Professor da UFMG Roberto Andrés analisa rejeição da Tarifa Zero pela Câmara de Belo Horizonte
Por Vyctória Alves, sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória
Nesta segunda-feira, 6 de outubro de 2025, o urbanista e professor da UFMG Roberto Andrés conversou com a jornalista Luíza Glória, no programa Conexões, sobre a rejeição da Câmara Municipal de Belo Horizonte ao projeto de lei que acabaria com a tarifa do transporte público na cidade. A proposta, que foi assinada por 22 vereadores, teve 10 votos a favor e 30 contrários. A reunião mobilizou estudantes, artistas, sindicatos e dirigentes partidários que ocuparam a galeria da sede legislativa municipal, protestando contra a rejeição do texto e chamando os vereadores de covardes. A principal autora do texto, a vereadora Iza Lourença, disse que os parlamentares votaram contra o povo. O tema abriu espaço para discussões da sociedade civil e dividiu opiniões sobre os impactos econômicos, estruturais e sociais.
Dois dias antes da votação, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou estudo que revela que o faturamento das empresas pode sofrer uma queda de até R$ 3,1 bilhões, comprometendo 55 mil empregos formais. Por outro lado, nota técnica do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) prevê que a proposta geraria retorno médio de R$ 3,89 para cada R$ 1 investido. O PL da Tarifa Zero, que tramita desde março na Câmara, prevê que os passageiros deixem de pagar passagem e que o sistema continue sendo financiado de outras maneiras, como já ocorre em mais de 130 munícipios brasileiros que contam com transporte público gratuito todos os dias do ano, atendendo a mais de 8 milhões de pessoas.