Pesquisa da Psicologia quer avaliar experiências de cuidadores de pessoas com quadros psicóticos
Voluntários devem ter mais de 18 anos e responder a formulário on-line; interessados receberão acompanhamento psicológico gratuito
Cuidar de um familiar ou amigo com algum quadro psicótico, como a esquizofrenia, é um ato de amor e solidariedade. Mas essa experiência, que estreita laços pessoais, também envolve esforço físico, mental, social e financeiro por parte do cuidador e pode trazer desafios e sobrecarga emocionais. Pesquisa em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em Psicologia: Cognição e Comportamento, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), busca voluntários com essa experiência, com o objetivo de investigar alguns aspectos da saúde mental e da experiência dos cuidadores.
Segundo o mestrando Daniel Rocha, que coordena a pesquisa sob a orientação do professor Bruno Cardoso, a saúde mental de cuidadores de pessoas com sintomas psicóticos ainda é uma dimensão pouco estudada no contexto brasileiro. “A participação dos voluntários nesse estudo vai contribuir com informações importantes para a criação de intervenções específicas para essa população e, possivelmente, para as políticas públicas de cuidado”, estima.
Daniel Rocha explica que transtorno psicótico é um problema de saúde mental em que a pessoa tem dificuldade de distinguir o que é real do que é fruto da própria mente. Os principais sinais são alucinações (como ouvir vozes ou ver coisas que não existem), delírios (crenças falsas e muito intensas), pensamento confuso e mudanças no comportamento, que podem resultar em condutas agressivas. Ele acrescenta que “esses sintomas podem impactar bastante a vida do paciente, mas, com tratamento adequado, há possibilidade de melhora significativa”.
Para os cuidadores, o impacto pode variar da falta de atenção com a própria alimentação e higiene pessoal até o afastamento de atividades de lazer, de trabalho remunerado e interações sociais. “Além disso, a exigência de cuidados mais complexos com a pessoa com quadro psicótico pode expor o cuidador a situações como a supervisão de surtos psicóticos e comportamentos agressivos, de autolesão, que podem gerar uma sobrecarga para o cuidador”, observa.
Grupo de apoio
Para participar da pesquisa, o voluntário deve ter mais de 18 anos e reservar cerca de 30 minutos para responder a formulário eletrônico. Daniel Rocha explica que serão utilizados instrumentos para buscar compreender como o cuidador tem lidado com seus sentimentos, pensamentos, suas memórias. “As respostas possibilitarão ao pesquisador investigar a presença de sintomas de estresse, ansiedade e depressão, além de reunir informações sobre o nível de sobrecarga e flexibilidade psicológica dos cuidadores”, prevê Rocha.
Os participantes da pesquisa que manifestarem interesse poderão ser acompanhados em um grupo de apoio de curta duração, conduzido por psicólogos e pesquisadores no tema. Com três ou quatro encontros de 1h30 a 2h de duração, eles serão ministrados de forma on-line ou presencial, mediante interesse e disponibilidade.
Mais informações podem ser obtidas por meio do WhatsApp (31) 97119-8354 ou pelo e-mail danielrocha.alm@gmail.com.
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