Resumo Executivo

A Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG é uma instituição pública federal, com dois campi em Belo Horizonte e um terceiro em Montes Claros, no norte do estado. Há mais de 20 anos registra experiências pioneiras de processos internos de avaliação, que a distinguem no conjunto das instituições de educação superior brasileiras.

No início dos anos de 1990, a partir da avaliação de procedimentos acadêmicos específicos do ensino de graduação, a UFMG adotou a iniciativa de aproveitamento semestral de todas as vagas ociosas por meio de processos de transferência e de admissão de graduados. Aderiu e implantou, também, o Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras – PAIUB, que produziu importantes impactos sobre o ensino de graduação, e levou à constituição da Comissão Permanente de Avaliação do Ensino de Graduação. Foram implantadas as avaliações das disciplinas pelos discentes, realizados estudos sobre temas como a evasão e a seletividade social no acesso aos cursos de graduação. Realizaram-se, ainda, avaliações externas de todos os 37 cursos de graduação que, no final da década, já tinham turmas graduadas.

A Diretoria de Avaliação Institucional foi criada pela gestão da Reitoria do período 2002-2006, iniciativa que iria levar, no médio prazo, à realização de um processo de auto-avaliação da Instituição associado à avaliação externa. A aprovação da lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, que instituiu o SINAES, no entanto, tornou urgente a promoção de um rearranjo nas prioridades então estabelecidas.

À aprovação da mencionada lei seguiu-se a edição de diretrizes específicas quanto aos procedimentos de avaliação da educação superior, e de um roteiro indicativo das dimensões a serem avaliadas. Ambos, sem dúvida, são importantes instrumentos no que concerne ao fornecimento de orientações gerais, num processo que envolve um volume considerável de instituições de ensino superior. A necessidade de adaptação das instituições de ensino superior a essas diretrizes levou a CPA da UFMG a prescindir da construção de um projeto conforme critérios e prazos próprios.

A metodologia de trabalho adotada pela CPA constou de uma etapa inicial de análise do roteiro elaborado pela CONAES/ MEC, buscando especificar os procedimentos a serem adotados com o objetivo de atender às diversas dimensões. Isto se deu, devido à grande diversidade de documentos e dados a serem pesquisados e à necessidade de realização de algum estudo mais aprofundado a partir dessas informações. Adicionalmente, foram definidos três procedimentos a serem realizados, destinados a ampliar a visibilidade proporcionada pelos dados documentais. Dois deles foram voltados para a apreensão de aspectos da representação social sobre a Universidade: um questionário disponibilizado na internet e um estudo com grupos focais. O questionário dirigiu-se mais especificamente para a captação de informações acerca da percepção da imagem da Instituição pelas comunidades interna e externa. Os grupos focais realizados com alunos, professores e funcionários, tiveram o objetivo de analisar aspectos relacionados ao ensino, pesquisa e extensão, à comunicação com a comunidade interna e externa, às políticas de pessoal, à organização e gestão da Universidade, e à sua infra-estrutura. Ambos os instrumentos tiveram um relatório conclusivo, e as observações neles contidas foram analisadas pela CPA, para posterior incorporação ao relatório final da avaliação interna.

O terceiro procedimento, constituído por uma versão simplificada do roteiro de auto-avaliação, a ser aplicada pelas unidades acadêmicas e órgãos suplementares da Universidade, visava objetivos de três ordens distintas. Buscou-se tanto ampliar a participação da comunidade acadêmica no processo de auto-avaliação, como identificar possíveis aspectos que no tratamento dos dados disponíveis na administração central, tivessem escapado ao olhar da comissão. Buscou-se, por fim, captar percepções institucionais sobre o processo de auto-avaliação. Esses relatórios foram analisados pela CPA, incorporando-se ao relatório final aquilo que se considerou pertinente.

A comissão buscou estabelecer alguns parâmetros de qualidade da Instituição a serem utilizados como referência para a auto-avaliação. Tendo em vista o contexto em que se insere a educação superior brasileira hoje, a contribuição da Universidade para a expansão da oferta de vagas discentes e suas ações visando à inclusão social são, sem dúvida, dois referenciais importantes. Além desses, considerou-se significativo avaliar as ações da UFMG sob dois pontos de vistas distintos: de um lado, sua atuação no sentido de produzir conhecimento nas diversas áreas e de formar quadros capazes de transmitir e produzir conhecimento, de outro, sua capacidade de atuar de forma academicamente inovadora e socialmente comprometida com os valores éticos do desenvolvimento social e humano.

A missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional.

A Universidade Federal de Minas Gerais, nome adotado em 1965 por determinação do Governo Federal, é pessoa jurídica de direito público, mantida pela União, dotada de autonomia didático-científica, administrativa, disciplinar e de gestão financeira e patrimonial.

Nos termos do Estatuto,[1] a Universidade Federal de Minas Gerais tem por finalidades precípuas a geração, o desenvolvimento, a transmissão e a aplicação de conhecimentos por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, compreendidos de forma indissociada e integrados na educação do cidadão, na formação técnico-profissional, na difusão da cultura e na criação filosófica, artística e tecnológica. A UFMG constitui-se em veículo de desenvolvimento regional, nacional e internacional e, no interesse dos seus objetivos, mantém cooperação acadêmica, científica, tecnológica e cultural com instituições nacionais e internacionais. Visando ao cumprimento integral das finalidades estatutárias, assume como missão gerar e difundir conhecimentos científicos, tecnológicos e culturais, destacando-se como instituição de referência nacional, formando indivíduos críticos e éticos, com uma sólida base científica e humanística, comprometidos com intervenções transformadoras na sociedade e com o desenvolvimento socioeconômico regional e nacional.

No conjunto das instituições de ensino superior brasileiras a UFMG ocupa posição de destaque, como resultado da conjugação entre os valores com os quais está comprometida e a atenção aos desafios constantemente apresentados pela realidade em permanente modificação. Os documentos oficiais da Universidade indicam, com clareza, sua identidade, propósitos e os princípios pelos quais busca pautar sua atuação. Segundo seu Projeto Pedagógico Institucional,[2] as diretrizes para os cursos de graduação, a serem apresentadas mais adiante, evidenciam que os princípios mencionados se concretizam na proposta pedagógica e curricular. Existe, portanto, uma correspondência entre o que está preconizado nos documentos oficiais e a formação disponibilizada para o corpo discente, seja no que diz respeito à estrutura curricular, seja quanto aos ideais pedagógicos.

Problemas variados fazem, igualmente, parte da agenda da UFMG, e decorrem dos desafios frente aos quais ela não pode deixar de se posicionar. Entre eles, destaca-se a necessidade de expandir as vagas discentes, meta estabelecida no Plano Nacional de Educação, e compromisso das instituições públicas de ensino superior. Cabe à Universidade interrogar-se sobre os mecanismos a serem implementados de modo a atender ao que lhe cabe no cumprimento dessa meta. O cenário é bastante complexo e inclui a necessidade de investimentos financeiros significativos e as implicações decorrentes da ausência de uma efetiva autonomia administrativa, responsáveis pelas dificuldades que encontra para compor os quadros docente e técnico-administrativo necessários para atender à ampliação da oferta. Esse aspecto, particularmente, tem sido um obstáculo para o convencimento dos responsáveis por unidades acadêmicas e cursos com relação à decisão do Conselho Universitário de priorizar a ampliação da oferta de vagas no turno noturno, alternativa que tem mostrado ser muito eficaz para promover a expansão do corpo discente, marcado por expressiva inclusão social nesse turno.

A política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas normas de operacionalização, incluindo os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as bolsas de pesquisa e as demais modalidades.

Ensino de graduação

A UFMG oferece 48 cursos de graduação, sendo cerca de 70% deles com duas entradas anuais de alunos. Em 2005, foram 5.951 ingressantes, dos quais 4.674 preencheram as vagas oferecidas no vestibular e as demais são decorrentes de outras formas de ingresso, dependentes e independentes de vagas.

O projeto pedagógico em vigor se baseia na proposta de flexibilização curricular, que sinaliza para a necessidade de que a formação do profissional da UFMG não se restrinja ao domínio apenas da área específica do curso. Tem por premissas:

  • O currículo é o conjunto de atividades acadêmicas previstas para a integralização de um curso. A atividade acadêmica curricular é toda aquela considerada relevante para que o estudante adquira o saber e as habilidades necessárias à sua formação, e que contemple processos avaliativos;

  • O curso é um percurso, ou seja, pode haver alternativas de trajetórias curriculares;

  • Cada aluno deve ter um grau de liberdade relativamente amplo para definir o seu percurso;

  • O currículo deve contemplar, além da formação em área específica do saber, uma formação complementar em outra área;

  • Além da aquisição de conteúdos, o currículo deve contemplar o desenvolvimento de habilidades e de atitudes formativas.

Em 2001, o CEPE aprovou as Diretrizes para os Currículos de Graduação da UFMG, com base na proposta da Câmara de Graduação e nos vários debates realizados após a conclusão da proposta pela Câmara. De acordo com essas diretrizes, os currículos devem contemplar, necessariamente, um núcleo de formação específica, uma formação complementar – que pode ser preestabelecida pelo colegiado, ou aberta, formulada pelo aluno sob a orientação de um tutor – e um conjunto de atividades livres. Este processo se encontra em fase de implantação.

Tendo em vista a importância de proporcionar aos alunos condições adequadas para a vida acadêmica na Universidade, a UFMG realiza, há longo tempo e de maneira sistemática, uma política institucional de bolsas acadêmicas para a graduação. Essas bolsas são mantidas com recursos orçamentários e distribuídas segundo a disponibilidade dos mesmos.

A importância que o processo de internacionalização adquiriu na formação do estudante de ensino superior no atual contexto globalizado, e a necessidade de que essa questão recebesse um tratamento institucional, fez com que a UFMG atribuísse ênfase especial à mobilidade discente, como a possibilidade de que o estudante inclua a experiência internacional como componente na sua formação. Esse processo experimentou expansão significativa nesse início de século, resultado do trabalho desenvolvido pela UFMG no esforço de captar novas parcerias e na gestão dos programas de intercâmbio. Estudantes estrangeiros também estão contemplados nesse programa.

Com relação à avaliação de cursos de graduação, concluintes de 26 cursos fizeram o Exame Nacional de Cursos no período 1999 a 2003. Segundo padronização das notas feita pelo INEP, as notas mais baixas obtidas pela UFMG foram, em média, 10% superiores em relação ao Brasil, à região Sudeste e ao estado de Minas Gerais, e as notas mais elevadas foram entre 30% e 40% superiores.

Em 2004, os estudantes da área de Saúde da UFMG foram submetidos ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE. Comparando as médias obtidas por esses estudantes com os resultados do Brasil, verifica-se que elas foram superiores em todos os cursos, com diferenças que variavam entre 10% e 30% na formação geral e entre 2% e 20% no componente específico.

A UFMG oferece ensino de graduação de boa qualidade, o que vem sendo atestado pelos exames nacionais, e busca eficiência nessa sua área de atuação. A iniciativa de estabelecer um programa de bolsas, com base nas suas próprias disponibilidades orçamentárias, é um ponto importante a ser valorizado. Do mesmo modo, destaca-se o dinamismo que vêm adquirindo os programas voltados para o intercâmbio dos estudantes em instituições nacionais e estrangeiras, para a recepção de alunos de outras instituições de ensino e para os acordos e convênios firmados com instituições internacionais. Uma questão adicional se refere à ausência, na documentação analisada, de inquietações dos docentes e alunos quanto à qualidade e relevância da formação que é dispensada. Os resultados das avaliações nacionais de que a Universidade participa são bastante positivos, mas cabe perguntar se, apesar disso, não existiriam redirecionamentos a serem estabelecidos. Esta ausência indicaria apenas a inadequação dos instrumentos utilizados para perceber essas questões, ou isto significaria a presença de um grau elevado de conformismo e de acomodação na comunidade acadêmica?

Pesquisa

A UFMG possui 614 grupos de pesquisa consolidados, atuando 30,9% deles na área das Ciências da Vida, 35,1% na das Ciências da Natureza e Engenharias e 34% na área das Humanidades. Esses grupos compreendem 2.362 pesquisadores, sendo 1.512 doutores que desenvolvem 3.044 projetos em 911 linhas de pesquisa. Cerca de 10% dos projetos de pesquisa em execução na Universidade envolvem parceria com empresas, visando à busca de soluções para problemas sociais e dos setores produtivos do estado de Minas Gerais. Todos os 446 pesquisadores da UFMG que possuem Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq – 29,7% do total de doutores – integram os grupos de pesquisa da Instituição e dos 224 bolsistas classificados como de Nível I, 114 (51,8%) lideram seus respectivos grupos.

No período entre 1999 e 2004, a produção bibliográfica da UFMG foi de cerca de 52 mil trabalhos em forma de artigos, livros ou capítulos de livros, teses e dissertações docentes, tradução de artigos científicos e memoriais, resumos, monografias e ensaios. Entre 2000 e 2004, a produção do conhecimento teve um incremento superior a 25,2%, destacando-se, em especial, a área das Ciências da Vida. Em conseqüência desse desenvolvimento, a UFMG ocupa a quarta posição na produção científica entre as instituições brasileiras, responsável por 5,5% do total publicado.

A abrangência internacional e a qualidade da produção científica da UFMG se refletem no número de artigos indexados (4.484) pelo Institute of Scientific Information – ISI, no período 1995 a 2002. Entre as IES mineiras, a UFMG é a instituição cujos artigos atingiram posição mais elevada nesse indexador, correspondendo a 54,2% de toda a produção científica do estado de Minas Gerais, e, no conjunto das instituições federais, ela ocupa a segunda posição nesse item. Os acessos ao portal de periódicos da CAPES em 2004 situaram a UFMG no 5º lugar, correspondendo seus mais de um milhão de acessos a 4,38% do total.

Em relação à participação da UFMG no número de bolsas para pesquisador distribuídas pelas agências de fomento, esta Universidade também se destaca no estado de Minas Gerais, tendo recebido da FAPEMIG, em 2003, cerca de 40% do total distribuído por essa fundação. No cenário nacional, dados do CNPq relativos ao ano de 2004 mostram que, em diferentes indicadores, em comparação com outras instituições de ensino superior e institutos de pesquisa a UFMG, se situava entre o 4º e o 6º lugares.

A implementação, em 2003, do Fundo FUNDEP[3] para a Internacionalização, criou uma linha de fomento para parcerias institucionalizadas, contribuindo de modo importante para acelerar o número dessas parcerias, que triplicou entre 2002 e 2005. A diversidade de países parceiros aumentou, passando de 20, em 2002, para 28, em 2005, distribuídos pelos cinco continentes. Nesse período, foram formalizados 58 acordos e convênios com instituições da Europa, 22 da América Latina e Caribe, 15 da América do Norte, três da África, três da Ásia e um da Austrália. Um marco importante desse processo é a prioridade atribuída ao estreitamento de laços de colaboração acadêmica com países de língua portuguesa e da América Latina e do Caribe, com o objetivo de construir condições para maior compreensão e solidariedade entre esses povos.

Na gestão da pesquisa científica e tecnológica, a UFMG promove políticas visando à integração dos segmentos docente e discente na prática da pesquisa científica, possibilitando a participação dos alunos de todos os níveis no processo da geração do conhecimento; a articulação, interna e externa, entre os grupos de pesquisa da Universidade, buscando identificar temas estratégicos, bem como desenvolver atividades voltadas para a produção do conhecimento; a identificação de limitações e a busca de meios para o aprimoramento de infra-estrutura de pesquisa da UFMG; a identificação de oportunidades de financiamento para pesquisa; e a divulgação da produção científica da UFMG.

A criação da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica – CT&IT, que tem por missão estimular e promover a integração das atividades de geração, difusão e aplicação do conhecimento, tem tido um papel decisivo no que se refere ao desenvolvimento e transferência de tecnologia. Durante o período 1995 a 2005, foram requeridos 166 pedidos de patentes com titularidade na UFMG.

A UFMG desenvolve diversos programas institucionais, sendo grande parte deles realizados com apoio do Fundo FUNDEP de Apoio Acadêmico. São eles:

  • Auxílio a Projetos de Pesquisa de Recém-Doutores;

  • Auxílio para Editoração de Revistas Especializadas;

  • Programa de Apoio a Projetos Estruturantes de Pesquisa e de Pós-Graduação;

  • Programa Institucional de Iniciação Científica;

  • Programa de Artista Visitante;

  • Auxílio para Participação em Congressos;

  • Programa de Apoio Integrado a Eventos – PAIE.

Foi possível verificar que a UFMG, além de estimular o desenvolvimento e a excelência da pesquisa, orientando-se para a condução de uma ação institucional conjunta e multidisciplinar, está comprometida com a transferência para a sociedade do conhecimento que produz, bem como com a promoção de um padrão de relacionamento adequado com as empresas do setor industrial. Destacam-se, de modo especial, a coordenação de dois Institutos do Milênio, e a participação de pesquisadores nas redes de nanobiotecnologia, e no projeto Genoma Nacional. A UFMG está também comprometida com a relevância social de suas pesquisas, verificada através de seus projetos na área da alfabetização e letramento, e de política de segurança pública. Ressalte-se, também, a prioridade dada ao estreitamento de laços de colaboração acadêmica com países de língua portuguesa e da América Latina e do Caribe.

A comissão de avaliação encontrou certa dificuldade em registrar a atuação da Universidade em temáticas de ponta em todas as áreas do conhecimento, por razões de ordens diversas. Mesmo tendo na sua composição docentes e aluno de áreas distintas do conhecimento, houve dificuldade para identificar o que se poderia denominar de pesquisa de fronteira da ciência numa área como Ciências Humanas, por exemplo. No caso das Ciências Exatas e Biológicas, os próprios meios de comunicação contribuem para facilitar a produção da imagem do que é fronteira do conhecimento, condição que é mais difícil de ser estabelecida nas Ciências Humanas. Nesse caso, a ausência de relatório de auto-avaliação das unidades acadêmicas dessa área contribuiu para essa lacuna no relatório.

Extensão

O conceito de extensão é definido no regimento geral da UFMG como “atividade acadêmica identificada com os fins da Universidade, processo educativo, cultural e científico, articulado com o ensino e a pesquisa, de forma indissociável, ampliando a relação entre a Universidade e a Sociedade”. As diretrizes que orientam as ações de extensão da UFMG são:

  • Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão: a relação entre o ensino e a extensão conduz a mudanças no processo pedagógico, além de possibilitar a democratização do saber acadêmico e o retorno à universidade de um saber reelaborado. A relação entre pesquisa e extensão possibilita que o conhecimento produzido contribua para a transformação da sociedade, estabelecendo relação entre teoria e prática;

  • Interdisciplinaridade: a extensão propicia a realização de atividades acadêmicas de caráter interdisciplinar, contribuindo para reverter a tendência a compartimentar o conhecimento, comum nas instituições de ensino;

  • Impacto social: a extensão é o meio pelo qual a Universidade pode desenvolver uma atuação voltada para os interesses e necessidades da maioria da população, na busca da superação das desigualdades e da exclusão, e da implementação de políticas públicas e do desenvolvimento regional;

  • Relação dialógica com a sociedade: a troca entre os saberes acadêmico e popular que a extensão proporciona possibilita a produção de conhecimento e o desenvolvimento de parcerias interinstitucionais.

A Universidade procura concretizar essas diretrizes por meio dos seus programas de fomento, como o de bolsas de extensão, que aloca anualmente cerca de 85% dos recursos do orçamento destinado a este segmento. Em 2005, foram concedidas 573 bolsas para estudantes envolvidos em projetos de extensão. Essas bolsas se fazem presentes, de modo mais acentuado, nas áreas de Ciências Humanas, Lingüística, Letras, Artes, e da Saúde.

As atividades relacionadas à prestação de serviços se dividem em dois grupos. As atividades do grupo I se referem às ações de consultoria, assessoria, curadoria, pesquisa encomendada, perícia e laudo técnico. No grupo II, elas se referem à prestação de serviços institucionais, de caráter permanente, como assistência hospitalar e ambulatorial à saúde, assistência hospitalar e ambulatorial veterinária, exames laboratoriais em saúde, exames laboratoriais tecnológicos, assistência judiciária e jurídica, restauração e conservação de bens, e recepção a visitas monitoradas.

A prestação de serviços do grupo I tem sido mais intensa, em média, o dobro daquela que ocorre no grupo II. Destaque especial nesse caso deve ser dado às áreas das Engenharias e das Ciências Exatas e da Terra, onde essas atividades são predominantes, enquanto a área de Saúde tem expandido a prestação de serviços característica do grupo II.

A atuação da UFMG para a extensão situa-se dentro de parâmetros de qualidade que podem ser considerados adequados, tanto no que concerne ao volume e diversidade das ações desenvolvidas, quanto no que diz respeito à população abrangida. Do ponto de vista da importância da construção de uma boa inserção regional pela Universidade, essas ações têm desempenhado papel relevante, indicando seu comprometimento para com a promoção de uma sociedade mais inclusiva e mais justa.

Há coerência nessas ações entre as diretrizes propostas para a área e a formulação e implementação das políticas acadêmicas da Universidade. As informações colhidas ainda apontam crescimento do investimento nessa área, destacando-se a distribuição de bolsas e a disponibilização de recursos para as diversas áreas do conhecimento.

A tendência identificada de orientar as ações extensionistas em grandes programas pode aportar contribuição importante para a produção do conhecimento, a interdisciplinaridade, a formação dos estudantes, além de resultar em impacto social mais significativo. Dessa forma, as ações deixam de ser pontuais, contribuindo para o incremento das relações entre a Universidade e a sociedade.

Outro ponto a destacar é a preocupação com o estabelecimento de uma avaliação sistemática das ações de extensão, e que tem se refletido na atuação da UFMG no cenário nacional. Exemplos disso são o desenvolvimento do Sistema Nacional de Informações de Extensão – SIEX/Brasil, e a hospedagem da Rede Nacional de Extensão – RENEX na Universidade.

Ensino de pós-graduação

O ensino de pós-graduação teve início na UFMG na década de 1960, quando 11 cursos foram criados em diversas áreas, aos quais se agregaram outros 21, criados na década de 1970. Nos anos de 1980 e 1990, por sua vez, a expansão e consolidação da pós-graduação foram impulsionadas por vários fatores, entre os quais se destacam os processos de avaliação desse sistema desenvolvidos na Universidade.

A partir de 1990, houve expansão considerável no número de cursos oferecidos, com crescimento da ordem de 50% até 2005, destacando-se, em especial, o aumento dos cursos de doutorado, cujo número quase triplicou, passando de 17, em 1990, para 48, em 2005. Em 2006, foram oferecidos 64 programas de pós-graduação, sendo 54 de doutorado e 60 de mestrado, abrangendo todas as áreas do conhecimento e distribuídos em todas as suas unidades acadêmicas.

Tendo em vista os resultados das últimas avaliações realizadas pela CAPES, a partir da instituição dos conceitos numéricos de 1 a 7, no triênio 2001-2004, 10% obtiveram conceito 7, 13% nota 6, 36% conceito 5, 31% conceito 4 e 10% nota 3. Conforme consta do relatório final desta avaliação, mais de 70% dos doutores atuam como professores permanentes na pós-graduação, sendo que 33% estão nas áreas de Ciências Biológicas e de Ciências da Saúde, e 28% nas áreas de Ciências Exatas e da Terra e das Engenharias. Cerca de 40% obtiveram o doutoramento no exterior, não se observando endogenia na formação desses docentes.

Entre os professores permanentes 42% são pesquisadores do CNPq, estando concentrados nas áreas de Ciências Biológicas (26%) e das Ciências Exatas e da Terra (17%). Conforme o tempo de titulação, a distribuição dos docentes é bastante equilibrada, não havendo indicação para a aplicação de alguma ação emergencial nesse caso, a não ser em um ou outro curso em que há maior concentração daqueles que estão próximos da aposentadoria. Os recém-doutores atingem 20%, e os que têm mais de 20 anos de titulação são 14%, havendo equilíbrio na distribuição entre os que têm entre cinco e até 20 anos de titulados, perfazendo 67% no total.

A evolução do número de bolsas de estudos concedidas pelas agências CAPES, CNPq e FAPEMIG no período 2002-2005 foi bastante positiva, havendo um aumento de 13% no número de bolsas para o Mestrado e 32% para o Doutorado.

Os dados apresentados sobre o ensino de pós-graduação da UFMG indicam que, desde o início de seu investimento nessa área, a Instituição vem cumprindo uma trajetória bastante positiva, obtendo grandes avanços na construção de programas sólidos e bem constituídos. O percentual de 59% de programas que receberam conceitos entre 5 e 7 no triênio 2001-2004 é um indicador importante desses resultados.

Deve ser observado, contudo, que esse desenvolvimento não se reflete de modo homogêneo na Universidade, tendo em vista a existência de um descompasso entre o ensino de graduação e o de pós-graduação. Esse descompasso evidencia a atribuição de mais privilégios ao segundo, assim como tem se refletido nos critérios de avaliação docente, aspectos que foram destacados de modo significativo nos depoimentos dos participantes dos grupos focais. Conforme será mostrado mais adiante,[4] predomina nessa avaliação a valorização das características associadas à pesquisa e à publicação, em detrimento das atividades de ensino e extensão.

A responsabilidade social da UFMG: inclusão social, desenvolvimento econômico e social, defesa do meio ambiente, memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural.

Instituição voltada para geração, desenvolvimento, transmissão e aplicação de conhecimentos por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, a UFMG tem buscado atuar na educação do cidadão, na formação técnico-profissional, na difusão da cultura e na criação filosófica, artística e tecnológica. Orienta sua atuação para a formação de cidadãos críticos e éticos, com uma sólida base científica e humanística, comprometidos com intervenções transformadoras na sociedade e com o desenvolvimento socioeconômico regional e nacional. Do mesmo modo, essa ação se volta para a oferta de uma educação pública de qualidade, reconhecida nacional e internacionalmente.

O compromisso social desta Universidade pode ser percebido por meio do desenvolvimento de suas diversas atividades. O seu intenso envolvimento com a realização de ações de extensão universitária voltadas para a população cuja situação socioeconômica é de maior pobreza, e para a abordagem dos aspectos relacionados às condições ambientais da região e do país, entre outras mencionadas no decorrer deste relatório, são evidências do exercício da responsabilidade social da UFMG.

As pesquisas nela realizadas, por sua vez, demonstram o compromisso com a transferência de conhecimento para a sociedade e para o setor produtivo, apresentando contribuições ao desenvolvimento econômico e social do estado e do país. Nesse sentido, deve ser destacado, entre outros, o volume significativo de patentes transferidas para o setor produtivo, bem como o desenvolvimento de produtos e tecnologias voltadas para a promoção de acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Do mesmo modo devem ser também consideradas as ações desenvolvidas na área cultural, que se acentuaram e se diversificaram em período mais recente.

É importante salientar que todas essas ações caracterizam oportunidades de formação para os estudantes, além de proporcionar a oferta de cursos de extensão, de serviços de atenção à saúde, de formação na educação básica para aqueles que a ela não tiveram acesso na idade regular, sempre pautados pelos valores defendidos pela Instituição. Deve ser considerado, ainda, o compromisso institucional com a promoção de políticas inclusivas, que marca a atuação da Universidade desde a sua criação. Esse compromisso se concretiza mais especialmente no que concerne à garantia de permanência do estudante, por intermédio das ações realizadas pela Fundação Mendes Pimentel, proporcionando uma grande diversidade de instrumentos com esta finalidade. A inclusão social do ponto de vista do acesso à Universidade, contudo, é aspecto que ainda demanda maior investimento, de modo a favorecer uma relação mais equilibrada na composição socioeconômica dos estudantes. Há uma definição de política que prioriza o aumento da oferta de vagas no turno noturno, mas a velocidade de sua implementação ainda fica aquém do esperado. O que se verifica é que a intensidade da atuação da UFMG na área da permanência dos estudantes é muito maior e mais diversificada do que tem sido, até o momento, aquela que concerne ao ingresso.

A comunicação com a sociedade.

A comunicação institucional realizada considera que, nas entidades públicas, em especial numa universidade federal, ela deve ser estruturada como um valor que permita ampliar o conhecimento sobre suas atividades, sobre o seu nível de abrangência e relevância e os resultados obtidos, tornando possível a crítica externa sobre os objetivos e as ações que nela se desenvolvem. Nessa perspectiva, as estratégias de comunicação da UFMG se estruturam a partir de três eixos:

  • A exigência de que as ações de comunicação busquem produzir visibilidade ao público interno e à comunidade externa, sobre as realizações da Universidade;

  • Todas as atividades da comunicação institucional devem incorporar a dimensão acadêmica, oferecendo, aos docentes e servidores técnicos e administrativos, oportunidades de aperfeiçoamento e atualização profissional nas diferentes áreas de especialização, e, aos estudantes, espaços de vivência profissional complementar;

  • A comunicação institucional, especialmente aquela realizada nos seus veículos massivos de amplo espectro (rádio, TV, revista e o site na internet), deve oferecer uma programação editorial alternativa à das produções midiáticas existentes, especialmente aquelas de natureza comercial.

A UFMG se utiliza de um conjunto amplo e satisfatório de estratégias, recursos e veículos para a comunicação com seus públicos interno e externo. A comunicação é feita com adequação de meios e canais, qualidade técnica, comprometimento com sua missão e mensagens direcionadas aos diferentes interlocutores.

Os números das tiragens das publicações impressas representam mídias compatíveis com seus públicos interno e externo. Em processo de ampliação e qualificação tecnológica, as emissoras de rádio e televisão já têm público consolidado, estando com projetos de expansão de seus diagramas de alcance e sua audiência. Seu portal apresenta um crescente e expressivo número de visitas, alcançando índice próximo de quatro milhões no período.

Desenvolve, também, processo de recepção e de respostas a solicitações, propostas e reclamações. Deve ser destacado, contudo, que a UFMG não possui um serviço específico de ouvidoria, que dê tratamento especializado e amplo às informações e demandas requeridas. Através de seu site na internet, contudo, recebe e responde a solicitações de informações, críticas e sugestões sobre diversos aspectos de sua organização e atuação, além da avaliação dos seus veículos de divulgação.

Ressalte-se ainda que, por estar numa instituição pública federal, a estrutura do órgão responsável pela comunicação se ressente da falta de quadro efetivo de pessoal. Isto faz com que, para realizar conjunto tão abrangente de atividades, nele trabalhe um quadro grande de pessoal contratado.

O cuidado com a avaliação da imagem pública institucional transparece através dos diversos instrumentos de comunicação que a Universidade mantém com o público interno e externo. Por meio das ações nessa área, a Universidade está aprimorando os meios de que dispõe para tornar públicas suas ações e garantir o controle social sobre a Instituição, seus fins e suas realizações.

A pesquisa feita por meio do questionário disponibilizado na internet possibilitou visualizar melhor a irradiação da comunicação sobre os diversos aspectos da imagem institucional. Ressalve-se, apenas, a contraposição entre esse resultado e o papel da mídia em geral, no que concerne a aspectos como a seletividade social no ingresso à Universidade, que, nas respostas a esse questionário, se apresentaram de modo distinto para membros e não membros da Instituição.

As políticas de pessoal, de carreiras do corpo docente e corpo técnico-administrativo, aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e condições de trabalho.

A UFMG desenvolve diversos programas voltados para a implementação de suas políticas de pessoal, com três objetivos principais: a qualificação dos servidores, o atendimento à saúde do trabalhador e a melhoria da qualidade de vida no trabalho. Por meio dessas ações tem também procurado conscientizar servidores de seus papéis no cumprimento da missão institucional.

A qualificação do pessoal docente, no período 2000-2004, registrou crescimento na porcentagem de doutores da ordem de 16,1% e uma diminuição do percentual de mestres de 5,3. Estes dados evidenciam a evolução da qualificação na UFMG. Já na qualificação do pessoal técnico-administrativo, no período 2000-2004 o aumento foi da ordem de 21% no número de técnicos com curso superior completo e 32% no número de mestres.

Com o objetivo de atender às funções relacionadas à promoção da qualificação dos servidores, da saúde do trabalhador e da melhoria da qualidade de vida no trabalho, a UFMG desenvolve diversos programas, apresentados a seguir.

  • O Programa Integrado de Desenvolvimento – PROGRID, com ações voltadas para o treinamento ou capacitação para o trabalho e para a vida, como o Programa de Educação de Jovens e Adultos, a bolsa Pré-Vestibular e a bolsa Ensino Superior;

  • O Programa de Proteção e Orientação ao Trabalhador Adolescente – PORTA. Implementado mediante convênio firmado entre a Universidade e a Cruz Vermelha Brasileira de Minas Gerais, visa à contratação de jovens entre 16 e 18 anos matriculados, no mínimo, na 8ª série do ensino fundamental, para a prestação de serviços junto às unidades e órgãos da UFMG. Tem como objetivo promover a inclusão social qualificada de adolescentes no mundo do trabalho através de programas de profissionalização institucional. No período 2002 a 2005 foram contratados 558 jovens, numa média de 140 ao ano;

  • O Programa de Arrendamento Residencial – PAR teve início em 2005, e tem por objetivo incentivar e apoiar os servidores de baixa renda da UFMG e da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para aquisição da casa própria. Inscreveram-se 592 servidores da Universidade, sendo que 126 participaram do primeiro sorteio, quando foram sorteadas 40 casas;

  • O Programa de Reserva de Vagas decorre da implementação das resoluções nº 10/1995 e Complementar nº 07 de 2004 do Conselho Universitário. Estas resoluções prevêem e regulamentam a reserva, pelos cursos de extensão e pós-graduação lato sensu na Universidade, de, pelo menos, 10% das suas vagas para participação gratuita de candidatos carentes e de servidores da UFMG. Tem por objetivo promover sua qualificação profissional e a educação continuada. Nessas condições, entre 2002 e 2005 foram concedidas 169 bolsas, numa média anual de 34 bolsas.

As informações analisadas sobre a política de pessoal da UFMG indicam que a Instituição se apresenta como um local de trabalho que é valorizado bastante positivamente pelos servidores. Essa valorização se faz tanto pela percepção da relevância institucional que ela tem externamente, como pela diversidade de oportunidades de formação e de participação em projetos voltados para a melhoria da qualidade de vida que oferece. Nesse particular, alguns aspectos chamam a atenção de modo mais significativo, em especial a forte aceleração que foi impressa, no período, à qualificação dos docentes e que possibilitou à Universidade constituir um corpo docente altamente qualificado. Deve ser registrado, contudo, o descompasso presente na área de Saúde, nesse caso. A proporção mais reduzida de doutores nessa área indica a necessidade de que, a despeito do crescimento já verificado nessa titulação e das características específicas da área, a Universidade deve exercer papel indutor visando à ampliação do percentual titulado em proporções similares à das demais áreas. A transparência que caracteriza o processo de alocação de vagas docentes, por sua vez, é um ponto extremamente positivo da gestão de pessoal da UFMG, embora seja necessário proceder a uma revisão dos parâmetros de qualidade vigentes para propor a alocação de vagas e para a análise dos relatórios departamentais, em grande parte restrita a aspectos quantitativos.

Com relação aos funcionários técnico-administrativos, é importante que os programas de qualificação oferecidos abranjam todos os setores, dado que eles são direcionados mais especificamente para aqueles que atuam nas unidades acadêmicas e especiais. Ao mesmo tempo, é urgente promover medidas visando à intensificação da qualificação desses funcionários, para que no curto prazo não seja mais possível encontrar servidores com formação abaixo do ensino fundamental completo.

Como ocorre com todas as instituições que integram o sistema federal de ensino superior, a UFMG se ressente fortemente da falta de autonomia administrativa, principalmente no que concerne aos seus reflexos sobre a implantação de políticas acadêmicas. A impossibilidade de repor, automaticamente, as vagas geradas pelas aposentadorias e outros eventos de docentes e técnico-administrativos, constitui-se num dos entraves, para dar impulso à prioridade da ampliação de vagas no turno da noite, ou para promover a oferta de vagas de disciplinas optativas suficiente para atender às propostas de flexibilização curricular que são desenhadas. Esta situação acaba induzindo a busca, mesmo que circunstancial, da utilização de procedimentos alternativos de modo a suprir necessidades mais urgentes. A ausência de autonomia administrativa é também responsável, em parte, pelo sentimento que foi expresso pelos funcionários técnico-administrativos nos grupos focais, quanto ao fato de que as oportunidades de capacitação, quando concluídas, não são aproveitadas adequadamente pela Universidade.

Organização e gestão da Instituição, funcionamento e representatividade dos colegiados, independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a participação da comunidade universitária nos processos decisórios.

A estrutura organizacional da UFMG está delineada em seu Estatuto e compreende dois órgãos de deliberação superior: o Conselho Universitário e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CEPE, além de um órgão superior de fiscalização econômico-financeira, que é o Conselho de Curadores. A administração superior, por sua vez, é composta pela Reitoria, com seus Órgãos Auxiliares e o Conselho de Diretores. O ensino, a pesquisa e a extensão estão sob a responsabilidade das Unidades e dos Órgãos Suplementares, estando previsto, ainda, um órgão de consulta: o Conselho de Integração Comunitária, que ainda não chegou a ser constituído.

A composição e as normas básicas de funcionamento desses órgãos estão estabelecidas no Estatuto, destacando-se o caráter da representação dos dois órgãos de deliberação superior. Neles, os docentes se fazem presentes na proporção de 70%, os discentes representam 1/5 dos docentes, e o corpo técnico-administrativo pode atingir até 15% dos docentes. Tanto no Conselho Universitário quanto no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, todos os membros votantes são eleitos ou indicados pelas Congregações, à exceção dos Pró-Reitores de Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, membros natos do CEPE, o que assegura características democráticas à representação na Instituição. Os membros deste último conselho integram câmaras, com competência deliberativa em matérias relativas à graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão, respectivamente, cabendo recurso ao plenário do CEPE. Os membros do Conselho Universitário, por sua vez, integram três comissões permanentes: orçamento e contas, legislação, e obras.

Registre-se que, apesar do caráter democrático dos órgãos de deliberação superior, os discentes e os membros do corpo técnico e administrativo que participaram nos grupos focais manifestaram insatisfação com os critérios de representatividade dos seus segmentos não só nos órgãos colegiados, como também em outras circunstâncias da vida da Instituição, considerando que a desigualdade existente privilegia os docentes. Foi também observado que falta participação ou interesse da comunidade universitária, em geral, pelos assuntos ligados aos processos decisórios da Universidade, ao mesmo tempo que se consideraram insatisfeitos com o retorno que recebem de seus representantes junto aos órgãos colegiados sobre as decisões que ali são tomadas.

Observaram ainda que, embora a burocracia seja necessária para o funcionamento da Universidade, ela atribui uma lentidão excessiva aos processos, tomando como exemplos a exigência do preenchimento de formulários diversos, e as dificuldades para realizar a matrícula em disciplinas eletivas. Os participantes dos grupos focais consideram, no entanto, que, além de ser uma instituição bastante democrática, a UFMG abre espaço para críticas, sugestões e discordâncias.

Os planos de gestão da Universidade Federal de Minas Gerais são elaborados no início de cada reitorado, estabelecendo-se metas a serem atingidas ao longo do mandato e, por vezes, prolongando-se sua execução na gestão do próximo reitor. Deve ser observado, contudo, que o planejamento não tem sido utilizado de modo corrente na universidade, quer como instrumento para a antecipação de problemas e definição de soluções, quer como instrumento para a projeção de metas e objetivos a serem atingidos no médio e longo prazo. A administração central da UFMG conta com uma Pró-Reitoria de Planejamento, cuja atuação tem se restringido ao tratamento de questões de ordem financeira. Apesar da grande importância dos aspectos financeiros no funcionamento de uma universidade pública, a complexidade desse mesmo contexto exige que ela tenha o planejamento como um objetivo importante de sua gestão.

Registre-se, também, que a concepção conservadora de gestão do Estatuto condiz, de certo modo, com a de uma instituição que tem a trajetória e o porte da UFMG. Essa concepção está presente na exigência dos votos da maioria absoluta do Conselho Universitário para a introdução de mudanças. Se, por um lado, esse critério garante a preservação da Instituição, por outro, gera dificuldades para a implementação mais rápida de experiências novas, aspecto importante do funcionamento dinâmico de uma Universidade que se pretende sintonizada com as necessidades da sociedade moderna.

É preciso considerar ainda dois aspectos. Em primeiro lugar, parte dos problemas aqui relacionados é inerente à condição de instituição pública federal que caracteriza a UFMG, o que pode resultar tanto em aspectos positivos quanto negativos para a gestão institucional. É típica do funcionamento da burocracia pública a presença de uma hierarquia que atua de modo mais frouxo, e na qual, à exceção de ocorrências mais graves, o não cumprimento de determinadas solicitações ou o não atendimento a convocações não se configuram em motivo suficiente e imediato para a aplicação de punições. No caso de uma instituição universitária, isso se reverte numa maior tolerância para com esse tipo de situação que, se por um lado resulta num ambiente em que a criação é permanentemente estimulada, por outro, gera dificuldades de várias ordens no que concerne ao cumprimento de prioridades que foram estabelecidas coletivamente. Numa instituição privada, algumas dessas questões se resolvem pela demissão do docente ou do funcionário, situação que não se faz presente numa instituição pública. De todo modo, há normas a serem cumpridas, e isso deve ser assegurado para o bom funcionamento da Instituição.

Em segundo lugar, parte das possibilidades para que a gestão de uma universidade pública seja bem-sucedida estão relacionadas à “boa vontade” encontrada por aqueles que estão no governo do Estado em um determinado período. O fato, por exemplo, de que os servidores técnico-administrativos passem a contar com uma nova carreira, e com os benefícios que ela pode trazer para a sua satisfação no trabalho, não se deve à Universidade, mas à disposição de negociação encontrada no governo federal. Algo semelhante pode ser dito das condições bastante favoráveis vividas pela UFMG em período recente, em relação à maior flexibilidade na gestão de recursos financeiros e na melhoria da infra-estrutura. Ou seja, muito contribui para a boa qualidade da gestão de uma instituição federal de ensino superior o fato de que ela se situe num cenário em que a educação superior pública se configure como política de Estado e não apenas de governos. Entre outros benefícios, disso resultaria maior respeito à sua autonomia e possibilidade de consolidação de projetos e planejamentos.

Infra-estrutura física: ensino e pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação.

Espaço físico

A UFMG ocupa uma área total de 8.775.949 m², sendo 583.375 m² de área construída, distribuída em três campi – Campus Pampulha, Campus Saúde, localizados em Belo Horizonte, e Campus Regional de Montes Claros –, ocupados com 19 unidades acadêmicas e três unidades especiais. O Campus Pampulha, criado na década de 1940, entrou em funcionamento a partir da década de 1960, nele localizando-se, atualmente, 12 unidades acadêmicas, uma unidade especial, e as unidades da administração central da Universidade.

No Campus Saúde estão situadas a Faculdade de Medicina, a Escola de Enfermagem e o Hospital das Clínicas, este constituído por um prédio principal e sete ambulatórios. Além das unidades localizadas nos campi Pampulha e Saúde, as Escolas de Engenharia e Arquitetura e as Faculdades de Direito e Ciências Econômicas localizam-se na região central da cidade. Outros órgãos estão localizados fora dos dois campi da capital: o Centro Cultural UFMG, o Conservatório UFMG, o Museu de História Natural e Jardim Botânico, e o Teatro Universitário. No Campus Regional de Montes Claros está situado o Núcleo de Ciências Agrárias. Fora de Belo Horizonte a UFMG tem duas fazendas, ambas ligadas à Escola de Veterinária, o Centro de Referência em Cartografia Histórica – Casa da Glória, e o Observatório Astronômico Frei Rosário.

Recentemente, foram concluídos 19.800 m² de obras, com a ampliação das instalações de várias unidades acadêmicas, a construção da sede do Centro de Musicalização Infantil, na Escola de Música, do novo conjunto residencial da moradia universitária, da Biblioteca Comunitária e Universitária do Campus Regional de Montes Claros, e dos laboratórios de Aquacultura, Calorimetria e Metabolismo Animal da Escola de Veterinária. Importantes reformas e adequações também têm sido realizadas em várias instalações, como a reforma do prédio principal da Faculdade de Educação, a expansão do Hospital Veterinário, a recuperação do “Palacinho” do Museu de História Natural e Jardim Botânico, e de unidades do Hospital das Clínicas.

Transporte

O Campus Pampulha é percorrido por três linhas de ônibus de transporte público, com freqüência considerada adequada, mesmo nos horários de pico. Os deslocamentos entre as unidades acadêmicas, administrativas, e de apoio, e o acesso às avenidas vizinhas completam-se com serviço gratuito feito por linha de ônibus própria. O transporte institucional é realizado por meio de uma frota de 214 veículos, baseados no Campus Pampulha. Esse serviço é realizado por 60 motoristas, sendo 82% deles do quadro de funcionários da Universidade, e o restante, terceirizado. Para atendimento a esses veículos, a UFMG conta com oficina mecânica e um posto para abastecimento e lavagem da frota.

Alimentação

Há restaurantes nos campi, e as cantinas, quando localizadas em unidades maiores, também oferecem refeições. Parte desse serviço – um restaurante no Campus Pampulha, um no Campus Saúde, um na Faculdade de Direito, um na Faculdade de Engenharia e outro no Campus Regional de Montes Claros – está sob a responsabilidade da Fundação Mendes Pimentel – FUMP,[5] que oferece refeições a baixo custo para a comunidade universitária, e subsidiada para estudantes com dificuldades socioeconômicas.

Segurança

O aumento da violência na cidade de Belo Horizonte tem afetado também a UFMG. A Universidade tem buscado ampliar a segurança nos campi e unidades, com aplicação de várias medidas, visando garantir o bem-estar da comunidade universitária e proteger o patrimônio.

Acessibilidade

Os espaços físicos das unidades da UFMG vêm sendo progressivamente adaptados, para atenderem à presença de pessoas portadoras de necessidades especiais. Nenhuma unidade, entretanto, atende ainda plenamente à Norma Brasileira ABNT NBR 9050, que dispõe sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

As áreas externas e internas do Campus Saúde, por sua vez, têm recebido atenção cuidadosa da Universidade, devido à circulação de um elevado índice de pessoas portadoras de necessidades especiais. Ainda há muito a ser realizado quanto à acessibilidade nesse Campus. Em ambos os casos, o pleno atendimento à norma depende da existência de recursos orçamentários.

Bibliotecas

O sistema de bibliotecas da UFMG é composto por 28 bibliotecas nos campi e nas unidades, acadêmicas e especiais. O acervo geral é de 724.925 títulos, entre livros, teses, periódicos e materiais especiais como fitas, mapas e globos. Os periódicos impressos abrangiam 376 títulos em 2005, devendo ser considerados também os títulos com textos completos acessados pelo Portal da CAPES, e outras 105 bases de dados referenciais.

Apesar das dificuldades financeiras apontadas, a Instituição tem investido na recuperação, proteção e segurança de seu patrimônio bibliográfico, tendo em vista que o sistema de bibliotecas é responsável pela guarda de um dos maiores acervos públicos do estado. Em 2004 foram realizadas e concluídas, com recursos provenientes do Fundo de Infra-Estrutura (CT-Infra), as obras de recuperação do telhado da Biblioteca Universitária, essencial para garantir a segurança do patrimônio.

A partir de 2005, o acervo das bibliotecas da UFMG começou a ser protegido eletronicamente contra furto. Foram implementadas medidas como a instalação de portais de segurança nas bibliotecas e a utilização de fitas magnéticas transparentes nos livros. O Sistema de Bibliotecas tem investido, também, em campanhas de recuperação e de preservação do acervo da UFMG tendo sido realizadas mostras itinerantes das obras recuperadas, buscando conscientizar a comunidade da necessidade do uso responsável das bibliotecas.

Informática, telefonia e rede de dados

Na UFMG, laboratórios e centros de pesquisa, gabinetes dos professores, bibliotecas e espaços administrativos e de apoio são providos de computadores e de acesso gratuito à internet. Além disso, os alunos dispõem de espaços de acesso livre, destinados a essa utilização.

Visando promover a integração entre professores, alunos e funcionários, foi criado o Sistema Grude, ferramenta eletrônica que envolve cerca de 35 mil pessoas, garantindo segurança e rapidez no armazenamento e troca de informações, além de fornecer a todos um endereço eletrônico e uma ferramenta de comunicação pela internet. Em decorrência desse trabalho, a UFMG passou a contar com uma base para uso de ferramentas de compartilhamento de documentos e de coordenação e controle de agendas e tarefas. O Grude permite, ainda, disponibilizar conteúdos para a criação de cursos a distância, bem como a interação por meio de aulas e conferências. A existência da plataforma Grude tornou viável a implantação, na UFMG, de alguns projetos de impacto, como o Tele-Medicina e o Quem Sabe, além do Financiar da FUNDEP, servindo de base, também, para a implantação do PingIFES, sistema nacional de coleta de dados das IFES, patrocinado pelo MEC.

Tendo em vista o projeto que a UFMG vem desenvolvendo no sentido de reunir suas unidades dentro do campi, e as ampliações feitas nas unidades neles existentes, pode-se afirmar que sua infra-estrutura está funcionando em condições bastante satisfatórias, com exceção de algumas unidades que encontram-se saturadas, caso mais expressivo do Instituto de Ciências Biológicas e de unidades e órgãos cujos espaços não são muito adequados. A despeito das limitações decorrentes de sua posição no sistema federal, contudo, a Universidade tem feito um investimento significativo no sentido de, paulatinamente, aprimorar suas condições de funcionamento. Algumas dessas adequações são bastante onerosas, como é o caso do Hospital das Clínicas, devido ao padrão de acabamento necessário e às máquinas de ar-condicionado, cujos filtros e pressões são específicas para o tipo de utilização. No caso do Campus Regional de Montes Claros, além da criação de laboratórios, é preciso equipar e atualizar os já existentes. No conjunto da Universidade, a existência de equipamentos de informática em número e qualidade suficiente, é outra questão a ser equacionada, bem como a atualização e adequação do o acervo bibliográfico.

Há indicações suficientes, contudo, de que a Instituição tem estado atenta para as deficiências e de que vem buscando alternativas de solução. As políticas voltadas para a conservação, atualização, segurança, estímulo à utilização dos recursos, preservação do meio ambiente e promoção da acessibilidade, permitem perceber o esforço que vem sendo feito, mesmo em presença de restrições orçamentárias.

É provável que essas políticas não estejam chegando de forma adequada, e a tempo, para toda a comunidade, considerando algumas das críticas feitas nos grupos focais. O desequilíbrio, que caracteriza a distribuição dos elementos infra-estruturais na Universidade, também contribui para gerar insatisfação mais acentuada em algumas unidades ou segmentos. Essa situação cria um ambiente favorável para que aqueles de dentro da comunidade atribuam mais a si próprios do que à sua vinculação a uma instituição como a UFMG, o fato de terem podido obter recursos de agências financiadoras para desenvolver pesquisas em condições consideradas como mais adequadas.

Planejamento e avaliação: processos, resultados e eficácia da auto-avaliação institucional.

A trajetória de atuação da UFMG é marcada pela presença de práticas de avaliação aplicadas a diversos dos seus segmentos. Algumas delas já se tornaram permanentes, enquanto outras são instituídas, visando proporcionar respostas a demandas eventuais da gestão universitária.

Entre as práticas permanentes destacam-se procedimentos voltados para o acompanhamento e a avaliação do desempenho docente. Aspectos parciais desse desempenho têm sido objeto de estudos mais específicos por parte da Comissão Permanente de Pessoal Docente, principalmente aqueles relacionados à produção de conhecimento. Do mesmo modo, a avaliação está presente nos relatórios anuais dos departamentos, produzidos com base nos relatórios anuais dos docentes. Os primeiros contribuem para o planejamento de objetivos e metas dos departamentos e das unidades acadêmicas, e se constituem em peças fundamentais no processo de alocação de vagas docentes.

A avaliação interna e externa do ensino de graduação, por sua vez, teve início a partir da integração da UFMG ao Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras – PAIUB, na década de 1990. Entre as atividades que vêm sendo realizadas, destaca-se a avaliação semestral das atividades acadêmicas/disciplinas cursadas e dos docentes que as ministraram, feita pelos alunos. Essa integração ao PAIUB resultou também na realização de um processo de avaliação interna do ensino de graduação, envolvendo a produção de dados sobre diversos aspectos, seguida por um diagnóstico. Concluída essa etapa, foi realizada a avaliação externa de 37 cursos, sendo excluídos desse processo apenas aqueles que ainda não ofereciam a formação curricular completa.

Entre os procedimentos avaliativos que decorrem de demandas específicas voltadas para o aperfeiçoamento da gestão universitária, está a avaliação do “Programa de apoio à pesquisa dos recém-doutores”, mantido desde 1999 com recursos do Fundo FUNDEP, programa que está proporcionando um diferencial acadêmico favorável aos contemplados em relação aos não contemplados. Na pós-graduação, além das avaliações regulares da CAPES, procedimentos de avaliação interna vêm sendo realizados. Em 2005 e 2006, todos os programas de mestrado e doutorado foram submetidos à avaliação interna, sendo estabelecidas metas a serem atingidas até 2010. A especialização foi objeto de diagnóstico em 2003, com o objetivo de avaliar suas dimensões, identificar tendências de expansão, as características do seu financiamento, e a relação que mantém com a pós-graduação stricto sensu. O Programa de Bolsas de Extensão foi avaliado, levando a aperfeiçoar os procedimentos utilizados para a concessão de bolsas e a viabilizar a articulação entre a extensão, o ensino e a pesquisa em diferentes áreas do conhecimento. Os periódicos editados por unidades acadêmicas, programas de pós-graduação e núcleos de pesquisa da Universidade foram objeto de um estudo em 2003, buscando indicadores de sua qualidade como veículos de comunicação científica, e analisando seu processo de gestão. Atualmente, têm sido conduzidos estudos sobre alternativas de inclusão social na Universidade, tendo em vista a explicitação do seu papel na ampliação do acesso aos estudantes provenientes de camadas mais pobres da população. Como pode ser verificado, o papel da avaliação para a tomada de decisões é valorizado na UFMG.

O planejamento sistemático da atuação da UFMG integrado à avaliação, contudo, pode ser considerado ainda incipiente, quando se leva em conta o conjunto da Instituição. As relações que se estabelecem entre a auto-avaliação e o planejamento são localizadas e visam equacionar problemas específicos ou planejar a condução de alguns de seus segmentos, como é o caso da pós-graduação. A formulação do primeiro Plano de Desenvolvimento Institucional e a fixação de suas metas poderão representar uma oportunidade para que os mecanismos de avaliação adquiram novas características, e possam vir a se articular de forma mais sistemática ao planejamento global.

Ainda uma questão importante a ser mencionada diz respeito à necessidade de se insistir na disseminação de cultura que valorize a avaliação e o planejamento na Universidade. Esta primeira experiência de auto-avaliação institucional tem potencial para contribuir na definição de rumos para a Universidade, e necessita ser incorporada como atividade permanente da UFMG.

Políticas de atendimento a estudantes e egressos.

Na UFMG, os estudantes têm oportunidade de participar de diversas atividades. Seus direitos e deveres estão regulamentados pelo Estatuto e Regimento, estando prevista a participação nos órgãos de deliberação superior. Também está regulamentado o funcionamento do Diretório Central dos Estudantes, dos Diretórios Acadêmicos das unidades, e dos grêmios e centros de estudos existentes em alguns cursos. Atividades sociais e culturais são realizadas por eles, que participam também daquelas promovidas por instâncias da Universidade.

O acesso à Universidade é feito via processo vestibular, que na Universidade Federal de Minas Gerais tem sido objeto de permanente análise e debate, no que concerne à sua adequação aos sistemas de educação básica, e à atualização dos requisitos destinados a garantir as condições de segurança na sua realização, considerando o elevado número de candidatos que a ele concorrem. Mais recentemente, o aumento da demanda por vagas no ensino superior brasileiro, e a diferenciação presente na composição dessa demanda têm estado presentes com maior freqüência nesse debate.

Dentro da política para a democratização do acesso aos cursos de graduação, a UFMG conduz, desde 1971, um programa de isenção da taxa de inscrição no vestibular. A partir do vestibular de 2005, além da isenção do valor total da taxa, foi introduzida a isenção parcial, correspondente à metade desse valor.

A diversificação na composição da demanda e sua relação com as dificuldades existentes para a ampliação da oferta de vagas numa instituição federal são temas presentes na definição das políticas de acesso da UFMG. Em fevereiro de 2003, a partir da análise da composição socioeconômica e étnica dos candidatos aprovados no vestibular, o Conselho Universitário definiu como prioridade para sua política de democratização do acesso à ampliação de vagas no turno noturno. No conjunto de suas políticas para o acesso, a UFMG aprovou o estabelecimento de outras formas de ingresso além do vestibular, com o aproveitamento das vagas remanescentes da evasão.

Políticas voltadas para a permanência dos estudantes na Universidade vêm sendo conduzidas desde os primórdios da criação da Instituição. Em 1932, foi constituída a Associação Universitária Mineira que, em gestão conjunta de professores e estudantes, se encarregava da concessão da isenção das mensalidades dos cursos. Modernamente, essa iniciativa é conduzida pela Fundação Universitária Mendes Pimentel – FUMP, financiada pela contribuição semestral dos estudantes ao fundo de bolsas, por ocasião da matrícula, e pelos recursos que restam da realização do vestibular. Além de isentar dessa contribuição os que dela necessitam, a FUMP concede, entre outros, auxílio alimentação, moradia, programas de atenção à saúde, apoio à inclusão digital, apoio para intercâmbio internacional, para participação em eventos, e em programas culturais, e bolsa de trabalho. É dessa forma, sem a participação de recursos do governo federal e estimulando a participação solidária de todos, que essa política tem permitido desenvolver um conjunto de mecanismos destinados a garantir a permanência e conclusão dos cursos por parte de estudantes de condição socioeconômica desprivilegiada.

Estudos voltados para o acompanhamento e análise da inserção profissional de egressos dos cursos de graduação estão em desenvolvimento. Uma linha de estudos sistemática teve início em 2001, restrita aos cursos de Engenharia, considerando a inserção do egresso no mercado de trabalho, sua apreciação sobre o papel do curso para o desempenho profissional, e sua apreciação sobre o curso realizado. Na seqüência desse estudo, estão sendo analisados os graduados nos cursos de Medicina, Direito, Geografia, Ciências Biológicas e Ciências Sociais, o que permitirá conhecer a situação dos formados em cursos tradicionais das grandes áreas do conhecimento, bem como a dos cursos que oferecem as habilitações de licenciatura e bacharelado, e de turnos diurno e noturno. A seguir, terá início a avaliação dos egressos de todos os demais cursos que têm turmas formadas a partir de 1980. Esses estudos estão ainda concentrados na graduação, sendo necessário planejar as análises sobre os concluintes da pós-graduação.

A participação dos egressos na vida da Instituição se faz por meio do Programa Sempre UFMG, que tem por objetivo estreitar o relacionamento entre a Universidade e seus ex-alunos. Por intermédio desse programa, é promovido o evento “Ex-Alunos UFMG - Destaque”, que homenageia com a Medalha de Honra UFMG os ex-alunos que se destacaram na sociedade.

A Universidade tem implementado medidas, ainda que de caráter restrito, destinadas a assegurar o acesso a estudantes carentes. Sua atuação mais efetiva e ampliada se situa, porém, na esfera da garantia da permanência desses estudantes, na qual a FUMP tem participação acentuada. As questões relacionadas às políticas de acesso carecem, portanto, de um olhar mais atento, e de maior disposição política da Instituição, tendo em vista as demandas da sociedade pela promoção de maior inclusão social na educação superior. É necessário também avaliar a utilização do Exame Nacional de Ensino Médio – ENEM como instrumento dessas políticas, ponderando suas virtudes e problemas, diante de uma possível tomada de decisão da UFMG quanto a esse tema.

A abordagem abrangente das questões relacionadas aos egressos dos cursos de graduação, por sua vez, assume caráter pioneiro entre as universidades federais brasileiras. Dada a tradição de quase 40 anos de investimento intenso e de alta qualidade na pós-graduação, contudo, a formulação de programas de estudos destinados a proceder a um acompanhamento dos egressos desses cursos converte-se em medida de caráter urgente.

Sustentabilidade financeira: significado social de compromissos na oferta da educação superior.

Sustentabilidade financeira da Instituição e políticas de captação e alocação de recursos

Como uma das instituições federais de ensino superior, a UFMG recebe recursos do Tesouro Nacional. Conta, também, com recursos arrecadados diretamente – incluindo receitas com bens imóveis, serviços hospitalares, serviços de estudos e pesquisas e transferências, restituições de convênios, entre outros –, além de recursos de outras fontes, incluindo o Sistema Único de Saúde, o Fundo Nacional de Saúde e outros órgãos da administração pública.

As condições para a sustentabilidade financeira da UFMG e de todas as instituições federais de ensino superior implicam a convivência com os imprevistos presentes na realização do orçamento do Tesouro, que é, sem dúvida, um dos problemas mais complexos com que lidam os gestores das universidades federais. Informações constantes dos relatórios de auto-avaliação de algumas unidades acadêmicas, como Odontologia, Farmácia, Educação e Veterinária, dão conta de que tem sido necessário recorrer a fontes externas de financiamento – recursos provenientes da cobrança de taxas dos cursos de extensão e especialização e de atividades administradas por fundações de apoio – para assegurar o funcionamento de atividades do ensino de graduação.

Políticas de aplicação de recursos para programas de ensino, pesquisa e extensão

A UFMG tem políticas específicas para a aplicação de recursos em programas de ensino, pesquisa e extensão, com destaque para o Fundo FUNDEP de Apoio Acadêmico, resultante da aplicação de 70% do resultado operacional líquido daquela fundação. Por meio dele tem sido possível estabelecer e executar prioridades institucionais para a execução dos projetos, sem depender de decisões do governo federal ou de agências de fomento para o seu financiamento. Além disso, em relação à participação nos editais dos fundos setoriais, a UFMG tem adotado a política de não levar à decisão dos Conselhos Superiores projetos que reflitam apenas necessidades individuais de pesquisadores, mas que estejam em acordo com as necessidades institucionais.

Quanto à captação de recursos para pesquisa, o volume elevado de recursos recebidos pela UFMG, por intermédio de agências de fomento e de outros órgãos financiadores – 59% desses em 2005 foram obtidos da FAPEMIG, FINEP, CNPq e CAPES –, permite perceber a importância dessa atividade na composição das fontes, além do Tesouro Nacional, para o cumprimento dos compromissos institucionais na oferta da educação superior.

A questão da sustentabilidade financeira é um dos aspectos mais delicados da gestão das universidades federais, aí incluída a UFMG, em conseqüência da ausência de uma regulação que assegure autonomia de gestão financeira em condições adequadas às funções exercidas. A convivência com situações de contingenciamento de parcelas devidas pela União é parte integrante desse contexto. A insuficiência de recursos produz efeitos perversos, dificultando a formulação de uma política de investimentos que assegure a melhoria de qualidade de serviços prestados.

As características da realização do orçamento do Tesouro nas IFES e a ausência de autonomia de gestão tornam ainda mais complexa a condução da vida de uma universidade federal. Foi numa condição como essa que, em 2003, pela primeira vez na sua história, a UFMG apresentou dívidas com seus fornecedores, levando a Instituição a acordar com os diretores de unidades a utilização de mecanismos de contenção de custos, tornados públicos, posteriormente, para a comunidade universitária e a sociedade mineira.

Outras dimensões relevantes.

Cultura

No mundo contemporâneo as atividades culturais e artísticas adquiriram relevância, pelas suas características essenciais ao refinamento do humanismo e ao aperfeiçoamento da formação profissional. Dentro dessa perspectiva, a UFMG percorre um leque diversificado de atividades.

No Centro Cultural UFMG são desenvolvidas atividades em parceria com unidades da UFMG, como o Programa Cidadania Cultural, que compreende projetos de inserção social e de produção cultural. Abriga também o projeto interdisciplinar Rede.lê – Rede de Inclusão e Letramento Digital, que compreende 18 telecentros instalados em escolas públicas, organizações não-governamentais, comunidades de tribos indígenas e remanescentes de quilombos, e centros culturais da periferia da capital e interior do estado.

O Conservatório UFMG está instalado em prédio, reformado e restaurado, que abrigou durante mais de 30 anos a Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Além de manter estreito vínculo com a área de Música, o espaço serve de palco para outras formas de manifestações culturais.

Em parceria com o Programa Pólo de Integração UFMG no Vale do Jequitinhonha, são realizados, no Campus Pampulha, eventos para divulgar o artesanato do Vale do Jequitinhonha, envolvendo cerca de 70 artesãos. Além de seu caráter de relevância social e cultural, esse projeto possibilita aos artesãos a comercialização de peças do artesanato local.

Criado em 1967 por professores da Escola de Belas Artes da UFMG e Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte, o Festival de Inverno da UFMG consolidou-se como um dos maiores programas de extensão universitária da área artístico-cultural do país. Em suas 33 edições anuais, que ocorrem no mês de julho, o festival foi realizado em Ouro Preto, São João Del-Rei, Poços de Caldas, Belo Horizonte, estando sediado, a partir do ano 2000, em Diamantina, com a participação de milhares de alunos, visitantes e espectadores.

A atuação da UFMG tem sido bastante intensa e diversificada na área da cultura, mesclando-se com as ações mais diretamente relacionadas à extensão e, ao mesmo tempo, adquirindo autonomia em relação a elas. Atinge públicos diversos, indo do erudito ao popular, e nos vários campos das artes e manifestações populares. Em termos quantitativos, o que tem sido realizado é significativo, considerando-se a diversidade de projetos e ações executadas, o público atingido, a participação de alunos, a abrangência e variedade dos campos do conhecimento e dos fazeres culturais e artísticos envolvidos. Como parte da concretização das ações de responsabilidade social da UFMG, contudo, é necessário aprimorar a identificação das demandas do entorno social, e das alternativas de atendimento, dando maior eficácia à integração entre universidade e sociedade, principalmente tendo em vista as populações desprovidas de recursos econômicos e do acesso a bens e serviços culturais.

Editora UFMG

A Editora UFMG desempenha papel relevante na divulgação da imagem da Universidade. Reconhecida pela sociedade e pelo público que freqüenta os principais eventos científicos e editoriais do Brasil e do exterior como representante da Universidade. Com uma tiragem média de 1.500 exemplares e cerca de 400 títulos em catálogo, esses livros estão disponíveis em todo o território nacional, sendo que, entre 2001 e 2005, 47% dos 212 títulos novos foram de autores da Universidade. Promove, também, intercâmbio entre a produção local, nacional e internacional, favorecendo a troca de idéias e o debate, vitais para uma instituição universitária, contribuindo com o desenvolvimento regional e nacional. A Editora está a caminho de se tornar auto-sustentável financeiramente, ressentindo-se, porém, da falta de um modelo de definição jurídica, recursos humanos, infra-estrutura física e equipamentos para o bom desenvolvimento das suas atividades.

A ampliação quantitativa e qualitativa da produção editorial da UFMG tem contribuído para a divulgação da produção acadêmica da Universidade. A abrangência dessa ampliação demanda uma análise das implicações da manutenção desse projeto, considerando a qualificação profissional necessária, a estruturação do processo de trabalho, bem como a infra-estrutura física e os equipamentos requeridos.

Hospital das Clínicas

O Hospital das Clínicas – HC é a maior atividade de extensão da Universidade, braço que alcança a comunidade através da assistência médica hospitalar realizada por docentes e alunos, e coloca sua capacidade e conhecimento a serviço da saúde da população e das políticas de saúde que o estado implementa em conjunto com a UFMG. O HC atua na formação de estudantes, oferecendo 37 programas de residência médica, cursos de especialização em diversas áreas médicas e de enfermagem, e cursos técnicos de nível médio de enfermagem e de patologia. O hospital recebe, também, alunos de graduação, mestrado e doutorado.

Na área da pesquisa, tiveram início, em 2005, testes de vacina contra o melanoma e os cânceres de próstata e de rins. O hospital é o maior transplantador de órgãos do estado, e pioneiro em Minas Gerais no transplante de pulmão e no de fígado inter-vivos em adultos. Em 2002, com recursos doados por uma instituição privada dirigida por um ex-aluno da UFMG, passou a contar com o Instituto Alfa de Gastroenterologia, o mais bem equipado da América Latina na área, e sua criação ampliou, de modo significativo, o número das consultas e cirurgias gástricas.

Além de desenvolver extensa e relevante atividade de prestação de serviços, o Hospital das Clínicas é o maior formador de profissionais da área de Saúde de Minas Gerais. A gestão hospitalar ali praticada tem se constituído em modelo para os hospitais universitários do país. O tratamento dado aos encargos docentes pela Universidade, contudo, não contempla toda a complexidade do ato docente-assistencial, o qual envolve tanto a responsabilidade de cuidar e ensinar com competência e ética, quanto a responsabilidade final pelos atos assistenciais.

Os Fundos FUNDEP

A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – FUNDEP foi instituída em 1975 com a missão de dar apoio à gestão de projetos de pesquisa desenvolvidos na UFMG. Nos 30 anos de existência, sua atuação expandiu-se, gerenciando atualmente mais de mil projetos de pesquisa, extensão e ensino, e de prestação de serviços e desenvolvimento institucional.

Por determinação do Conselho Curador da FUNDEP, desde a década de 1980, parte do resultado operacional líquido é revertido em programas de incentivo à pesquisa e apoio acadêmico à UFMG. Para isto, foram constituídos os Fundos FUNDEP de Apoio Acadêmico e de Apoio Institucional, correspondendo, respectivamente, a 30% e a 40% daquele resultado.

O Fundo FUNDEP de Apoio Acadêmico foi instituído em 1986, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento da pesquisa, ensino e extensão da UFMG, em áreas pouco fomentadas pelo apoio governamental ou de interesse estratégico da Universidade. Além dessas modalidades de apoio, os recursos do Fundo FUNDEP de Apoio Acadêmico auxiliaram na atualização e diversificação dos títulos do acervo bibliográfico, e na composição de um fundo para auxiliar a publicação de artigos de pesquisadores da UFMG em periódicos de impacto, de modo a possibilitar maior inserção da Universidade na comunidade científica internacional.

O Fundo FUNDEP de Apoio Institucional foi criado em 2000, voltado para ações da Universidade que atendam às necessidades de obras civis de infra-estrutura e edificações vinculadas à pesquisa. Nos primeiros oito anos de vigência, o Conselho Curador determinou que o total de recursos desse fundo fosse destinado a obras voltadas para o desenvolvimento do Campus Pampulha.

A constituição dos Fundos FUNDEP se configura como um modo pertinente de relação entre a Universidade e sua principal fundação de apoio, e, de certo modo, é um modelo para a gestão de outras universidades públicas. O montante de recursos aportado tem contribuído de forma significativa para a estruturação de prioridades de investimento e expansão da Universidade. Aspectos relevantes são tanto a transparência impressa ao processo de decisão na destinação dos recursos quanto o controle que a UFMG exerce sobre suas fundações.

Educação básica e profissional

A atuação da UFMG na área da educação básica e profissional teve início em 1948, quando foi criado o Ginásio de Aplicação, vinculado à Faculdade de Filosofia, posteriormente denominado Colégio de Aplicação, voltado para a formação do ensino fundamental. Em 1952, foi criado o Teatro Universitário, destinado à formação de atores em nível médio. Em 1967, foi criado o Colégio Técnico, em decorrência de convênio firmado entre o Brasil e o Reino Unido para a formação de técnicos de nível médio. Em 1968, o Colégio Agrícola do Núcleo de Ciências Agrárias de Montes Claros foi agregado à Universidade. A inserção e organização da educação básica e profissional da UFMG estão sendo reestruturadas, tendo em vista o aprimoramento de sua gestão pedagógica e administrativa e da vinculação com as atividades dos cursos de graduação.

O longo tempo de atuação da UFMG na área de educação básica e profissional evidencia o seu compromisso com os outros níveis de ensino. Os dados relativos às escolas de educação básica indicam, contudo, que seu desempenho, no que se refere à conclusão dos cursos pelos estudantes, precisa ser aprimorado.

Museus

Em 2001, a UFMG criou a Rede de Museus e Espaços de Ciências e Tecnologias, que agregou o conjunto das suas instituições dedicadas a esta área. Com a criação dessa rede buscou-se somar esforços, otimizar recursos, encontrar soluções para problemas comuns, definir estratégias, planejar ações conjuntas, ampliar o intercâmbio com o público e agir de forma solidária, preservando a identidade, as características e a missão de cada espaço que a compõe.

A Rede de Museus e Espaços de Ciências e Tecnologias da UFMG é integrada por oito espaços de ciências e tecnologia. Eles estão situados em vários pontos da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Centro de Memória da Engenharia, Centro de Memória da Medicina, Centro de Referência em Cartografia Histórica, Estação Ecológica, Laboratório de História e Educação em Saúde, Museu de Ciências Morfológicas, Museu de História Natural e Jardim Botânico, e Observatório Astronômico Frei Rosário.

Conclusão

A experiência de trabalho com fontes sobre a Universidade Federal de Minas Gerais constituiu um grande desafio para esta comissão, pela diversidade e importância de seu conteúdo. Ao mesmo tempo, como uma primeira sistematização de dados e informações, o trabalho apresentado indica uma perspectiva promissora para o andamento de futuras avaliações. Ao olhar para a Universidade, esta comissão buscou produzir um retrato que fosse o mais transparente possível. Como instituição pública, suas virtudes e vícios devem ser destacados na justa medida, pois, além da responsabilidade da prestação de contas à sociedade, a auto-avaliação deve contribuir com a produção de parâmetros para as correções de percurso que venham a ser necessárias.

[1] Aprovado pelo Conselho Universitário em 5 de julho de 1999.

[2]Aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão em 19 de março de 2007.

[3] O Fundo FUNDEP está detalhado mais adiante, no item “Outras dimensões relevantes de atuação da UFMG”.

[4] Ver no item sobre a política de pessoal.

[5] Ver no item “Política de atendimento a estudantes e egressos”.