Será nesta sexta-feira, 27 de maio, às 19h, no auditório da Reitoria, a formatura dos alunos da primeira turma do curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas (Fiei). A cerimônia reunirá 132 indígenas das etnias aranã, kaxixó, krenak, maxakali, pataxó, xacriabá e xukuru-kariri. Antes da colação, o grupo apresentará um ritual indígena no gramado em frente ao prédio da Reitoria, às 17h. A turma iniciou sua formação universitária em 2006, financiada pelo Programa das Licenciaturas Indígenas (Prolind) do MEC. Sua experiência funcionou como uma espécie de piloto para a criação de uma nova licenciatura na Faculdade de Educação (FaE), com entrada regular de 35 alunos indígenas por ano, por meio do Reuni. A experiência se baseou em um conceito de percurso acadêmico, em vez de grade curricular. Através de laboratórios interculturais realizados em vários núcleos de pesquisa consolidados na UFMG, os alunos desenvolveram seus projetos de formação, baseados nas reais demandas de suas comunidades, orientados e monitorados por docentes e estudantes convidados. O Fiei foi realizado em etapas intensivas, presenciais no campus universitário, e em etapas intermediárias, monitoradas nas aldeias. Segundo a professora Maria Inês de Almeida, coordenadora do curso, essa alternância gerou uma rara oportunidade de formação para inúmeros professores e estudantes da Universidade, ao aliar pesquisa, ensino e extensão. Leia mais sobre a formação em matéria recente publicada pelo Boletim da UFMG. Mãos xacriabás “Quando nós começamos, quase ninguém mais tava fazendo cerâmica. Eu imagino assim que o povo parou de fazer o que tinha esquecido mesmo”, escreve. A mostra reúne criações em forma de jarros, porcos, bois, tatus, aves, entre outras. A pintura é feita com uma argila mais fina, chamada Toá, especial para tintura. Nei comenta que a marca de sua etnia está presente em todas as obras. “Mãe fazia os bichos, pintava com toá, mas cada vez ficava uma coisa diferente. Hoje, nas peças dela têm alguma coisa, alguns desenhos que já chamam atenção. Quem vê já lembra, sabe que é coisa dos xacriabá”. A exposição pode ser vista de 9h às 18h. A previsão é de que em agosto ela seja levada ao Centro Cultural UFMG.
Um dos formandos, Nei Leite, da etnia xacriabá, é autor de peças de cerâmica indígena expostas no saguão da Reitoria. A mostra pode ser visitada até segunda-feira, dia 30 de maio. No texto de apresentação da mostra, Nei conta sua trajetória até a formação no curso. Segundo ele, os ensinamentos de sua mãe despertaram seu interesse pela arte, que havia sido perdida em sua tribo.