Pesquisadores do Departamento
de Química, do ICEx, estão "reabilitando" o piche de alcatrão,
um resíduo do carvão vegetal com fama de poluente. A equipe
investiga formas de empregá-lo nas indústrias de poliméricos
- que produz materiais plásticos, tintas e resinas - e farmacêutica.
Os estudos são coordenados pela professora Vânya Pasa.
A queima do carvão vegetal resulta no aproveitamento direto de apenas 33% do produto. O restante constitui materiais voláteis que se perderiam na fumaça. Através da lavagem e descondensação dessa fumaça, obtém-se o alcatrão vegetal que, destilado, dá origem a vários compostos, entre eles o piche, considerado um resíduo poluente, e agora começa a ser usado na fabricação de tintas, vernizes, resinas e outros produtos, antes obtidos através de derivados do petróleo.
Segundo Vânya Pasa, os materiais são similares aos da indústria petrolífera, com a vantagem de terem origem em um recurso natural renovável. "A preocupação com o efeito estufa e a degradação ambiental gera uma tendência de busca por materiais recicláveis e renováveis", ressalta.
Pesquisa: Desenvolvimento de materiais poliméricos a partir de derivados do alcatrão vegetal
Equipe: Professora Vânya Pasa e os alunos de pós-graduação Marcos Prauchner, Renata Araújo, Breno Melo e Marcos César Batista
Fonte: Boletim UFMG, 15/08/2001