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promessa de muito humor e críticas ao sistema de saúde brasileiro, o tradicional Show
Medicina apresenta, entre 5 e 8 de novembro (quinta a domingo), o espetáculo Hospital
das Clínicas: ou vai, ou fecha - Do esplendor à esmola. Escrita, dirigida e encenada
por alunos da Faculdade de Medicina da UFMG, a peça estará em cartaz, no Teatro
Sesiminas, às 20 horas.
Este ano, cerca de 120 estudantes atuarão no Show, composto de dois grandes atos:
o primeiro com cinco quadros e o segundo com seis. O Show, criado em 1954, ficou
interrompido durante 10 anos pela censura militar. Voltou a ser apresentado em 1986 e,
desde então, foi sempre garantia de casa cheia. "Queremos assegurar a qualidade do
espetáculo e não desapontar nosso público que, a cada ano, é maior", diz o
estudante do 8º período de Medicina, Breno Figueiredo Gomes, um dos diretores
do Grupo Teatral Acadêmicos Amestrados (Grutaa), que coordena o Show.
A expectativa do Grutaa é vender 2.700 ingressos. Quem quiser assistir ao espetáculo
poderá comprar convites nos DAs do ICB e da Faculdade de Medicina ou no Sesiminas. A
entrada custa R$ 7 (quinta) e R$ 10 (outros dias).
Preparação
O primeiro requisito para atuar no Show é passar no vestibular
de Medicina, o que não é tarefa fácil. Depois, é preciso "jogo de cintura"
para conciliar os horários apertados do curso e os ensaios, tarefa igualmente difícil.
Mas, garante Breno, quem participa "sabe que vale a pena se esforçar". No
primeiro semestre, os alunos iniciantes fazem laboratórios de voz, e oficinas de
desinibição e construção de personagem. Os professores são os próprios alunos mais
experientes e os "oscaverados", ex-participantes do espetáculo que já se
graduaram. Oscarvero é o título dado aos participantes do espetáculo que fazem o
último período do curso de Medicina. Outra tradição é o batismo dos calouros, que
acontece na apresentação de quinta-feira.
No segundo semestre são escolhidos os melhores roteiros escritos pelos alunos, assim como
o figurino, o cenário, a iluminação e a sonoplastia. Nos ensaios gerais, todos sugerem
mudanças e fazem críticas para aprimorar o espetáculo. Às vésperas da estréia, o
trabalho fica tão intenso que atores e diretores são obrigados a matar aulas, algo pouco
comum no dia-a-dia do difícil curso de Medicina. Mas "como é para o Show os
professores acabam liberando", diz Breno Figueiredo. |