UFMG vai criar museu interativo

 

Atividades do Experimentário devem começar no próximo ano, com mostra de física no Centro Cultural

Marco Antônio Corteleti

 

a.gif (1197 bytes)Universidade está se preparando para criar o primeiro museu interativo de ciências do estado. Idealizado por quatro pesquisadores do departamento de Física do Icex, o Experimentário, como foi denominado o projeto, foi encampado pelo reitor Sá Barreto, que agora tenta obter recursos da iniciativa privada para viabilizar a construção.
Beneficiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o Experimentário ganhou no ano passado o direito de buscar investimentos financeiros da ordem de R$ 350 mil. Depois desse incentivo, os idealizadores chegaram ao primeiro patrocínio: o Bemge vai contribuir com R$ 11 mil mensais durante um ano, com opção de renovação por mais um. O acordo, assinado em agosto, prevê a liberação imediata da primeira parcela.
A iniciativa é baseada em alguns museus do gênero visitados pela equipe de pesquisadores, como o Exploratorium, de San Francisco (Estados Unidos) e o Experimentarium, de Copenhague (Dinamarca).
O museu deverá estar pronto e funcionando em sede própria no prazo de quatro a seis anos. Mas algumas de suas áreas poderão ser conhecidas e visitadas bem antes disso. O coordenador do projeto, professor Márcio Quintão, diz que a idéia do grupo é montar um acervo de física no Centro Cultural UFMG já em 1999.
"Estamos negociando a viabilização do espaço para iniciar o museu. O mais importante é que há vontade política tanto da Prefeitura de Belo Horizonte quanto da Reitoria da UFMG para que o projeto se desenvolva", ressalta Quintão.
A implantação do Experimentário foi orçada em cerca de R$ 3 milhões. A divulgação e o desenvolvimento dos projetos científicos ficarão a cargo do projeto UFMG Jovem.
A pesquisadora Letícia Myrrha, que juntamente com Nuno Correia dos Santos Cunha, Peter Leroy Faria e Sérgio Luiz Araújo Vieira compõe o grupo idealizador do Experimentário, diz que todas as áreas do conhecimento humano estarão representadas no novo museu. Em fevereiro, durante o UFMG Jovem, Letícia espera apresentar as primeiras maquetes e equipamentos ao público.

 

Aprendizado divertido

O Experimentário será um espaço de lazer cultural para crianças, adolescentes e adultos. Nele, os visitantes poderão se sentir como se estivessem num parque de diversões, com a vantagem de poderem adquirir conhecimento sobre todas as áreas da ciência. Será possível, por exemplo, ver a formação de um ciclone num tubo de vidro. Ou ter a sensação real de estar num terremoto dentro de um túnel giratório.

 

Vídeo da EBA ganha prêmio internacional

 

O.gif (1231 bytes)curta-metragem A Velha a Fiar, realizado pelo cineasta mineiro Humberto Mauro em 1964, foi a inspiração que a professora do departamento de Fotografia e Cinema de Animação da Escola de Belas Artes (EBA), Maria Amélia Palhares, teve para realizar o seu vídeo Afiar que, em setembro, conquistou o prêmio Tatu de Ouro de melhor vídeo de animação na XXV Jornada Internacional de Cinema da Bahia.

O evento premia trabalhos nas categorias de cinema e vídeo, ambas subdivididas em ficção, animação e documentário. Afiar concorreu com outros 10 vídeos de todo o país. Também participaram da Jornada vídeos e filmes da Argentina e Portugal.

O trabalho da professora da EBA foi realizado durante cerca de 80 dias no ano passado como produto final da sua dissertação de mestrado sobre diferentes técnicas de animação usadas no vídeo. No filme que serviu de inspiração para a professora da UFMG, Humberto Mauro mostra uma engraçada relação entre vários elementos vivos e inanimados (aranha, gato, vaca, cachorro, pau, fogo, etc.) e uma velha tecendo num tear.
Já em Afiar, a Maria Amélia apresenta 11 recursos distintos de animação (recorte, massinha, fotografia, arame, desenho em acetato, entre outros) nos oito minutos de duração do vídeo. "Cada técnica é empregada em um elemento da história", explica Maria Amélia. A vaca foi animada com fotografia, o gato, com recorte de papel, e o cachorro, com técnica tridimensional.
Afiar foi todo feito na UFMG. Maria Amélia utilizou equipamentos da EBA e do Centro Audiovisual (CAV) para produzir o vídeo. Mas isso não evitou que a professora gastasse dinheiro do próprio bolso para finalizar seu trabalho. Como o mestrado em cinema da EBA não concede bolsas aos alunos, a professora gastou cerca de R$ 1.500 na compra de material para confecção dos personagens.

Além de Afiar, outro trabalho desenvolvido na escola foi premiado na Bahia: o filme de animação Castelos de Vento, da ex-aluna da EBA, Tânia Anaya.