Deficiência na coleta de lixo aumenta incidência de doenças

As crianças de regiões onde há deficiências na coleta de lixo tem 40% a mais de chance de apresentar diarréias e doenças parasitárias e dermatológicas. Essa é a principal conclusão de uma pesquisa realizada pelo engenheiro Cícero Antônio Antunes Catapreta, transformada em dissertação de mestrado, defendida junto à Escola de Engenharia. O trabalho revelou que, se o serviço de limpeza urbana fosse regular nas áreas estudadas - Alto Vera Cruz, vilas Califórnia, São José, Pedreira Prado Lopes, Conjunto Taquaril, aglomerado da Serra e Barragem Santa Lúcia - 512 casos dessas doenças poderiam ser evitados somente em 1995.

Essas regiões abrigavam, em 1995, cerca de 130 mil habitantes, o que correspondia a, aproximadamente, 33% da população de vilas e favelas de Belo Horizonte.

A idéia de fazer o estudo nasceu quando Cícero trabalhava na Superintendência de Limpeza Urbana. Segundo ele, havia pouca preocupação com a melhoria do serviço de coleta de lixo. Além disso, não existia nenhuma pesquisa que discutisse a epidemiologia Tudo começou a mudar na gestão passada, quando a SLU passou a investir mais na solução de problemas referentes a água, esgoto e saneamento básico. Avaliado pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial de Saúde, ele deve ser publicado, em breve, nos boletins da entidade.

Dissertação: Associação entre coleta de resíduos sólidos domiciliares e indicadores de saúde em vilas e favelas de Belo Horizonte
Pesquisador: Cícero Antônio Antunes Catapreta

Fonte: Boletim UFMG
26/11/1997