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Acesso Livre

Vladimir Herzog: professora da UFMG analisa legado do jornalista morto há 50 anos pela ditadura

Nesta segunda-feira, 20 de outubro de 2025, a professora do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História da Fafich/UFMG Miriam Hermeto conversou com o jornalista Hugo Rafael, no programa Acesso Livre, sobre o legado de Vladimir Herzog para a luta contra a ditadura militar e a retomada da democracia brasileira.

Nesta semana, completam-se 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog pela ditadura militar brasileira. Em 24 de outubro de 1975, o jornalista foi convocado pelo Exército Brasileiro a prestar depoimento sobre supostas ligações com o Partido Comunista Brasileiro, que atuava na ilegalidade durante o regime militar. No dia seguinte, compareceu espontaneamente ao DOI-CODI de São Paulo, de onde não saiu mais. Sua morte, forjada como suicídio pelos militares, foi reconhecida em 1996, pela Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos e, novamente, em março deste ano pelo governo brasileiro. Em publicação no Diário Oficial da União, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania declarou Vladimir Herzog como anistiado político e oficializou a reparação econômica mensal vitalícia para sua viúva, Clarice Herzog.

Ainda hoje, o jornalista Vladimir Herzog é um dos símbolos da luta por memória, justiça e direitos humanos no Brasil. Assim como ele, muitos outros nomes foram vitimados pela ditadura entre os anos de 1964 e 1985, entre os quais, estudantes da UFMG. Um deles é José Carlos Novais da Mata Machado, discente do curso de Direito, que teve sua história contada no filme Zé, dirigido pelo professor da Escola de Belas Artes da UFMG Rafael Conde. Mas a violência não se deteve a ele: seu filho, Eduardo Soares Neves Silva, hoje professor do Departamento de Filosofia da Fafich, foi vítima precoce da ditadura brasileira. Em outubro de 1973, aos 4 anos de idade, foi preso com a mãe, Maria Madalena Prata Soares, no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de Minas Gerais.

Parte dessa história está registrada no livro “Agradeço pela permanência: A entrevista de Eduardo Soares Neves Silva como experiência, presença, relação humana”, que será lançado nesta semana pela professora Miriam Hermeto. A obra também é um lembrete da importância da preservação da memória como um dos elementos de defesa da democracia.

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