A comunicação com a sociedade.


A comunicação institucional é realizada considerando que, nas entidades públicas, em especial numa universidade federal, ela deve ser estruturada como um valor que permita ampliar o conhecimento sobre as atividades que ali são realizadas, sobre o seu nível de abrangência e relevância e os resultados obtidos, tornando possível a crítica externa sobre os objetivos e as ações que nela se desenvolvem. Nessa perspectiva, as estratégias de comunicação da UFMG se estruturam a partir de três eixos. O primeiro, é a exigência de que as ações de comunicação busquem produzir visibilidade ao público interno e à comunidade externa, sobre as realizações da Universidade. Assim, será possível obter maior participação do primeiro na vida universitária, bem como o seu envolvimento no trabalho cotidiano e a busca de melhor qualidade nas relações humanas no ambiente profissional, além da ampliação, à comunidade externa, do conhecimento acerca da UFMG, garantindo acesso ao que nela é produzido, e possibilitando o exercício do controle social sobre a Instituição.

No segundo eixo é definido que todas as atividades da comunicação institucional devem incorporar a dimensão acadêmica, oferecendo aos docentes e servidores técnicos e administrativos oportunidades de aperfeiçoamento e atualização profissional nas diferentes áreas de especialização, e aos estudantes, espaços de vivência profissional complementar. No terceiro eixo, a comunicação institucional, especialmente aquela realizada nos seus veículos massivos de amplo espectro (rádio, TV, revista e o sítio na internet), deve oferecer uma programação editorial alternativa à das produções midiáticas existentes, especialmente aquelas de natureza comercial.

Com o objetivo de coordenar, integrar e dar suporte às diversas atividades de comunicação social desenvolvidas na UFMG, em 1999 foi instituído o Centro de Desenvolvimento em Comunicação – CEDECOM, vinculado à Reitoria e compreendendo a Coordenadoria de Comunicação Social e o Centro Audiovisual. A partir de 2002, foi constituída a Diretoria de Divulgação e Comunicação Social, responsável pela coordenação das atividades do Centro. Esta modificação mais que atender apenas a um objetivo administrativo-gerencial, teve por base a compreensão de que a comunicação deve ser uma política institucional e, portanto, estratégica.

A Diretoria de Divulgação e Comunicação Social está estruturada em quatro núcleos: jornalismo e fotografia, web, mídia eletrônica e divulgação, e criação gráfica, através dos quais atua em múltiplos ramos e opera tecnologias que permitem contínua interação com os públicos interno e externo, por meio de um conjunto diversificado de veículos de comunicação social.

O portal da UFMG (www.ufmg.br) tem registrado elevação significativa do número de visitas à página: das 50 mil visitas por mês no início de 2002, subiu para mais de 300 mil, em média, em 2003 e 2004, e superou a marca de 600 mil em 2005,[31] o que demonstra sua grande vitalidade como ferramenta estratégica de visibilidade da UFMG e de difusão de informações relacionadas a ações e projetos. Em fevereiro de 2004 ganhou versão trilingüe (português, ingles e espanhol), proporcionando aos estudantes e pesquisadores do exterior o acesso a informações sobre a Universidade e traduzindo a preocupação de mantê-la conectada ao mundo. O portal disponibiliza página dinâmica e atualizada de notícias e mantém hot sites de eventos. Entre esses, destaca-se o vestibular, quando o portal chega a receber mais de 10 mil visitas simultâneas nos dias em que ocorre esse exame, e mais de 100 mil visitas no dia da divulgação do seu resultado.

Em operação desde 1998, a TV UFMG, consorciada com a TV Universitária – parceria entre a UFMG, a PUC-MG e o UNI-BH – é veiculada pelo canal 12 da Net e 14 da Way TV. Dispõe, a partir de 2002, de um núcleo básico para a produção permanente de programas de televisão, divulgando conhecimentos produzidos na Instituição em telejornais diários, documentários, programas, vinhetas, chamadas institucionais e coberturas jornalísticas especiais. Pode ser acessada on-line no endereço www.ufmg.br/online/tv, e integra a Rede Nacional de Televisão de Canais Universitários de Instituições de Ensino Superior, em convênio com a Radiobrás. Desde 2005 a UFMG coordena o Conselho Gestor da TV Universitária. Entre 2002 e 2004, evoluiu de seis horas de permanência no ar, para 13 horas e 45 minutos por semana, e de quatro para oito programas produzidos com qualidade de informação e de imagem. A TV UFMG, bem como os demais recursos de comunicação utilizados, tem se constituído num espaço indispensável na formação de estudantes da Universidade em especial os do curso de Comunicação Social, como mostra a Tabela 32.

Tabela 32

Número de alunos bolsistas/voluntários em atuação no CEDECOM, por curso – 2002-2005.


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Nesse período, o CEDECOM proporcionou espaço de estágio para mais de 42 alunos, em média, ao ano, devendo ser destacado, nessa tabela, o modo crescente por meio do qual o acesso dos alunos se fez, o que dá uma idéia não só da capacidade de acolhimento que o dinamismo de suas atividades proporcionou, como também do interesse que ele representa como campo de aprendizado prático para os estudantes.

Encontra-se em operação, desde setembro de 2005, a rádio 104,5 UFMG Educativa, tendo sido construído, para seu funcionamento, um estúdio em Contagem, município também alcançado pela transmissão dessa rádio. Os equipamentos foram adquiridos com recursos do Fundo FUNDEP de Apoio Acadêmico, e a consultoria técnica para a ligação entre o estúdio e o transmissor foi feita por professores e estagiários do curso de Engenharia Elétrica. Sua programação educativa e cultural abrange trabalhos de divulgação científica e informação sobre atividades e serviços realizados pela UFMG. Orientada pela noção de jornalismo público, oferece também assuntos de interesse social fora do âmbito da Universidade.

O Boletim UFMG é uma publicação regular editada há 30 anos, com tiragem de oito mil exemplares mensais, destinado à comunidade universitária e distribuídos a diretores e editores de educação e cultura dos principais meios de comunicação do país e do estado, além de instituições de ensino e pesquisa e autoridades públicas. Disponível on-line no endereço www.ufmg.br/boletim, é considerado órgão oficial da UFMG. Em maio de 2004, através de questionário distribuído aos públicos interno e externo, foi feita uma avaliação do Boletim UFMG. Cerca de 92% dos respondentes manifestaram seu interesse pela publicação, com 75% de aprovação para o seu formato e 74% de aprovação para suas matérias, o que revela ser ele um veículo consolidado e instrumento eficaz de divulgação e informação. Diversos e-mails recebidos pelo CEDECOM solicitando autorização para a reprodução de matérias publicadas, como material didático para a educação básica, indicam o alcance e, principalmente, a relevância social atingida por essa publicação. Pela sua edição on-line, ele tem sido também instrumento importante para pôr em contato pesquisadores de diversas instituições, inclusive estrangeiras, atestado pela correspondência eletrônica recebida.

A revista Diversa tem três edições anuais. Duas delas temáticas, com reportagens e artigos especiais, tiragem de 15 mil exemplares, e uma especial, com 120 mil exemplares, com reportagens sobre cada curso de graduação e matérias especiais de interesse para o futuro universitário. Ela integra o kit de inscrição do candidato, além de ser distribuída na Mostra de Profissões.[32] Lançada em 2002, para a divulgação de temas científicos e acadêmicos de interesse geral, aborda aspectos diversificados relacionados à Instituição. Destina-se à comunidade acadêmica e outros segmentos especiais, como imprensa, órgãos públicos, instituições de ensino. Sua linha editorial compreende as atividades e a produção científica e acadêmica da UFMG, além da orientação específica aos vestibulandos na edição especial. Pode ser consultada pelo endereço www.ufmg.br/online/diversa.

Para facilitar o acesso ao acervo de conhecimentos produzidos na e pela Universidade pelos veículos de comunicação, bem como a sociedade em geral, nas suas demandas de informação e orientação sobre as variadas atividades universitárias, o CEDECOM elaborou duas publicações inovadoras. A primeira consiste num mapa do conhecimento e das fontes de informação existentes na UFMG, o Quem Sabe: catálogo de especialistas e especialidades da UFMG, ferramenta de gestão da informação que identifica, em diversos bancos de dados, informações sobre os trabalhos desenvolvidos por seu corpo docente. Disponibilizado em versão on-line, o catálogo estará disponível também para instituições de ensino e pesquisa, empresas e instituições públicas e privadas. A abertura desse canal de acesso rápido às fontes de informação levou à elaboração do Canal Aberto: relacionamento com a mídia, para auxiliar os professores nesse relacionamento com os profissionais de imprensa. Contendo recomendações específicas sobre essa relação, inclusive as de natureza ética decorrentes da missão pública da Universidade, o Canal Aberto é ferramenta importante na formação de imagem, conceitos e opiniões sobre a Instituição, além de estimular a ocupação de espaços e tempos nos veículos. Nesse mesmo campo de relacionamento com a imprensa, em 2002 foi realizado um curso para os dirigentes da Universidade sobre os meios de comunicação social e a importância para a sociedade de uma relação estreita entre a imprensa e a Universidade.

Além dessas iniciativas, a relação da UFMG com a imprensa passou a ser monitorada por intermédio do clipping jornalístico, que registra a quantidade e a qualidade da presença ocupada espontaneamente pela Universidade na mídia impressa, tanto local quanto nacional, como um indicador do reconhecimento e presença institucionais e do porte das tarefas de comunicação da UFMG. De acesso público no portal da Instituição, além de ser instrumento de informação para a própria Universidade, o clipping é um aliado no planejamento estratégico das ações de comunicação, por permitir a contabilização da presença da UFMG na mídia e a análise mensal dos temas tratados, bem como o seu significado para a constituição da imagem pública da Universidade. Entre 2003 e 2005 essa presença correspondeu em média a 1.503 citações ao ano, equivalente a 812.608 centímetros quadrados, sendo que, no período, apenas cerca de 1,5% das citações eram de cunho desfavorável para a UFMG. A Figura 12 descreve essa presença, sendo que as variações decorrem de eventos extraordinários, como a realização de vestibulares e outras sazonalidades.


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O serviço relacionado à criação de peças gráficas e de divulgação de eventos realizados pelos diversos órgãos da Universidade foi reestruturado, possibilitando maior visibilidade das ações institucionais de natureza científica e cultural. Nesse campo, destacam-se: 1) o Guia Acadêmico, atualizado anualmente e destinado a oferecer aos alunos uma apresentação da UFMG, sua estrutura e administração, formas de acesso, legislações específicas, cursos de graduação oferecidos, normas acadêmicas, estrutura dos cursos, direitos e deveres do aluno, normas para a matrícula e disciplinares, estágios curriculares, programas de apoio aos estudantes, serviços e benefícios, entre outras informações; 2) o Calendário Acadêmico e o Calendário Administrativo, informam as datas e prazos anuais importantes para a vida escolar e para a gestão da Instituição, se constituem em instrumentos de informação, orientação e regularização das atividades da UFMG; 3) o Guia UFMG, elaborado anualmente pela Diretoria de Relações Internacionais, em versão trilingüe, informa aos estudantes intercambistas estrangeiros sobre o parque acadêmico da Universidade, suas áreas do conhecimento, cursos de graduação e pós-graduação, entre outras informações que permitem dimensionar e localizar a Universidade no Brasil e em Minas Gerais; 4) o folder Rede de Museus e Espaços de Ciência UFMG, que informa sobre os objetivos, localização e acervo técnico, científico e cultural dos organismos que integram a rede; 5) a publicação anual Números da UFMG, que permite constatar a dimensão institucional, através dos dados atualizados sobre o vestibular, candidatos, relação candidatos-vagas, vagas oferecidas, opções de cursos, graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão, bolsas, população universitária e sua composição, patrimônio, bibliotecas, museus, espaços de ciência, de cultura e de lazer, assistência social ao estudante, e o orçamento anual.

São várias as referências sobre a percepção da imagem institucional da UFMG. Serão mencionadas algumas delas que, pelas características que apresentam podem ser consideradas como emblemáticas.

A primeira se refere a um conjunto de depoimentos feitos por diversas personalidades, por ocasião da transmissão do cargo de reitor, em 21 de março de 2006, e publicadas nessa mesma data no portal da Universidade. Neles, é destacada principalmente a relação de parceria que a UFMG vem desenvolvendo com as instâncias governamentais, federal, estadual e municipal. Segundo o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, a UFMG é “nossa parceira em quase todos os projetos de relevância, sendo o Parque Tecnológico o mais importante deles e que será decisivo para o futuro de Belo Horizonte”. O secretário estadual de gestão e planejamento, por sua vez, salientou que “praticamente todas as nossas políticas públicas são desenvolvidas em parceria com a UFMG. É um privilégio contar com a inteligência da Universidade em nossas iniciativas”. O deputado federal Virgílio Guimarães, que coordena a bancada mineira no Congresso Nacional destacou que a UFMG e aquela bancada “construíram um relacionamento exemplar e que vem servindo, inclusive, de modelo para outros estados e segmentos sociais. A Universidade reconhece o Parlamento como expressão da sociedade brasileira e provou que é possível se relacionar com as diversas instâncias de poder de forma altiva e saudável, sem abrir mão de sua autonomia”.[33]

A segunda referência diz respeito à repercussão do trabalho do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública – CRISP, na mídia. Este trabalho ganhou maior divulgação com o registro da queda no índice de criminalidade em Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais, que tiveram redução, em 2005, de 19% nos assassinatos em relação ao ano de 2004 e de quase 30% no primeiro trimestre de 2006. Sobre isso, foram registradas, em 2006, duas menções ao Centro, na imprensa nacional e internacional, já citadas no item em que foram analisadas as atividades de extensão.

O questionário eletrônico

Conforme foi registrado na introdução, a CPA disponibilizou um questionário eletrônico na página da UFMG na Internet, sobre a percepção da comunidade interna e externa quanto à imagem da Universidade. O questionário, respondido por um total de 719 pessoas, entre alunos, ex-alunos, professores e ex-professores, funcionários e ex-funcionários, e cidadãos sem vínculo expresso com a UFMG, esteve acessível por seis meses em endereço amplamente divulgado. [34]

Os resultados que foram colhidos indicam que a maioria dos respondentes foram homens (62%), alunos (65%), quase todos eles residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com média de idade em 29 anos, e a maior parte com escolaridade superior incompleta, sendo 21% deles com curso superior completo. Sua faixa de renda situa-se em torno de 6 a 10 salários mínimos (26%) e, para 21%, acima de 14 salários mínimos. Do total de respondentes, 65% se declararam brancos, 27% pardos, 7% pretos, 1% amarelos e 0,4% indígenas.

Um conjunto de perguntas introdutórias versava sobre qual o papel da universidade pública: contribuir para os objetivos estratégicos de desenvolvimento do país; contribuir para o progresso da ciência e do saber; contribuir para o aperfeiçoamento da democracia e da cidadania; oferecer ensino de graduação ao maior número de pessoas; formar pesquisadores para a produção de conhecimento científico; e formar professores de qualidade para todo o sistema educacional brasileiro. Para todas essas perguntas as respostas se concentraram nas alternativas “muito importante” e “importante”, numa faixa acima de 70%. A única exceção foi com relação à alternativa “oferecer ensino de graduação ao maior número de pessoas”, cuja distribuição de respostas ficou em 39% para “muito importante” e em 41% para as alternativas: “importante” e “alguma importância”, juntas, indicando o papel secundário com que a formação profissional na graduação é vista pelos que acessaram o questionário. Considerando o efeito do vínculo dos respondentes com a UFMG em relação às respostas emitidas, quatro deles apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Alunos, ex-alunos, professores e ex-professores consideraram que a universidade pública deve contribuir para o desenvolvimento do país, de modo ainda mais acentuado no caso dos dois últimos.

Em relação à UFMG, 73% dos respondentes a consideram como situada entre as cinco melhores entre as universidades públicas, e 87% como melhor que a maioria das particulares. A graduação e a pós-graduação que ela oferece foram consideradas como boas e muito boas, sendo que 90% consideram que a UFMG forma bons profissionais para o mercado de trabalho, e 69% discordam ser a gratuidade a principal vantagem que a UFMG apresenta sobre as universidades privadas. O tipo de vínculo do respondente com a Universidade faz diferença quando esse último item está em questão, pois os que se apresentaram como não tendo vínculo com a UFMG ficaram divididos, respondendo 52% “sim” e 48% “não”, o mesmo acontecendo com os funcionários, mas em direção contrária: 48% “sim” e 52% “não”.

Os itens relativos à contribuição das pesquisas realizadas foram valorizados positivamente: para o desenvolvimento do país (84%); para a produção de conhecimentos aplicados, que podem ser utilizados pelas empresas e a comunidade (64%); para a formação acadêmica e profissional (92%); e para o progresso do conhecimento, independente de sua aplicação prática (81%). Alguns problemas foram apontados, de maneira mais intensa, como o fato de que o número de cursos noturnos deveria ser maior, com o qual houve 82% de concordância. Por sua vez, a falta de organização e a lentidão administrativa, e o fato de serem freqüentes as greves de funcionários e professores, foram avaliados de modo intermediário, com cerca de 60% de respostas “sim”.

Quanto a considerar que o vestibular da UFMG favorece aos alunos que fizeram o ensino médio privado, 65% dos respondentes optaram pela alternativa “não”. Novamente aqui alunos, ex-alunos, professores e ex-professores apresentaram diferenças estatisticamente significativas nas respostas em relação aos demais, ao passo que 56% dos funcionários e 74% dos que se apresentaram como não tendo vínculo com a UFMG concordaram com a afirmação. Essa questão dividiu os respondentes conforme sua declaração de cor ou raça, pois 63% dos pretos concordaram com esta afirmação, enquanto os demais discordaram dela.

A consideração de que salas de aula e instalações sujas e malconservadas são freqüentes na Universidade dividiu os respondentes, o que corresponde ao esperado, tendo em vista que a maioria deles é de alunos, e que as condições de infra-estrutura são diversificadas, como será analisado mais adiante, no item específico sobre esse tema. À pergunta sobre se a UFMG deveria instituir um sistema de cotas para admissão de candidatos negros e índios no vestibular, recebeu 81% de respostas negativas, sendo que dos respondentes, apenas 2,6% se consideraram “sem base para opinar”. As diferenças foram estatisticamente significativas conforme as declarações de cor ou raça dos respondentes, todas na direção de discordar da afirmação: 85% dos brancos, 57% dos pretos, 84% dos pardos, 100% dos amarelos e 67% dos indígenas.

A seguir, foi solicitada a avaliação, numa escala de 0 a 10, de uma série de itens específicos, sendo 10 a avaliação mais positiva. O renome e o prestígio da marca UFMG, seguidos pelos programas de pós-graduação stricto sensu obtiveram as pontuações mais elevadas – médias de 9,20 e 8,24 pontos, respectivamente –, seguidos de perto pelos programas de pesquisa e a qualidade dos professores – médias de 7,97 e 7,72 pontos cada um. Três itens: programas de publicação de livros e revistas por professores e alunos, investimentos em arte e cultura, e instalações e equipamentos tiveram pontuações um pouco mais baixas: média de 6,92 pontos para as duas primeiras, e de 6,03 para a terceira. A atenção dada pela Universidade às questões de meio ambiente foi bem avaliada (média de 7,02 pontos), mas, juntamente com a preocupação com as questões éticas e políticas (média de 6,72 pontos), foram as que apresentaram os maiores desvios padrão (2,270 e 2,357, respectivamente).

Em seguida, foi testado o conhecimento dos respondentes acerca de um conjunto de 20 projetos desenvolvidos pela UFMG: Coral Ars Nova; Teste do Pezinho; Projeto Manuelzão, Museu de História Natural, Hospital das Clínicas, Festival de Inverno, Centro de Conservação e Restauração – CECOR, Hospital Veterinário, cursos de línguas estrangeiras, TV Universitária, Departamento de Assistência Judiciária, Centro Cultural UFMG, Conservatório UFMG, Museu de Ciências Morfológicas, UFMG Jovem, Centro de Musicalização Infantil, Rádio UFMG, Mostra das Profissões, Internatos Rurais da Área de Saúde, e o Carro Biblioteca. Desse conjunto, sete projetos eram conhecidos de mais de 80% dos respondentes: Hospital das Clínicas, Projeto Manuelzão, cursos de línguas estrangeiras, Festival de Inverno, Conservatório UFMG, Museu de História Natural e Mostra das Profissões, sendo que os dois primeiros receberam 95% e 90% respostas “sim”. Os projetos menos conhecidos, embora com índices elevados de respostas “sim”, foram o Departamento de Assistência Judiciária (63%), o Centro de Conservação e Restauração – CECOR (69%) e o Centro de Musicalização Infantil (78%).

Nesse item, algumas respostas foram estatisticamente signficativas na correlação com a variável sexo: as mulheres mostraram maior conhecimento dos projetos Coral Ars Nova, Teste do Pezinho, Centro de Musicalização Infantil e Carro Biblioteca. Outras foram significativas conforme o vínculo do respondente com a Universidade, isto é: cerca de 60% dos professores e ex-professores disseram conhecer o Teste do Pezinho, o Centro de Musicalização Infantil, o Departamento de Assistência Judiciária e o Centro de Conservação e Restauração – CECOR, ao contrário dos cerca de 70% dos alunos que disseram não conhecer esses projetos. Já o conhecimento sobre o Museu de Ciências Morfológicas teve correlações positivas para 68% dos alunos e 49% dos professores.

Ao final do questionário foi solicitada uma avaliação geral da Universidade. A UFMG foi considerada como uma boa universidade por 90% dos respondentes, e regular por 9%, ficando o 1% restante dividido entre os que a consideram como uma universidade fraca, e os que consideraram não ter conhecimento suficiente para avaliar essa questão.

Apreciação

Pelo que foi apresentado, a UFMG se utiliza de um conjunto amplo e satisfatório de estratégias, recursos e veículos para a comunicação com seus públicos interno e externo. A comunicação é feita com adequação de meios e canais, qualidade técnica, comprometimento com sua missão e mensagens direcionadas aos diferentes interlocutores.

Os números das tiragens das publicações impressas do CEDECOM representam mídias compatíveis com seus públicos interno e externo. Em processo de ampliação e qualificação tecnológica, as emissoras de rádio e televisão revelam constante ampliação em seus diagramas de alcance e sua audiência, com projetos de expansão, e já têm públicos consolidados. Seu portal apresenta um crescente e expressivo número de visitas, com um índice próximo de quatro milhões no período analisado.

Desenvolve, também, processo de recepção e de respostas a solicitações, propostas e reclamações. Deve ser destacado, contudo, que a UFMG não possui um serviço específico de Ouvidoria, que dê tratamento especializado e amplo às informações e demandas requeridas. Entretanto, através de seu site na internet, recebe e responde a solicitações de informações, críticas e sugestões sobre diversos aspectos de sua organização e atuação, permitindo também a avaliação dos seus veículos de divulgação.

Ressalte-se ainda que, por estar numa instituição pública federal o CEDECOM se ressente da falta de quadro efetivo de pessoal. Isto faz com que, para realizar conjunto tão abrangente de atividades, ele trabalhe com um número grande de pessoal contratado.

O cuidado com a avaliação da imagem pública institucional transparece através dos diversos instrumentos de comunicação com o público interno e externo, como o clipping, a centimetragem de espaço ocupado na mídia, a recepção das publicações impressas, as solicitações e demandas via endereço eletrônico e as discussões internas. Uma pesquisa específica de imagem foi feita pelo Instituto Vox Populi, em 2000. Por meio das ações na área da comunicação com a sociedade, a Universidade está aprimorando os meios de que dispõe para tornar públicas suas ações e garantir o controle social sobre a Instituição, seus fins e suas realizações.

Por sua vez, a pesquisa feita por meio do questionário disponibilizado na internet possibilitou visualizar melhor a irradiação da comunicação sobre os diversos aspectos da imagem institucional. Ressalve-se, apenas, a contraposição entre esse resultado e o papel da mídia em geral, no que concerne a aspectos como a seletividade social da Universidade, que se apresentou de modo distinto para membros e não membros da Instituição.

Notas

[31] Considera-se como um visitante cada computador que acessou o site, mesmo que ele tenha navegado por várias páginas diferentes. Se o navegador tiver sido fechado e houver mais de meia hora de intervalo entre uma visita e outra, contará como sendo mais um visitante.

[32] Sobre a Mostra das Profissões, ver o item “Políticas de atendimento a estudantes e egressos”.

[33] Além dessas declarações, as da Secretária Estadual de Educação e do Reitor da PUC-MG foram também publicadas no Boletim nº 1.523 de 23 de março de 2006.

[34] O questionário aplicado e a apuração dos dados colhidos por ele encontram-se no Anexo II.