se muito menos, e isso é importante. Além disso, a sacola comum fica muito tempo no ambiente, chega a locais distantes de onde ocorreu seu descarte, o que não acontece com as sacolas ecológicas.

A substituição das sacolas plásticas por outro material, como o papel, não pode resultar em outros danos para a natureza?
A diferença é que a reciclagem de outros materiais, como o papel, é mais comum. Simplesmente trocar um pelo outro ainda é ruim, mas de toda forma o papel é orgânico, se degrada mais rápido que o plástico.

Parte do lixo de Belo Horizonte vai para municípios que ainda não proibiram sacolas plásticas comuns. Como o senhor estima o impacto ambiental de uma iniciativa isolada como essa?
Essa iniciativa tem a importância de ensinar o cidadão a fazer algo. O poder público proíbe as sacolas, e daqui para frente as pessoas aprendem a não usá-las mais, vão levando esse hábito a outros lugares. É uma ação de longo prazo, a criança de hoje aprende a não usar sacolas plásticas e se torna um adulto com a consciência ecológica formada.

As iniciativas em âmbito nacional têm se limitado a campanhas educativas, como a campanha Saco é um Saco. Não é o caso de se propor uma lei federal abolindo as sacolas plásticas?
Para se propor uma lei federal é necessário mudar muitas coisas. As empresas que produzem sacolas empregam gente, pagam impostos. Como o governo proíbe esse produto de um dia para o outro? É preciso que a população pressione as empresas e o governo, amadurecendo o assunto aos poucos.

Segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), o valor mais caro das sacolas ecológicas será repassado ao consumidor. Que outras ações para minimizar o dano ambiental causado pelas sacolas plásticas poderiam ser sugeridas, sem onerar o consumidor?
Isso é difícil de responder. Talvez com um incentivo do governo, isentando os impostos da sacola ecológica, da matéria-prima. Aí você reduz o custo e incentiva o uso das sacolas ecológicas.

As sacolas plásticas sempre foram reutilizadas como sacolas para se guardar o lixo, o que quase não é necessário quando se faz coleta seletiva. Uma alternativa mais interessante não seria ampliar a oferta de coleta seletiva, que já é realizada em alguns bairros de Belo Horizonte?
É certo que a coleta seletiva é importante para reduzir resíduos, mas ela não nos livra do lixo orgânico. Essa proibição é só um primeiro passo para uma conscientização que leve as pessoas a buscar alternativas menos agressivas ao meio ambiente. Não adianta apenas legislar ou apenas educar – só com os dois processos, juntos, teremos resultado efetivo.

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