Infra-estrutura física: ensino e pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação.

Espaço físico

A UFMG ocupa uma área total de 8.775.949 m², sendo 583.375 m² de área construída, distribuída em três campi universitários – Campus Pampulha, Campus Saúde e Campus Regional de Montes Claros, contando com 19 unidades acadêmicas e três unidades especiais. O Campus Pampulha, criado na década de 1940, passou a ser ocupado pela comunidade universitária a partir da década de 1960, nele localizando-se, atualmente, 12 unidades acadêmicas, uma unidade especial – o Centro Pedagógico, que compreende a Escola de Ensino Fundamental e o Colégio Técnico –, e as unidades da administração central da Universidade.

Em Belo Horizonte localiza-se também o Campus Saúde, onde estão situadas a Faculdade de Medicina, a Escola de Enfermagem e uma unidade especial, o Hospital das Clínicas, este constituído por um prédio principal e sete ambulatórios. Além das unidades localizadas nos campi Pampulha e Saúde, a UFMG possui as Escolas de Engenharia e Arquitetura e as Faculdades de Direito e Ciências Econômicas, localizadas na região central da cidade. A Universidade tem também órgãos localizados fora dos dois campi principais: o Centro Cultural UFMG, o Conservatório UFMG, ambos instalados no centro da cidade, o Museu de História Natural e Jardim Botânico, localizado no bairro Horto, e o Teatro Universitário, localizado no bairro Santo Antônio. No Campus Regional de Montes Claros está situado o Núcleo de Ciências Agrárias.

Recentemente, foram concluídos 19.800 m² de obras, com a ampliação do prédio da Escola de Enfermagem, a construção da nova sede do Centro de Musicalização Infantil, do novo conjunto residencial da moradia universitária, da Biblioteca Comunitária e Universitária do Campus Regional de Montes Claros, e dos laboratórios de Aquacultura, Calorimetria e Metabolismo Animal da Escola de Veterinária. Importantes reformas e adequações também tem sido realizadas em várias instalações, como a reforma do prédio principal da Faculdade de Educação, a expansão do Hospital Veterinário, a recuperação do “Palacinho” do Museu de História Natural e Jardim Botânico, e de unidades do Hospital das Clínicas.

O Quadro 9 apresenta uma descrição da estrutura física dos campi e unidades isoladas da UFMG.

Quadro 9

Estrutura física da UFMG

[Para melhor visualização clique no quadro]


Projeto Campus 2000

Concebido em 1998 e implementado a partir de 2002, o Projeto Campus 2000 tem dois objetivos: promover a integração da maioria das unidades da UFMG no espaço comum da cidade universitária, no Campus Pampulha, e introduzir melhorias na infra-estrutura de várias unidades. Entre 2002 e 2005, o projeto construiu novas ou ampliou as instalações de cinco unidades acadêmicas no Campus Pampulha: Faculdade de Farmácia, os Departamentos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, e os anexos do Departamento de Química, da Faculdade de Educação e do Instituto de Geociências, totalizando 35.788 m² de área construída. Outras edificações estão sendo executadas, para instalar a Faculdade de Ciências Econômicas e a Escola de Engenharia. No total, esse conjunto de prédios representará um acréscimo de 108.794 m² de área construída.

Infra-estrutura das unidades acadêmicas e administrativas

Campus Pampulha – Área de Artes

Compreende a Escola de Belas Artes e a Escola de Música, e as edificações somam 13.186 m². Inaugurado em 1970, o prédio da Escola de Belas Artes encontra-se em obras para adequação do espaço para as aulas do Curso de Artes Cênicas. Faz-se necessária, ainda, a adaptação das instalações físicas para abrigar novos laboratórios e o Centro de Restauração e Conservação – CECOR, ampliar o setor de gravura e elaborar projeto para construção de salas para a pós-graduação.

O prédio da Escola de Música, inaugurado em 1997, está adequado às necessidades do ensino e da pesquisa, necessitando apenas de intervenções para o tratamento acústico e algumas reformulações dos espaços. Para as atividades de extensão, foi construído um anexo, para sediar o Centro de Musicalização Infantil.

Campus Pampulha – Área de Ciências Biomédicas

A área das edificações soma 124.481 m². Fazem parte desse grupo: o Instituto de Ciências Biológicas, a Faculdade de Farmácia, a Faculdade de Odontologia, a Escola de Veterinária, o Hospital Veterinário, e a Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Nesse conjunto, o prédio que se encontra em piores condições é o do Instituto de Ciências Biológicas.

Inaugurado em 1980, as instalações do Instituto de Ciências Biológicas necessitam de reforma geral e manutenção corretiva, além de reformulação e reorganização dos espaços, de salas de aula, administração, laboratórios e auditórios. Os dutos das instalações hidráulicas e elétricas se encontram em estado avançado de deterioração, e é necessária a implantação de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas e incêndios. Os espaços físicos também precisam ser ampliados, incluindo instalações adequadas para o Biotério e as Coleções Taxonômicas. Segundo consta do relatório de auto-avaliação da unidade, essas coleções estão armazenadas em condições precárias de conservação, em local impróprio, e mal-acondicionadas. A desorganização e a dificuldade de acesso resultantes geram subutilização e duplicação desnecessária de esforços, além de desvalorização do acervo.

O prédio da Faculdade de Farmácia, inaugurado em 2004, encontra-se em boas condições de funcionamento. Aguarda-se a conclusão da biblioteca e do auditório.

As instalações da Faculdade de Odontologia, concluídas em 1999, encontram-se em excelentes condições em termos da adequação dos espaços. Para melhorar o conforto térmico, introduziu-se a exaustão eólica nas clínicas e no pátio coberto, e aguarda-se a execução do mesmo projeto na biblioteca, bem como a finalização do auditório.

A Escola de Veterinária e o Hospital Veterinário, construídos em 1974, estão com laboratórios, salas de aula e de apoio passando por processo de atualização. Visando contemplar as recentes demandas de ensino e pesquisa, foram construídos novos anexos: o Laboratório de Calorimetria e de Metabolismo Animal, e o Laboratório de Aquacultura. Foram também ampliados e reformados os laboratórios de Análise do Leite, de Bacteriologia e Viroses, e a Clínica de Pequenos Animais. Nas reformas, adaptações e manutenção foram contempladas também as salas de aula e de seminários, a biblioteca, e os espaços administrativos e de apoio. As fachadas e brises necessitam de recuperação, a área de estacionamento deve ser ampliada, com instalação de sistema de segurança, as baias externas de confinamento de animais de grande porte precisam ser organizadas, bem como é necessário construir novos vestiários para os funcionários terceirizados. Identifica-se, ainda, a necessidade de reforma geral na subestação de energia elétrica e a instalação de sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

O prédio da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional foi construído em 1975 e ampliado em 1997, com a construção do Centro de Excelência. Os Departamentos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional foram instalados em novas dependências, em 2005. As instalações da escola são condizentes com suas atividades acadêmicas, necessitando de manutenção corretiva na estrutura, pintura das fachadas e esquadrias, e reformulação de espaços em função de novas demandas. As instalações elétricas do prédio mais antigo estão ultrapassadas em relação à tecnologia e normas atuais. Recentemente, foram construídos novos espaços para ensino e pesquisa, como a quadra poliesportiva coberta e a pista de atletismo, e instalado aquecimento solar na piscina. É necessário construir um ginásio apropriado para treinamento de tae-kwon-do, judô, esgrima e levantamento de peso, e um espaço para a atividade extensionista do Projeto Guanabara.

Campus Pampulha – Área de Ciências Exatas e da Terra

A área de edificações soma 82.826 m², e compreende o Instituto de Ciências Exatas, o Instituto de Geociências e a Escola de Engenharia.

O conjunto do Instituto de Ciências Exatas foi inaugurado em 1970 e ampliado em 1992, e apresenta-se em boas condições de conservação, necessitando de adaptações para atender a novas demandas, entre elas a inserção de um elevador. Devido à expansão de suas atividades, principalmente de pesquisa, o Departamento de Química recebeu, em 2005, novas instalações para laboratórios. O Departamento de Física foi contemplado recentemente com novas instalações para os gabinetes dos professores, melhoria e ampliação das redes de água fria nos laboratórios, e revisão do sistema de ar condicionado.

O prédio do Instituto de Geociências, construído em 1982, necessita de manutenção geral, reorganização e adequação de alguns espaços. Em 2005, recebeu um anexo para salas de aulas, mas algumas providências referentes à acessibilidade de portadores de necessidades especiais não puderam ser executadas por falta de recursos.

As instalações parciais da Escola de Engenharia no Campus Pampulha receberam adaptações e manutenção necessárias para atender às atividades de ensino e pesquisa. Além da construção do prédio novo, todo o complexo da Escola de Engenharia instalado nesse campus está sendo remanejado, recuperado ou em construção de novos espaços físicos.

Campus Pampulha – Área de Ciências Humanas e Sociais

A área de edificações soma 54.808 m², incluindo a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, a Faculdade de Letras, a Faculdade de Educação e a Escola de Ciência da Informação.

O prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas foi inaugurado em 1991, tendo passado por algumas ações de reorganização, como a ampliação da biblioteca, em 2003. Encontra-se em andamento a obra do Centro de Apoio ao Deficiente Visual, assim como a reforma e a ampliação do Laboratório de Arqueologia. Há necessidade de manutenção das fachadas e de recuperação da estrutura em concreto aparente.

O prédio da Faculdade de Letras, inaugurado em 1981, passou, recentemente, por algumas reformulações espaciais, em função da estrutura organizacional da Unidade, que aboliu os departamentos. A área da biblioteca foi ampliada e reorganizada. Fachadas, brises e esquadrias necessitam de manutenção geral.

As instalações da Faculdade de Educação, criada em 1968, foram inicialmente construídas, em 1958, para abrigar o Colégio Universitário, tendo sofrido já inúmeras reformas e adaptações. Em 1993, foi concluído um bloco de dois pavimentos para abrigar salas de aula, e, em 2003, recebeu um acréscimo significativo com a construção de anexo com quatro andares, para salas de aula, auditório e espaço administrativo que atende bem às suas demandas. A ala destinada aos gabinetes dos professores também foi reformada.

O prédio da Escola de Ciência da Informação, inaugurado em 1990, apresenta espaços condizentes com suas atividades. Algumas interferências foram necessárias, como a reformulação da biblioteca e do auditório, adequação do espaço físico para abrigar o novo carro-biblioteca e instalação de equipamentos para ensino e pesquisa. O prédio necessita, ainda, da instalação de novos alimentadores de energia elétrica.

Campus Pampulha – Educação básica

A área das edificações soma 16.679 m², incluindo a Escola Fundamental e o Colégio Técnico.

A construção do espaço físico da Escola Fundamental data de 1972, e encontra-se em estado degradado, necessitando de reforma geral, para manutenção do edifício e reorganização dos espaços, visando a adequação às novas demandas pedagógicas. A edificação possui instalações elétricas ultrapassadas, que não atendem à tecnologia em uso e às normas técnicas atuais.

O prédio do Colégio Técnico, construído em 1970, foi submetido a uma reforma geral no início dos anos 1990, para recuperação e reorganização dos espaços internos. Nessa ocasião, os laboratórios e oficinas foram atualizados e adaptados às normas vigentes de segurança, o auditório recebeu melhorias, e as salas de aula e de apoio administrativo foram recuperadas. Em 2004, a cobertura foi reconstruída.

Campus Pampulha – Administração

As edificações destinadas à administração da Universidade compreendem 10.091 m². Compõem esse grupo as Unidades Administrativas I, II e III, o Departamento de Planejamento Físico e Obras, o Departamento de Serviços Gerais, e a Imprensa Universitária.

A Unidade Administrativa I, inaugurada em 1963, é prédio tombado pela Prefeitura de Belo Horizonte. Abriga espaços da Administração Central, como o Gabinete do Reitor e os escritórios das Pró-Reitorias, Diretorias, e da Procuradoria Geral, além do Departamento de Registro e Controle Acadêmico, e da Comissão Permanente do Vestibular. Tem passado por várias reformas, adaptações e remanejamentos dos espaços para atender às exigências próprias de cada administração da Reitoria. A edificação recebe manutenção constante e, recentemente, foram executadas melhorias no espaço físico do Centro de Computação, e em área destinada a receber as instalações da TV UFMG.

A Unidade Administrativa II abriga atualmente a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – FUNDEP e o Serviço de Atenção à Saúde dos Trabalhadores – SAST da UFMG. A edificação foi inaugurada em 1977 e, recentemente foi restaurado o painel artístico da fachada, de autoria da artista plástica Yara Tupynambá. O edifício está sendo adaptado para receber, entre outros órgãos, a sede administrativa do Parque Tecnológico BH-Tec, estando em execução obras de ampliação e remanejamento do espaço físico da FUNDEP.

A Unidade Administrativa III, construída em 1987, se encontra em boas condições físicas. O prédio abriga o Departamento de Administração de Pessoal, o Centro de Apoio à Educação a Distância, e parte do Projeto Manuelzão. As instalações do Departamento de Planejamento Físico e Obras, do Departamento de Serviços Gerais, e da Imprensa Universitária encontram-se em condições físicas adequadas para suas atividades. Por sua vez, o Centro de Desenvolvimento em Comunicação – CEDECOM, a Coordenadoria de Assuntos Comunitários e a Editora UFMG estão instalados na ala direita da Biblioteca Universitária.

Campus Pampulha – Serviços de apoio

A área das edificações soma 16.075 m², compreendendo o Centro de Desenvolvimento da Criança, o Restaurante Setorial II, a Praça de Serviços e a Associação dos Servidores da Universidade Federal de Minas Gerais – ASSUFEMG.

O prédio do Centro de Desenvolvimento da Criança foi inaugurado em 1987, atuando como creche para as crianças das comunidades universitária e externa. A edificação ainda não recebeu nenhuma manutenção de porte relevante, sendo necessários alguns reparos.

O prédio do Restaurante Setorial II, construído em 1978, possui espaço condizente com sua função. Em 1989, passou por grande reforma. A transferência da Faculdade de Ciências Econômicas e da Escola de Engenharia para o Campus Pampulha exigirá a realização de intervenções, visando otimizar a ampliação da demanda.

A Praça de Serviços foi construída em 1992. Edificação de excelente padrão construtivo abriga três bancos, dois restaurantes, a Caixa de Assistência à Saúde da UFMG – CASU, farmácia, papelaria, copiadora, livraria da Editora UFMG, agência dos Correios, etc. Nesse conjunto, as instalações sanitárias públicas necessitam de manutenção.

A sede da ASSUFEMG está parcialmente abrigada em dois galpões, construídos em 1956 e adaptados para diversas atividades. O espaço físico é modesto e está reformado.

Edificações localizadas nas proximidades do Campus Pampulha

A Moradia Universitária constitui-se de dois conjuntos de edificações: o primeiro, inaugurado em 2001, e o segundo, em 2006, localizados, ambos, em bairro vizinho ao Campus Pampulha, não necessitando, ainda, de obras.

O Centro Esportivo Universitário, espaço dedicado ao lazer dos alunos, professores, funcionários e suas famílias, localiza-se numa área de 25.780 m² próxima ao Campus Pampulha. As quadras de peteca e vôlei estão sendo pintadas, a quadra de futebol está sendo reformada e deverá ser construído, em breve, um novo campo de futebol. Há necessidade de um novo espaço para instalar a academia de ginástica.

Campus Saúde

O Campus Saúde compreende uma área de 60 mil m², na qual estão incluídas a Faculdade de Medicina, a Escola de Enfermagem, e o Hospital das Clínicas.

Entre as unidades acadêmicas desse campus, o prédio da Faculdade de Medicina é o que se encontra em piores condições de conservação. A edificação foi construída em três momentos históricos diferentes, o que lhe deu características estilísticas diversas, e encontra-se, hoje, com sérios problemas de conservação das fachadas e esquadrias. O prédio da Escola de Enfermagem vem sofrendo intervenções para construção de um anexo (bloco sul) e para fazer adaptações no bloco principal (bloco norte).

O pavimento térreo da biblioteca do campus, a Biblioteca Baeta Viana, recebeu, recentemente, reforma dos sanitários, troca do forro, iluminação nova, pintura, recuperação do piso e construção de uma sala para inclusão digital. Há necessidade, ainda, de reforma nos demais pavimentos, com adaptação de sanitários às normas de acessibilidade, melhoria do índice luminotécnico, troca do forro acústico e construção de mais um pavimento para atender à crescente demanda.

A edificação que abriga o restaurante universitário e o Diretório Acadêmico de Medicina apresenta vazamentos que comprometem a integridade e higiene dos alimentos servidos no restaurante. O depósito final de resíduos do Campus Saúde encontra-se mal dimensionado e fora dos padrões estipulados pelo Serviço de Limpeza Urbana. Obras de construção de um novo depósito, dentro das normas de assepsia e controle de infecções, já estão em andamento. Há ainda salas e casas alugadas nos arredores do Campus, ocupadas pela Residência Médica, e pelas instalações do Núcleo de Pesquisa e Apoio ao Diagnóstico.

O Anexo Hospital Borges da Costa é uma edificação histórica de 1922, e foi reformado recentemente, sendo preservadas as características arquitetônicas da fachada original. O prédio está adaptado para as áreas de Oncologia, Hematologia, Cirurgia Ambulatorial e Saúde Mental. As redes de abastecimento e distribuição de energia elétrica bem como a de dados e telefonia são novas. A cobertura foi recuperada e reformada, e os espaços internos receberam padrão de acabamento de qualidade e assepsia de alto nível. Algumas etapas da obra faltam ser concluídas, como a adaptação de salas em consultórios.

O sistema de iluminação externa do campus foi executado, de forma provisória, em meados de 1992, e necessita de reformulação urgente, estando prevista a implantação de nova infra-estrutura para maior adequação dos níveis de conforto e segurança.

Todas as escadas das unidades do Campus Saúde sofreram interferências e se encontram atualmente adaptadas às normas de prevenção e combate a incêndios. Os equipamentos necessários foram instalados e recebem manutenção periódica.

Unidades fora dos campi

Localizadas na área central de Belo Horizonte estão as Faculdade de Direito, e de Ciências Econômicas, as Escolas de Engenharia, e de Arquitetura, o Centro Cultural UFMG, e o Teatro Universitário. O Museu de História Natural e Jardim Botânico está localizado no bairro Horto.

A Faculdade de Direito situa-se na Praça Afonso Arinos, em uma área construída de 12.402 m². A portaria principal foi reformada em meados de 2004, recebendo balcão e pontos para instalação de catracas eletrônicas, além de academia de esportes para alunos e funcionários, vestiários acessíveis e novas esquadrias nas fachadas do nível térreo e do segundo pavimento. A biblioteca foi também reformada e ampliada, com instalação de detectores contra furtos de livros, e melhoria da iluminação.

O prédio da Faculdade de Ciências Econômicas, até que se concluam as obras da nova sede no Campus Pampulha, vem sendo submetido a pequenos procedimentos de manutenção e correção, tais como, adaptação de sanitários às normas de acessibilidade, instalação de corrimãos nas escadas, e correções em vazamentos.

As edificações que compreendem o complexo da Escola de Engenharia incluem os prédios Arthur Guimarães e Álvaro da Silveira, o Diretório Acadêmico e a biblioteca. Como a escola também será transferida para o Campus Pampulha, os serviços de manutenção têm sido realizados apenas de forma paliativa. Mesmo assim, algumas obras importantes estão sendo implementadas, como a construção de um sanitário para pessoas portadoras de necessidades especiais, instalação de rampa de acesso e execução do poço de elevador em um dos prédios.

A Escola de Arquitetura está instalada em prédio construído em estilo moderno, possuindo vários blocos integrados por passarelas, rampas, varandas e escadas. A rede hidro-sanitária foi reformada em 1999, mas as instalações elétricas estão obsoletas. A praça em frente à escola encontra-se em reforma para melhorias no paisagismo, recuperação do desenho original dos jardins e do espelho d’água. O paisagismo interno também será recuperado.

O Centro Cultural UFMG está instalado em prédio anteriormente ocupado pela Escola de Engenharia, construção que integra o Patrimônio Histórico Estadual. Foi reformado recentemente, com modernização das instalações do auditório, das salas de exposições e do hall central, bem como adequação dos espaços aos projetos que ali são executados, entre eles a instalação de telecentro de acesso fácil à internet e de uma gráfica para o projeto Memória Gráfica. Foram feitas modificações nas instalações elétricas e hidráulicas e na rede de dados. Os sanitários do andar térreo estão de acordo com as normas de acessibilidade. É preciso recuperar a estrutura bastante deteriorada da cobertura, melhorar as instalações elétricas, reformar a fachada, de características estilístico-ornamentais valiosas. O acesso ao segundo pavimento, que somente pode ser feito por escada, demanda a instalação de plataforma para pessoas com dificuldades de locomoção.

O prédio ocupado pelo Teatro Universitário, situado na região central de Belo Horizonte, não se encontra em bom estado de conservação, não tendo recebido nenhum investimento, pois a nova sede, que o abrigará junto ao curso de Teatro, está sendo construída no Campus Pampulha, anexa à Escola de Belas Artes.

O Museu de História Natural e Jardim Botânico possui 575 quilômetros quadrados de área verde e é um importante espaço para atividades de lazer, exposições culturais e científicas, sendo freqüentemente utilizado para projetos de pesquisa e extensão. Nele se encontram instalados o Presépio do Pipiripau, importante projeto cultural da cidade, o prédio do “Palacinho” recentemente recuperado, a Casa da Arqueologia, galpões de exposição de Paleontologia e Mineralogia, um observatório astronômico, áreas destinadas a cursos de Ciências básicas, o edifício da administração central e a biblioteca. Projetos de manutenção nas áreas verdes têm sido executados, bem como reforma das edificações e manutenção da rede elétrica. Estão em andamento projetos para reforma das estufas, melhoramento da área de ervas medicinais, e construção de uma nova edificação para abrigar o Presépio do Pipiripau.

Campus Regional de Montes Claros

O campus da UFMG em Montes Claros é uma fazenda-escola, com área de 232,32 hectares, localizada a sete quilômetros do centro da cidade, ao norte do estado de Minas Gerais. Junto com os cursos superiores, funciona o Colégio Agrícola Antônio Versiani Athayde, criado em abril de 1964 e incorporado ao patrimônio da Universidade em 1968.

As instalações do Campus Regional de Montes Claros contam com um prédio principal e oito anexos, ocupados pela administração geral e acadêmica, salas de aula, biblioteca, oficina de manutenção, refeitório, cantina, sala para docentes, laboratórios, galpão de anatomia, instalações sanitárias, apartamentos para visitantes e moradia acadêmica. As edificações existentes, de acabamento modesto, requerem manutenção freqüente.

As instalações acadêmicas e administrativas são pequenas e necessitam de serviços gerais de conservação. Há um auditório com capacidade para até 115 pessoas que apresenta razoável conforto, mas possui grandes limitações de conservação e qualidade dos serviços de som, acústica e projeção de imagens. Os sanitários são limpos e têm manutenção regular.

Os laboratórios necessitam de serviços de conservação e pintura, parte deles possuem os equipamentos necessários para ensino, pesquisa e extensão, e vários precisam de atualização tecnológica, bem como de serviços de conservação e manutenção. Além de diversos laboratórios que precisam ser criados, entre os já existentes há alguns que possuem apenas o espaço físico preparado, estando, ainda, sem os equipamentos, enquanto outros funcionam em espaço limitado e com poucos equipamentos. O Laboratório de Informática, com capacidade para 20 alunos, e 15 computadores ligados em rede, é insuficiente para as necessidades do corpo docente e discente do campus. Investimentos estão sendo feitos na estrutura física do campus, para proporcionar melhorias, como a construção de laboratórios, pavilhão de aulas e nova biblioteca, esta última inaugurada em 2006, enquanto a antiga sede da biblioteca está sendo adaptada para abrigar atividades de educação a distância.

A Fundação Mendes Pimentel assumiu, recentemente, a gestão do restaurante universitário do campus, reformando as instalações e adequando-as às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. A fundação instalou também a Moradia Estudantil no edifício do antigo alojamento, que é pequeno e com limitadas condições de conforto, estando em planejamento a construção de uma nova moradia no campus.

As constantes invasões e furtos que ocorrem no território do campus demandam urgentemente a implantação de sistema de proteção. Também se fazem necessários maiores cuidados na vigilância, manutenção e conservação das instalações zootécnicas, e recuperação de cercas periféricas e divisionais.

Unidades da UFMG em outras localidades

A UFMG possui duas fazendas, ambas ligadas à Escola de Veterinária e localizadas em municípios próximos a Belo Horizonte. A Fazenda Experimental Prof. Hélio Barbosa, localizada em Igarapé, tem 245 hectares e atende às atividades da escola de ensino, pesquisa e extensão. Produz leite, ovos, carne de coelho, de codorna e suína, e há projeto para reativar a produção de mel e de peixes. À exceção da área de avicultura, cujas instalações são mais recentes, as demais instalações físicas têm mais de 30 anos, e requerem manutenção geral e adequação aos projetos que ali são realizados, de modo a eliminar às limitações existentes em relação à qualidade de seu funcionamento e produção. A manutenção de equipamentos agrícolas é feita regularmente, mas muitas máquinas e implementos estão em estado de conservação precário.

A Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, localizada na cidade do mesmo nome e hoje denominada Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão, abrange 452 hectares, mas, devido às condições topográficas, apenas 200 hectares podem ser utilizados. A fazenda pertence ainda ao Ministério da Agricultura, estando em fase de negociação a transferência da posse para a UFMG. Atualmente, ali se produz apenas leite de gado bovino, seguindo o método de auto-sustentação. As edificações da fazenda encontram-se em estado de conservação precário, com laboratórios desativados, e máquinas e equipamentos agrícolas necessitando de manutenção ou reposição. Está em elaboração pela Escola de Veterinária um plano para revitalização e reestruturação do uso da Fazenda. A proposta envolve, entre outros aspectos, reforma das edificações, adequação dos laboratórios, e ampliação do uso por meio da diversificação da criação, estímulo ao uso pelos professores, ampliação das pesquisas com outras unidades da UFMG, interação com os produtores locais, abertura do espaço para a comunidade local, e realização de atividades de formação profissional em áreas diversas.

O Centro de Referência em Cartografia Histórica – Casa da Glória, localizado em Diamantina, está instalado em edifício de grande valor histórico e artístico, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. Conta com salas de aulas, de apoio e dormitórios, e atende às atividades de ensino, pesquisa e extensão de várias áreas da UFMG. Na década de 1980, o espaço foi restaurado, respeitando a técnica construtiva em estrutura de madeira que remonta ao Império, cuja manutenção é especializada e deve ser feita de modo permanente.

O Observatório Astronômico Frei Rosário, localizado na Serra da Piedade, atende às atividades extensionistas e de pesquisa da área de astronomia. Suas instalações são modestas, mas permitem o desenvolvimento das atividades que ali são realizadas.

Áreas verdes e meio ambiente

O Campus Pampulha possui uma grande área verde, abarcando dois milhões de metros quadrados de vegetação nativa preservada, 500 mil metros quadrados de gramados, além de milhares de espécies arbóreas que foram plantadas, totalizando 3.340.000,00 m². Um programa sistemático de recuperação da arborização viária e dos fragmentos florestais nativos é executado, mediante plantios de enriquecimento e adensamento dos bosques nativos, totalizando, nos últimos anos, mais de 5 mil árvores.

Integra esse patrimônio ambiental a Estação Ecológica da UFMG, uma das poucas reservas de preservação do país localizada dentro de um campus universitário, numa área de aproximadamente 700 mil m². Unidade urbana de conservação, é caracterizada por rica diversidade de flora e fauna, com várias espécies de mamíferos, anfíbios, répteis e aves, além de espécies vegetais nativas e exóticas. Nesse território de grande valor ecológico, são desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Também fazem parte do patrimônio de áreas verdes da UFMG, o Museu de História Natural e Jardim Botânico, e o Centro Esportivo Universitário. No Campus Pampulha, a Universidade mantém ainda, um horto florestal para produção de mudas de mais de 150 espécies arbóreas e 270 ornamentais, utilizadas no paisagismo e arborização da UFMG.

O último inventário da arborização viária do campus foi realizado em 1997, necessitando ser atualizado e ampliado, para que dele possam ser extraídas informações para a manutenção e divulgação do patrimônio das espécies vegetais. A UFMG investe na qualidade do meio ambiente e na manutenção desse patrimônio verde, por meio do plantio de mudas, serviços de poda, coleta de sementes, disposição de resíduos sólidos, desinsetização e controle de pragas dos gramados e jardins dos campi e unidades.

Os serviços de manutenção, conservação e ampliação de aceiros têm proporcionado a redução e a eliminação da ocorrência de focos de incêndios. A construção de uma torre de observação para monitoramento das áreas verdes, em comunicação com o serviço de combate a incêndios, poderia reduzir o tempo gasto entre a detecção do fogo e o seu controle, reduzindo as possibilidades de danos ao patrimônio ambiental.

Um grave problema de infra-estrutura do Campus Pampulha está sendo solucionado com o termo de cooperação firmado entre a COPASA, empresa de saneamento e abastecimento de água do estado de Minas Gerais, e a UFMG. Cerca de 60% do abastecimento de água potável do campus é fornecido por essa empresa, e o restante é proveniente de poços artesianos. Como as redes existentes não são suficientes para atender à demanda, ocorre falta de água em alguns edifícios. O termo de cooperação assinado compreende a execução de um programa de obras, visando harmonizar o projeto de expansão do Campus Pampulha com o atendimento das necessidades ambientais. Está sendo implantado novo sistema de captação e distribuição de água e será construído um interceptor de esgoto, possibilitando fazer o controle dos resíduos líquidos e sólidos gerados por todas as unidades do campus, contribuindo para reduzir a poluição do Córrego do Engenho e, conseqüentemente, para a despoluição do Rio das Velhas. Essa medida pressupõe, também, uma mudança de atitude de cientistas e pesquisadores quanto ao descarte de resíduos sólidos nos laboratórios, os quais, separados e identificados, serão transportados para um entreposto construído no campus, e incinerados por empresas especializadas.

Problema ainda a ser resolvido é o das enchentes que ocorrem no Campus Pampulha, decorrente da canalização insuficiente do Córrego do Engenho em relação ao volume de água pluvial recebida. Foi concluído projeto para uma lagoa de detenção para conter o excesso de águas pluviais. Pelo seu elevado custo, a execução do mesmo depende da obtenção de recursos internacionais que estão sendo negociados em conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte.

Gestão de resíduos

No Campus Pampulha estão instalados 22 depósitos de lixo, construídos para abrigar temporariamente os resíduos comuns, coletados três vezes por semana pelo Serviço de Limpeza Urbana – SLU. Trabalhos de suporte também foram executados, como a pesagem de lixo, visando à elaboração de um programa de gestão e disposição correta de resíduos. Algumas unidades do campus deram início a um programa piloto de coleta seletiva. A Tabela 38 apresenta levantamento do volume diário de resíduos gerados, o que demonstra a dimensão desse processo de gestão.

Tabela 38

Levantamento quali/quantitativo dos resíduos gerados nas unidades acadêmicas da UFMG, média diária em kg, ano de 2005.*


[Para melhor visualização clique na tabela]


Há um contêiner específico para as lâmpadas fluorescentes, até que sejam removidas para local adequado. Norma técnica sobre a coleta e a descontaminação desse tipo de lâmpadas deverá ser implementada em breve.

Com relação aos resíduos químicos, foi feito levantamento dos passivos químicos abrigados nas diversas unidades, e solicitado orçamento junto a fornecedores para destinação final. Roteiro de visita técnica para diagnóstico dos resíduos químicos gerados nos laboratórios da UFMG foi aplicado, e foram adquiridos kits de EPIs para utilização nos laboratórios das unidades, e etiquetas para identificação desses resíduos. Lixeiras apropriadas foram instaladas, e se encontram em fase de teste, estando pronto também o projeto de um entreposto para a coleta de resíduos químicos.

A implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, já produziu os seguintes resultados: acompanhamento, junto à SLU e à Vigilância Sanitária, do andamento do plano elaborado para o Campus Pampulha; proposição de projeto de alteração de módulos de lixo para abrigar resíduos infectantes; contratação de empresa licenciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente para incineração de resíduos quimioterápicos, antineoplásicos e de anatomia patológica gerados no Campus Saúde, inclusive seus passivos;[41] aquisição de 17 contêineres de lixo para o Campus Saúde, 10 para o Campus Pampulha; desativação das caçambas utilizadas para o acondicionamento temporário dos resíduos nos campi Pampulha e Saúde; e início do levantamento quali/quantitativo da geração de resíduos nos laboratórios instalados no Campus Saúde. Esse Plano prevê, ainda, a construção de um modelo de lixeiras a serem instaladas nas salas de aula e nas áreas comuns do Campus Pampulha.

O programa de compostagem, que aproveita e direciona corretamente o reúso de resíduos das áreas verdes, encontra-se implantado em fase experimental. Esse serviço é executado em parceria com o Departamento de Engenharia Sanitária da Escola de Engenharia e necessita, para o funcionamento rotineiro, de maquinário específico e mão-de-obra especializada. Com relação ao tratamento a ser dado aos resíduos de construção civil, foi elaborado o Projeto Canteiro Vivo, em implementação.

Conservação e manutenção

A manutenção e conservação das instalações prediais são de responsabilidade da Divisão de Manutenção da UFMG, que vem realizando apenas manutenção corretiva, a partir das solicitações dos usuários e de avaliações técnicas, já que não há mão-de-obra nem recursos disponíveis para executar serviços de ordem preventiva. Por essa mesma razão, não existem políticas definidas e/ou implementadas, a médio e longo prazo, para a execução de tais serviços.

A grande maioria dos serviços é atendida e custeada por firmas contratadas pelos próprios usuários, dado que a verba do Departamento de Planejamento Físico e Obras (DPFO) não é suficiente para isso, nem sua equipe é devidamente especializada e qualificada para realizá-los. O serviço de manutenção e recarga de extintores de incêndio é terceirizado, e também é afetado pela falta de pessoal especializado para fiscalizar a entrega do serviço.

De um modo geral, é necessário qualificar melhor os funcionários desse setor por meio de cursos de capacitação, atualização e do incentivo à participação em feiras. O gerenciamento dos contratos de manutenção, compra e instalação, por sua vez, funciona satisfatoriamente. O serviço de limpeza, tanto do interior das edificações, assim como das áreas externas comuns, é executado por mão-de-obra terceirizada, e está funcionando de maneira satisfatória.

Transporte

As informações deste item são restritas ao Campus Pampulha, onde é maior o volume de circulação de pessoas. O Campus Saúde, localizado na região hospitalar, é muito bem servido por linhas de ônibus, o mesmo ocorrendo com as outras unidades localizadas fora dos campi. No caso do Campus Regional de Montes Claros, essa questão não representa problema, uma vez que nada foi salientado no seu plano de desenvolvimento institucional, elaborado em maio de 2004.

O Campus Pampulha é provido de três linhas de ônibus de transporte público que adentram o território universitário com freqüência considerada adequada, até mesmo nos horários de pico. Parte do acesso se faz também por linhas de ônibus externas, que circulam nas avenidas limítrofes. Os deslocamentos entre às unidades acadêmicas, administrativas, de apoio e o acesso às avenidas vizinhas, completam-se com serviço gratuito feito por ônibus próprio da UFMG.

As unidades dispõem de estacionamentos, e há vagas ao longo das vias internas para as pessoas que transitam pelo campus em automóveis próprios. Apenas a região central do campus, que é muito populosa, apresenta, nos horários de pico, problemas com relação ao estacionamento nas áreas próximas às edificações, mas é possível estacionar numa distância entre dois e quatro quarteirões do destino. A proximidade do término das obras da Escola de Engenharia e da Faculdade de Ciências Econômicas gera a expectativa de que tanto o trânsito local, quanto o estacionamento se tornem mais problemáticos, já estando em planejamento o seu equacionamento.

O transporte institucional é realizado por meio de uma frota de 214 veículos, baseados no Campus Pampulha. Esse serviço é realizado por 60 pessoas, sendo que 82% delas pertencem ao quadro de funcionários da Universidade, e o restante, terceirizado. O transporte institucional contempla tanto deslocamentos no campus, na cidade, quanto viagens de trabalho. Incluem-se nesse serviço as viagens coletivas, destinadas à realização das aulas de campo e para a participação de estudantes em eventos acadêmicos. Para tanto, são utilizados ônibus que pertencem a unidades ou a projetos acadêmicos. Para o atendimento a esses veículos, a UFMG conta com oficina mecânica e um posto para abastecimento e lavagem.

Alimentação

Há restaurantes e cantinas no Campus Pampulha e estas últimas, quando localizadas em unidades maiores, oferecem também refeições. Parte desse serviço – um restaurante no Campus Pampulha, um no Campus Saúde, um na Faculdade de Direito, um na Faculdade de Engenharia e outro no Campus Regional de Montes Claros – está sob a responsabilidade da Fundação Mendes Pimentel (FUMP), oferecendo refeições a baixo custo para a comunidade universitária, e subsidiada para estudantes com dificuldades socioeconômicas. Durante a semana os restaurantes e cantinas oferecem almoço, e no Campus Saúde isso ocorre também aos sábados e domingos. Nos restaurantes do Campus Pampulha e da Faculdade de Direito é oferecido jantar. Vinte restaurantes e cantinas funcionam por meio de serviço terceirizado, que é contratado e fiscalizado pelo Departamento de Serviços Gerais – DSG. Para tanto, o Departamento estabelece normas e orientações em contrato, sendo a inspeção realizada conforme lista de mais de 60 itens. O DSG gerencia 20 estabelecimentos na UFMG localizados em várias unidades acadêmicas, além dos que funcionam em outras unidades como no Conservatório UFMG, no Centro Esportivo Universitário, na Biblioteca Universitária, na Praça de Serviços e na Unidade Administrativa III. Os espaços físicos dessas áreas são projetados e executados conforme as normas do Ministério da Saúde. A fiscalização desses espaços segue normas estabelecidas nos contratos, cuja parte técnica é embasada na resolução RDC n° 216, de 15/9/2004, que instituiu o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação e Portaria n° 1.428, de 26/11/93, que estabelece o Manual de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, ambas do Ministério da Saúde.

Segurança

O aumento da violência na cidade de Belo Horizonte tem afetado também os campi e unidades da UFMG. A Universidade tem buscado ampliar a segurança, com aplicação de várias medidas, visando garantir o bem-estar da comunidade universitária e a proteger o patrimônio. Além da modernização das câmeras instaladas nas portarias de entrada, que permanentemente registram o movimento de veículos no Campus Pampulha, foi contratada uma empresa de vigilância, o que proporciona mais segurança à comunidade universitária e, sobretudo, maior tranqüilidade para aqueles que trabalham e estudam no período noturno. Em situações emergenciais, uma linha telefônica está disponível para solicitar o acompanhamento de vigilantes até os estacionamentos e pontos de parada de ônibus. As medidas de segurança se estendem ao Campus Saúde.

Acessibilidade

Os espaços físicos das unidades da UFMG vêm sendo progressivamente adaptados, para atenderem à presença de pessoas portadoras de necessidades especiais. Nenhuma unidade, entretanto, atende ainda plenamente à Norma Brasileira da ABNT – NBR – 9050, que dispõe sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 40% das edificações ainda não possuem instalações sanitárias adequadas, e a distância a ser percorrida nas vias de acesso às unidades é maior do que a permitida pelas normas. Embora quase todas as edificações acadêmicas, administrativas e de recreação – com exceção da Faculdade de Odontologia, Departamento de Física, Restaurante Setorial II e o Departamento de Serviços Gerais – sejam equipadas com elevadores e/ou rampas de acesso, em várias unidades do Campus Pampulha falta ainda a implantação de alguns elementos complementares, como barras de apoio nos elevadores, maçanetas de alavanca e bebedouros acessíveis. Foi elaborado um mapeamento detalhado no campus, discriminando todos os equipamentos existentes e especificando quais os que devem ser instalados. Conforme a disponibilidade de recursos e a programação da manutenção predial e das áreas externas, os espaços das unidades da UFMG estão sendo devidamente adequados às necessidades especiais de usuários. Os prédios entregues mais recentemente já foram construídos com todos os requisitos exigidos pelas normas técnicas para a acessibilidade.

As áreas externas e internas do Campus Saúde, por sua vez, tem recebido atenção cuidadosa da Universidade, devido à circulação de um elevado índice de pessoas portadoras de necessidades especiais. Em 2005, a calçada externa foi reformada pela Prefeitura de Belo Horizonte, com adoção do piso tátil em toda a sua extensão.

Dentro do Campus Saúde, o estacionamento foi reformado em 2003, introduzindo-se melhorias consideráveis em relação à mobilidade na região. As vagas foram delimitadas e dimensionadas de modo a se adequarem aos veículos de pessoas portadoras de necessidades especiais. Outra obra que melhorou bastante a acessibilidade ao Campus Saúde foi a construção, em 2004, da portaria central e seu entorno, ocasião em que foram também alargados os passeios de entrada e instalados corrimãos metálicos, de acordo com as normas vigentes.

Ainda há muito a ser realizado quanto ao acesso a esse Campus. Há trechos que possuem calçamento poliédrico, de difícil mobilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais, e tanto o piso de concreto como o asfalto estão deteriorados.

Entre as unidades acadêmicas do Campus Saúde, o prédio da Faculdade de Medicina tem a portaria localizada no primeiro andar, e a acessibilidade se faz por meio de catracas eletrônicas e de cancela para portadores de necessidades especiais. O trânsito entre os 10 andares se faz por meio de escadas, dois elevadores sociais e um de serviço, adaptados segundo as normas de acesso, e de prevenção e combate a incêndios.

O prédio da Escola de Enfermagem vem sofrendo intervenções. Nessa reforma, a acessibilidade nos dois blocos é assegurada por meio de uma portaria principal instalada ao nível do passeio, de passarelas que estabelecem a comunicação entre os blocos, além da instalação de elevadores, sanitários e bebedouros adequados.

Com relação às demais edificações do Campus Saúde, a acessibilidade está, de modo geral, garantida. No Hospital das Clínicas, a portaria principal fica no nível da calçada pública e o controle de entrada conta com cancelas para entrada de pacientes. Acessado o nível térreo do HC, todos os pavimentos se intercomunicam por meio de 10 elevadores: três para o público, dois para carga, dois destinados ao transporte de pacientes, um ao transporte de alimentos, um ao transporte de material sujo, e outro para o transporte de material limpo. Há necessidade de mais um elevador de carga, sendo necessário, também, a instalação de barras de apoio em todos os elevadores. O número de sanitários e bebedouros é satisfatório, e eles se encontram em condições de pleno acesso. As obras de reformas e ampliação no hospital tendem a ser mais onerosas, devido ao padrão de acabamento necessário para a edificação, e às máquinas de ar condicionado, cujos filtros e pressões são específicas.

Os anexos do HC ficam distribuídos pelo campus e são, em sua maioria, acessíveis pela calçada pública. O acesso ao Anexo de Dermatologia é feito através de rampa ligando o nível do passeio até a portaria. A locomoção em seus dois pavimentos é feita por meio de escadas, de acordo com as normas de prevenção e combate a incêndios. Há necessidade de uma plataforma e da adaptação de um sanitário para pessoas portadoras de necessidades especiais. É preciso adaptar também o Centro Cirúrgico desse Anexo às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, bem como criar espaços corretos de espera, que hoje se faz nos corredores.

A acessibilidade ao Anexo Carlos Chagas (Ambulatório de Ginecologia) é precária, pois a portaria é ligada ao passeio por escada, e os consultórios se encontram ainda a oito degraus da portaria. Várias propostas de melhoria do acesso por meio de construção de rampa e instalação de plataforma vertical foram feitas, mas nenhuma foi ainda consolidada em função dos altos custos e da grande interferência em consultórios e áreas de espera do edifício. Os sanitários também não estão adaptados a pessoas com necessidades especiais. A edificação é antiga e necessita de reparos nas redes elétrica e hidráulica, além de reformas para atender à crescente demanda por consultórios e salas de espera.

O Anexo Hospital Bias Fortes atende a várias especialidades como Pediatria, Fisioterapia, Saúde do Trabalhador, Terapia Ocupacional e Geriatria. O acesso à edificação é feito por meio de rampa que garante a mobilidade das pessoas portadoras de necessidades especiais. Falta, no entanto, instalar corrimãos e delimitar o espaço de pedestres, separando-o do espaço destinado para as ambulâncias. O acesso aos andares é realizado por meio de dois elevadores de uso geral, à exceção do sétimo pavimento, acessível somente pela escada, o que se constitui num entrave para o funcionamento da edificação como um todo. Há espaço para a instalação de outro elevador, que supriria a demanda crescente e atenderia também ao sétimo andar, mas ainda faltam recursos para execução dessa obra. É necessário adaptar vários sanitários para garantir a acessibilidade, e faltam, em todos os andares, salas de espera adequadas. Vários consultórios e salas de exame apresentam acabamentos incorretos, segundo o que estabelece a legislação.

O Anexo Ambulatório Orestes Diniz é ligado ao Hospital Bias Fortes por meio de rampa, e tem acesso por portaria independente e voltada para a calçada. Esse anexo não apresenta problemas de acessibilidade e, atualmente, encontra-se cedido à rede pública municipal, como centro de referência para o tratamento de AIDS.

O Anexo Ambulatório São Vicente de Paulo, especializado em atendimento pediátrico, apresenta os mesmos problemas observados no Anexo Carlos Chagas. Porém, as obras de reforma e ampliação do prédio já têm data marcada para início, estando os projetos finalizados e, os recursos, alocados.

O Anexo Hospital São Geraldo (Clínica de Olhos) possui portaria no nível do calçamento. A sala de espera e o elevador são pequenos, e a escada é inadequada. Esse edifício funciona em dois blocos não interligados, gerando diversos problemas de logística, controle e funcionamento. Os sanitários não são adequados a portadores de necessidades especiais, e os banheiros das enfermarias necessitam de reformas. Há previsão para a colocação de mais um elevador, com capacidade para também transportar macas, o que deverá resolver parte do problema de acessibilidade do edifício. Estão sendo desenvolvidos estudos relativos à ampliação do anexo, criando uma portaria central que atenda aos dois blocos, uma sala de espera maior e mais confortável, com sanitários adequados, e a interligação dos blocos através de passarelas.

O Anexo Hospital Borges da Costa foi reformado recentemente e encontra-se em condições satisfatórias de acessibilidade e com os sanitários adaptados corretamente. É uma edificação histórica, de 1922, e passou recentemente por obras de reforma, revitalização e reparos, sendo preservadas as características arquitetônicas da fachada original. O prédio está adaptado para as áreas de Oncologia, Hematologia, Cirurgia Ambulatorial e Saúde Mental. As redes de abastecimento e distribuição de energia elétrica, bem como a de dados e telefonia são novas. A cobertura foi recuperada e reformada, e os espaços internos receberam padrão de acabamento de alto nível de qualidade e assepsia. Algumas etapas da obra faltam ser concluídas, entre elas a adaptação de salas em consultórios.

No Campus Regional de Montes Claros, o PDI elaborado em 2004 registrava que as instalações sanitárias não oferecem acesso e condições de uso adequadas aos portadores de necessidades especiais. Do mesmo modo, a biblioteca não tem acesso adequado para estudantes nessas condições.

Bibliotecas

O Sistema de Bibliotecas da UFMG está distribuído por 28 pontos nos campi e nas unidades, acadêmicas e especiais. Fazem parte do sistema a Biblioteca Universitária (que atende ao ciclo básico das áreas de Ciências exatas e biológicas, e é responsável pela coordenação do sistema), duas bibliotecas na área de artes, seis na de Ciências biomédicas, seis na de Ciências exatas e tecnológicas, sete na de Ciências Humanas e Sociais, e cinco em unidades especiais e de extensão. O prédio da Biblioteca Universitária, localizado no Campus Pampulha, está recebendo adaptações internas, visando contemplar as novas demandas de armazenamento e divulgação de dados, bem como dar cumprimento às normas técnicas. Em 2005, eram 60.642 os usuários inscritos no sistema de bibliotecas, entre professores, estudantes de graduação e pós-graduação e servidores. Segundo consta da versão preliminar da publicação Primeira etapa do estudo do acervo do Sistema de Bibliotecas da UFMG, o acervo geral é de 724.925 títulos, entre livros, teses, periódicos e materiais especiais, como fitas, mapas e globos. Os periódicos impressos abrangiam 376 títulos em 2005, devendo ser considerados também os títulos com textos completos acessados pelo Portal da CAPES, e outras 105 bases de dados referênciais. Os Quadros 10 e 11, a seguir, mostram a evolução do acervo bibliográfico e de periódicos nacionais adquiridos pela Biblioteca Universitária, no período 2002 a 2005.

Quadro 10

Aquisição de acervo bibliográfico pela Biblioteca Universitária – 2002-2005


[Para melhor visualização clique no quadro]

 

Quadro 11

Aquisição de periódicos nacionais pela Biblioteca Universitária – 2002-2005


[Para melhor visualização clique no quadro]



Esses dados mostram que ocorreu, no período, diminuição progressiva do ingresso de livros e periódicos na Universidade, o que pode ser atribuído às dificuldades financeiras por que passam as universidades federais. Além das restrições para manter o acervo atualizado, a comparação entre o acervo bibliográfico de cada unidade e o número de alunos matriculados nos cursos por ela oferecidos, feita no Quadro 12, permite observar uma distribuição não equilibrada, conforme explicitado a seguir:

Quadro 12

Proporção entre acervo bibliográfico e alunos, por unidade acadêmica,em 2004


[Para melhor visualização clique no quadro]



As médias de exemplares por aluno das bibliotecas das unidades do Campus Saúde e da Escola de Engenharia – 7,8 e 6,1 respectivamente – são as mais baixas em relação às demais, indicando necessidade urgente de complementação. Além dessas duas, a situação das bibliotecas das Escolas de Odontologia e de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, da Faculdade de Farmácia, e do Núcleo de Ciências Agrárias, também não é satisfatória. No caso específico do Campus Regional de Montes Claros, o novo prédio da Biblioteca Comunitária-Universitária, inaugurado no início de 2006, atende aos usuários dos seus cursos superiores e aos estudantes do curso profissionalizante de nível médio, além dos alunos do ensino fundamental e médio, professores e funcionários técnico-administrativos, profissionais liberais, e instituições ligadas ao setor agropecuário, entre outros. A biblioteca possui um acervo de livros de 6.600 exemplares e 3.500 títulos, e a coleção de periódicos é de 580 títulos e 10 mil exemplares, acervo que é considerado insuficiente e desatualizado para os cursos ali oferecidos.

Em conseqüência, as obras mais utilizadas apresentam fila de reserva extensa, principalmente as da área biomédica, o que leva o usuário a desistir da reserva, em função do tempo necessário de preparação para provas e trabalhos. Deve ser ressaltado que a coleta de dados para o estudo mencionado tornou possível perceber que parte significativa do acervo não havia tido solicitação de empréstimo nos últimos dois anos. Isso indica ser o material efetivamente utilizado em menor quantidade do que o registrado no quadro, sendo as médias de exemplares por aluno ainda menores.

A política de aquisição do Sistema de Bibliotecas encontra-se atualmente associada ao planejamento orçamentário da Pró-Reitoria de Graduação, que lança editais para esse fim, com recursos do Fundo FUNDEP. O objetivo é conseguir repor e ampliar o acervo bibliográfico dos cursos de graduação da UFMG, atingindo, no curto prazo, o patamar mínimo de livros exigidos pelo Ministério da Educação para esses cursos e, no longo prazo, alcançando patamar de sustentabilidade. Encontra-se ainda em análise a implantação de nova modalidade de compra, que mescla documentos impressos e virtuais, o que vai proporcionar solução para o espaço, e garantir atualização mais rápida do acervo.

Apesar das dificuldades financeiras apontadas, a Instituição tem investido na recuperação, proteção e segurança de seu patrimônio bibliográfico, tendo em vista que o Sistema de Bibliotecas é responsável pela guarda de um dos maiores acervos públicos do estado. Em 2004, foram realizadas e concluídas obras de recuperação do telhado da Biblioteca Universitária, reforma essencial para a segurança do patrimônio, financiada com recursos provenientes do Fundo de Infra-Estrutura (CT-Infra) da Finep.

Em 2005, o acervo das bibliotecas da UFMG começou a ser protegido eletronicamente contra furto, em conseqüência da realização do primeiro inventário do conjunto do sistema, em 2002, ocasião em que foi constatada a ausência de 36 mil livros. A partir daí, buscou-se implementar medidas de segurança mais eficazes, como a instalação de portais de segurança nas bibliotecas e a utilização de fitas magnéticas transparentes nos livros. O Sistema de Bibliotecas tem investido, também, em campanhas de recuperação e de preservação do acervo da UFMG, tendo sido realizadas, em 2005, mostras itinerantes das obras recuperadas, buscando conscientizar a comunidade da necessidade do uso responsável das bibliotecas.

O acervo de obras raras começou a ser catalogado em meados de 2005, tendo sido registrados 855 títulos. Também se encontra em fase de implementação a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, o que tornará possível o acesso à produção dos programas de pós-graduação da UFMG pelas comunidades interna e externa.

Em 2003, foi inaugurado na Biblioteca Universitária o espaço museográfico do Acervo dos Escritores Mineiros. Pioneiro no país, o espaço dá um tratamento especial às bibliotecas pessoais que foram doadas pelos familiares dos escritores Murilo Rubião, Abgar Renault, Henriqueta Lisboa, Oswaldo França Júnior e Cyro dos Anjos.

O programa de visitas de escolas públicas de ensino fundamental e médio às exposições realizadas no saguão da Biblioteca Universitária, seguidas de oficinas, narração de histórias e confecção de pequenos livros, se constitui em um passo importante para a abertura ao público em geral. Nesse sentido, em 2005, as diversas exposições foram vistas por mais de duas mil pessoas.

Também em 2005, teve início o gerenciamento da base de dados bibliográficos da UFMG por meio do software Pergamum, desenvolvido pela Divisão de Processamento de Dados da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A adoção desse software nacional representou economia significativa na atualização e licenciamento. O Pergamum, além de contemplar as principais funções da biblioteca, funciona de forma integrada e permite maior conhecimento e precisão na utilização do acervo.

O horário de funcionamento das bibliotecas do Sistema, contudo, é um aspecto problemático, quando se considera o funcionamento dos cursos noturnos. Tendo em vista a implementação adequada da política de priorização dos cursos noturnos como mecanismo de promoção da inclusão social dos estudantes, as bibliotecas das unidades precisam funcionar de segunda a sexta-feira até às 22 horas, e, aos sábados, das 8h às 15 horas. Apenas as bibliotecas das Escolas de Arquitetura e de Ciência da Informação, da Faculdade de Ciências Econômicas e do Núcleo de Ciências Agrárias funcionam nesse horário durante a semana. Aos sábados, as bibliotecas do Campus Saúde, do Núcleo de Ciências Agrárias, e das Faculdades de Arquitetura, Ciências Econômicas e Educação têm horários variados, funcionando até 12 e 13 horas. Deve ser ressaltado, contudo, que a Escola de Arquitetura, as unidades do Campus Saúde e o NCA não oferecem cursos noturnos. O horário de fechamento da maioria das demais bibliotecas é por volta de 21h30min. A razão principal para esse descompasso se prende ao fato de que a Universidade não dispõe de pessoal técnico-administrativo em proporção adequada. À medida que vai sendo autorizada a realização de concursos públicos para essa carreira, a UFMG tem buscado priorizar também a contratação de bibliotecários, mas isso ainda não tem sido suficiente para resolver o problema. Ainda uma outra questão ligada ao funcionamento dos cursos noturnos reside na necessidade de proporcionar maiores condições de segurança, e de adequar o acesso a determinados serviços, como a cantina, os serviços gerais e o transporte.

Informática, telefonia e rede de dados

Na UFMG, laboratórios e centros de pesquisa, gabinetes dos professores, bibliotecas e espaços administrativos e de apoio são providos de computadores e de acesso gratuito à internet. Além disso, os alunos de graduação e de pós-graduação dispõem de espaços específicos, de acesso livre, destinados para a utilização desses recursos. Essa distribuição, contudo, não é equilibrada, havendo unidades em que os computadores não estão disponíveis em quantidade suficiente para professores e estudantes. As Tabelas 39 a 41 apresentam um demonstrativo dos microcomputadores existentes na Universidade, conforme o uso e acesso à internet.

Tabela 39

Rede de computadores da UFMG conforme uso – 2001-2004.

[Para melhor visualização clique na tabela]



Tabela 40

Rede de computadores da UFMG conforme acesso à internet – 2001-2004.


[Para melhor visualização clique na tabela]

 

Tabela 41

Rede de computadores da UFMG, acréscimo anual, por tipo – 2001-2004.


[Para melhor visualização clique na tabela]


Os dados das tabelas mostram que a UFMG dispõe de uma rede de computadores de grandes dimensões, estando a maior parte dela reservada para uso acadêmico, tendo ocorrido uma evolução importante no período no que concerne ao acesso à internet, dado que, em 2004, praticamente toda à rede estava conectada. Considerando a evolução ano a ano, verifica-se que o investimento foi maior de 2001 para 2002. Além disso, embora o crescimento para os usos acadêmico e administrativo tenha sido superior à metade do existente em 2001, o acréscimo mais significativo que se verificou entre 2001 e 2004 se deu no acesso à internet, denotando a preocupação da UFMG em disponibilizar o acesso à rede para a realização de suas atividades.

Visando promover a integração entre professores, alunos e funcionários foi criado o Sistema Grude, ferramenta eletrônica que envolve cerca de 35 mil pessoas, garantindo segurança e rapidez no armazenamento e troca de informações, além de fornecer a todos um endereço eletrônico e uma ferramenta de comunicação pela internet. A implantação do projeto teve início em 2001, com experiências-piloto na Escola de Ciência da Informação, e estendida, posteriormente, para toda a Universidade. Para tanto, foi necessário promover formação e treinamento de uma equipe para desenvolver o sistema, compra de hardware específico, instalação e configuração de software, criação de conexões com bancos de dados já existentes na Universidade e desenvolvimento de material didático para cursos.

Em decorrência desse trabalho, a UFMG passou a contar com uma base para uso de ferramentas de compartilhamento de documentos, e de coordenação e controle de agendas e tarefas. As ferramentas de comunicação disponibilizadas contribuíram para integrar departamentos e unidades acadêmicas, facilitando a realização de projetos interdisciplinares. O sistema permite a todos terem suas próprias páginas na rede, com informações pessoais e de trabalho, marcar reuniões, bem como criação de intranets, que viabilizam o acesso rápido a atas, resoluções, artigos, além de oferecer condições para a realização de discussões organizadas, proporcionando oportunidade para uma gestão mais eficiente e transparente. O acesso à intranet é aberto a todos os que têm acesso à internet, a partir das senhas distribuídas conforme a especificidade de cada serviço e o perfil dos usuários. O Sistema Grude permite, ainda, disponibilizar conteúdos para a criação de cursos a distância, bem como a interação em tempo real, por meio de aulas e conferências. A existência da plataforma Grude tornou viável a implantação, na UFMG, de projetos de alto impacto, como o Tele-Medicina e o Quem Sabe, além do Projeto Financiar, da FUNDEP. Essa plataforma Grude serviu de base, ainda, para a implantação do PINGIFES, sistema nacional de coleta de dados das IFES, patrocinado pelo MEC.

Atualmente, a comunicação de dados está sendo efetuada através da Rede GIGA, implantada, no início de 2006, com recursos captados junto à Finep. Além das unidades dos campi Pampulha e Saúde, as escolas de Arquitetura e de Engenharia, o Conservatório UFMG e as faculdades de Ciências Econômicas e de Direito são beneficiárias da rede, que aumentou a velocidade de comunicação em até 100 vezes. Essa rede tornou também mais segura a comunicação entre computadores, uniformizando a capacidade de conexao de todas as unidades acadêmicas, e permitindo o fluxo de grandes arquivos e a recepção de videoconferências. Seus benefícios se estendem aos usuários do sistema público de saúde, por meio de teleconferência, proporcionando troca de informações entre os profissionais dos postos de saúde e as equipes do Hospital das Clínicas, integrados, desde 2004, pelo projeto BH-Telemed.

Outro benefício do investimento na Rede Giga reside na sua contribuição para a redução de custos, e o aumento de eficiência do sistema de telefonia da UFMG, resultando em redução dos custos e no aumento do poder de negociação entre a Universidade e as prestadoras dos serviços telefônicos.

A UFMG é, ainda, o ponto de presença, em Minas Gerais, da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP, criada em 1989, e gerida pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. Em 2005, a capacidade dessa Rede foi aumentada para 10 Gbps. Ela possibilita o acesso à internet de alta velocidade para cerca de 240 instituições de ensino superior e de pesquisa do país, e para as agências do MEC e do MCT.

A UFMG não tem, no momento, uma política de expansão do sistema de informática claramente definida. Anualmente, verifica-se o que precisa ser atualizado na infra-estrutura, inserindo-se essa previsão na proposta de orçamento. O que está em andamento é uma política de estímulo à adoção de softwares livres para estações de trabalho e servidores, mas ainda não foram estabelecidas metas para vencer as dificuldades dos usuários, visando ao abandono dos softwares pagos e a migração para os livres.

A infra-estrutura conforme a percepção dos usuários

No estudo dos grupos focais promovido pela comissão de avaliação as críticas mais acentuadas feitas pelos participantes, em especial pelos docentes, se referiam à infra-estrutura, ressaltando espaço físico insuficiente, escassez de materiais e equipamentos desatualizados. Essas características estariam resultando em prejuízos para uma produção acadêmica mais avançada.

Parte do problema vem sendo sanado por meio das atividades de prestação de serviços, como cursos de especialização e realização de projetos de interesse de instituições privadas, que possibilitam adquirir equipamentos e materiais sem depender do orçamento da Universidade. Essa situação, contudo, é objeto de questionamento dos docentes, ao considerar que, gerada por restrições do financiamento do governo federal, ela, de certa forma, leva a um desvirtuamento das funções da Instituição.

Foram relatadas por funcionários experiências de situações de risco, que demandam manutenção corretiva permanente, como em elevadores e sistemas elétricos. Professores e alunos também manifestaram preocupação com relação ao funcionamento adequado do Campus Pampulha, quando os prédios da Escola de Engenharia e da Faculdade de Ciências Econômicas estiverem em pleno funcionamento, em especial com relação aos restaurantes e às complicações decorrentes do acréscimo de volume no trânsito e na demanda de estacionamento. Os discentes acentuaram, de modo particular, as deficiências existentes com relação ao acesso a computadores, número de equipamentos disponíveis para uso no ensino e recursos bibliográficos disponíveis. No caso das bibliotecas, foram ainda salientadas as restrições impostas pelos horários e dias de funcionamento, e os funcionários observaram que a instabilidade na rede informatizada ocasiona paralisação em todo o sistema, prejudicando o funcionamento.

Foram salientados também aspectos positivos dessa percepção. Não passaram despercebidos para os participantes dos grupos focais os investimentos que a Universidade tem feito, em período mais recente, para a melhoria nesses aspectos da sua infra-estrutura, reconhecendo as dificuldades enfrentadas para atingir condições de funcionamento mais próximas das ideais. Do mesmo modo, o cuidado com o meio ambiente, e a localização do campus foram valorizadas de forma particular, por proporcionarem boas condições de trabalho e estudo.

O questionário respondido pelos estudantes que fizeram o ENADE, em 2004, contém também algumas questões relativas à infra-estrutura. Um resumo das respostas mais freqüentes encontra-se na Tabela 42.

Tabela 42

Médias da avaliação de alguns itens da infra-estrutura da UFMG, feita pelos estudantes da UFMG que fizeram o ENADE em 2004.


[Para melhor visualização clique na tabela]


As médias das respostas indicam, inicialmente, não haver distinção nas avaliações feitas por ingressantes e concluintes que fizeram parte da amostra, nem entre os itens analisados. Um pouco mais da metade dos estudantes considera que o espaço para as aulas práticas é adequado na sua maior parte, sendo que um percentual, cerca de 30% inferior a este, manifestou a mesma opinião com relação ao material de consumo e aos equipamentos disponíveis para as aulas práticas. As condições das instalações físicas foram um pouco melhor avaliadas do que os dois itens anteriores, em relação ao primeiro, sendo consideradas por quase a metade dos estudantes como amplas, arejadas, bem iluminadas e com mobiliário adequado. Deve ser lembrado que o ENADE 2004 avaliou o desempenho dos estudantes da área de Saúde, o que significa que os concluintes já haviam cursado e os ingressantes ainda estavam cursando disciplinas no Instituto de Ciências Biológicas. Isso ajuda a compreender o fato de não ter havido uma avaliação mais fortemente positiva para nenhum dos itens nessa parte do questionário.

Apreciação

Tendo em vista o projeto que a UFMG vem desenvolvendo no sentido de reunir suas unidades dentro de campi, e as ampliações feitas nas unidades neles existentes, pode-se afirmar que a sua infra-estrutura, salvo algumas exceções, está funcionando em condições bastante satisfatórias para o cumprimento de suas atribuições. Algumas unidades encontram-se bastante saturadas, caso mais expressivo do Instituto de Ciências Biológicas, e há unidades e órgãos cujos espaços não são muito adequados. A despeito das limitações decorrentes de sua posição no sistema federal, contudo, a Universidade tem feito um investimento significativo no sentido de ir, paulatinamente, aprimorando suas condições de funcionamento.

Algumas adequações visando ao aprimoramento são bastante onerosas, como é o caso do Hospital das Clínicas com seus anexos, devido ao padrão de acabamento necessário a esse tipo de edificação, e às máquinas de ar condicionado, cujos filtros e pressões são específicos para o tipo de utilização. No caso do Campus Regional de Montes Claros, o que mais se destaca é a necessidade de laboratórios mais bem equipados, atualizados, e, até mesmo, criados. No conjunto da Universidade, há problemas com relação à disponibilidade de equipamentos de informática em número e qualidade suficientes, bem como em relação à atualização e à adequação numérica do acervo bibliográfico.

Há indicações suficientes, contudo, de que a Instituição tem estado atenta para as deficiências existentes, e de que vem buscando alternativas para equacioná-las. As políticas apresentadas, voltadas para a conservação, atualização, segurança, estímulo à utilização, preservação do meio ambiente, e promoção da acessibilidade, permitem perceber o esforço que vem sendo feito nessas direções, mesmo tendo em vista as restrições orçamentárias. É ainda muito elevado o percentual das instalações sanitárias não adaptadas para pessoas com deficiências.

É provável que essas políticas não estejam chegando de forma adequada e a tempo para toda a comunidade, considerando algumas das críticas feitas nos grupos focais. O desequilíbrio, que caracteriza a distribuição dos elementos infra-estruturais na Universidade, também contribui para gerar insatisfação mais acentuada em algumas unidades ou segmentos. Esta situação cria um ambiente favorável para que aqueles dentro da comunidade que se autovalorizam de modo excessivo venham a atribuir mais a si próprios do que à sua vinculação a uma instituição como a UFMG, o fato de terem podido obter recursos de agências financiadoras para desenvolver pesquisas em condições consideradas como mais adequadas.

Nota


[41] Volume já incinerado: 2.500 kg.