ICB e Faculdade de Educação
comemoram 30 anos de fundação


O ano de 1968 foi decisivo para a universidade brasileira. Nessa época surgiram os chamados institutos centrais _ ICB, Icex e IGC, no caso da UFMG _ e outras unidades, como as faculdades de Letras e Educação, dentro da chamada Reforma Universitária, criada por decreto do governo Costa e Silva. "Mas na UFMG a Reforma já caminhava
a pleno vapor", afirma o professor Aluísio Pimenta, atual reitor da Uemg e da UFMG à época. Durante sua gestão, já haviam sido criados vários institutos, como os de Química, Física e Matemática", mais tarde reunidos no Icex.
Na semana passada, o ICB festejou a data com a realização de seu IV Encontro de Pesquisa, enquanto o trigésimo aniversário da Fae e da Faculdade de Letras acontecem nesta semana. A abertura das comemorações na Fale foi feita no dia 16 pela vice-reitora Ana Lúcia Gazzola, professora da Unidade. Nesta edição, o Boletim relembra a trajetória da FaE e do ICB. Nas próximas, serão publicadas matérias sobre o Icex, o IGC e a Fale.

 

Instituto ganha livro de memórias

Cibelle Bouças

 

O.gif (1206 bytes)s 30 anos de fundação do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) foram comemorados durante o VI Encontro de Pesquisa promovido pela diretoria da unidade, na semana passada. Na ocasião, foi lançado o livro ICB 30 anos: Memórias do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, organizado pelo ex-diretor Ramon Moreira Cosenza
O livro faz um levantamento histórico do ICB, contando a trajetória dos seus departamentos e a evolução do curso de Ciências Biológicas desde os tempos do antigo curso de História Natural, uma de suas origens. A publicação também traz o nome de todos os alunos formados no curso entre 1945 e 1997.
A fundação do ICB resultou da política de criação dos chamados Institutos Centrais, que passaram a concentrar cátedras até então dispersas por várias faculdades, na década de 60. O reitor Sá Barreto saúda os 30 anos do ICB lembrando o pioneirismo da UFMG em várias ações que se tornaram referência para o país. "Os Institutos começaram a ser tornar realidade aqui na nossa Universidade", atesta o reitor.
Hoje o ICB se transformou numa mega-unidade, uma das maiores entre as universidades brasileiras, com cerca de 3 mil alunos de graduação e pós-graduação, o que corresponde a quase 15% do corpo discente da UFMG. "O ICB tem o porte da Universidade Federal de Ouro Preto", diz a diretora Marilene Michalick.

História

A criação do Instituto foi formalizada em 28 de fevereiro de 1968, com o decreto 62.137, que aprovou o Plano de Reestruturação da Universidade Federal de Minas Gerais. Originado da reunião de cátedras das faculdades de Farmácia, Enfermagem, Filosofia, Medicina, Odontologia e da Escola de Veterinária, o ICB iniciou suas atividades com 11 departamentos, atendendo a uma demanda de 1450 alunos de vários cursos de graduação e 20 de pós-graduação, concentrados no mestrado em Bioquímica.
No início, as aulas eram dadas em diferentes lugares da cidade, o que dificultava a integração Em 1970, o ICB passou a ocupar as instalações da Patologia Geral, na Faculdade de Medicina. A sede própria só foi conquistada em 1979, com a transferência para o prédio atual, no campus da Pampulha. "Foi a vinda para o campus que deu coesão à Unidade", diz o professor Cosenza.
A pesquisa básica, que sempre marcou a evolução do Instituto, ganhou impulso em 1969 com a criação do Grupo Interdepartamental de Estudos da Esquistossomose. Em 1985, o ensino e pesquisa ganharam o Centro de Microscopia Eletrônica (Cemel) e o Biotério, atual Centro de Bioterismo. A evolução continuou com o surgimento do Centro de Radiobiologia, em 1987, e com a organização dos comitês de Biotecnologia e Ciências Ambientais, em 1992. No ano passado, a Unidade abriu-se de vez à comunidade externa, com a criação do Museu de Ciências Morfológicas, que recebe mensalmente cerca de 1500 alunos de 1º e 2º graus.

 

O ICB em números

    Departamentos: 10
    Alunos de graduação: 2.800
    Alunos de pós-graduação: 350
    Professores: 250
    Funcionários: 219
    Cursos do ciclo básico: 10
    Programas de mestrado: 8
    Programas de doutorado: 7
    Alunos formados: mais de 40 mil
    Produção científica anual: 300 trabalhos

 

FaE é referência nacional em pedagogia

 

A.gif (1226 bytes)Faculdade de Educação (FaE) completa três décadas de existência consolidando sua posição de centro de referência nacional no campo da pesquisa, do ensino e da extensão. A partir de sua produção científica, inúmeros projetos de capacitação e qualificação docente, de aprimoramento e inovação de linhas pedagógicas, de ensino a distância e de elaboração de material didático, entre muitos outros, contribuíram decisivamente para a melhoria da qualidade da educação mineira e brasileira.
"Através da pesquisa na graduação e na pós-graduação, a FaE teve participação significativa na democratização do acesso de crianças ao ensino médio e fundamental de Minas Gerais", afirma Aparecida Paiva. Implantada em 1995 na rede municipal de ensino de Belo Horizonte, a Escola Plural, que elimina as séries e divide os alunos em ciclos, teve a participação direta de docentes da Faculdade.
A professora Magda Soares, que receberá o título de Professora Emérita da UFMG no dia 23, atesta que a Unidade sempre acompanhou os movimentos da Ciência da Educação, nesses 30 anos, com avanços científicos e espírito crítico. "É fundamental que continue sempre atualizada, com núcleos bem estruturados para desenvolver a pesquisa, o ensino e a extensão", diz.
Com esse espírito, a FaE começou a implantar cursos de ensino a distância em 1996. Coordenado pelo Centro de Treinamento para Professores de Ciências de Minas Gerais (Cecimig), o projeto de ensino a distância da Faculdade de Educação recebeu a cátedra da Unesco de formação docente no mesmo ano em que foi implantado. Segundo Aparecida Paiva, os cursos da Faculdade nessa área estimulam o uso das modernas tecnologias da informação e da comunicação no campo educativo, buscando novos processos de formação do educador.
Em 1999, a FaE iniciará outro grande projeto: a qualificação de cerca de 10 mil professores leigos (não graduados) em todo o estado, numa parceria com a rede pública de ensino.

 

Programação da festa

Dia 23

18h _ Abertura solene com as presenças do reitor Sá Barreto, e da vice-reitora, Ana Lúcia Gazzola.
Concessão do título de Professora Emé-rita a Magda Becker Soares.
19h30 _ Exibição do vídeo Política e Administração: Fragmentos de História e Memória _ FaE, 30 Anos
19h45 _ Lançamento das seguintes publicações: Universidade, Cultura e Conhecimento: A Educação Pesquisa a UFMG (Coletânea do Programa de Pós-Graduação em Educação da FaE/UFMG); Educação em Revista nº 28 (Revista da FaE); Anais do 5º Encontro de Pesquisa da FaE; e livros de docentes da FaE publicados recentemente.
20h30 _ Coquetel

Dia 24

19h _ Mesa-redonda: Três Olhares sobre a Formação de Educadoras/Educadores na FaE. Participação das professoras Vanessa Guimarães Pinto, Maria das Graças de Castro Bregunce e Juliane Marçal.
20h _ Conto no Jardim, com as professoras Myriam Chrystus e Regina Mota, da Fafich.
21h _ Encerramento da Gincana de Alunos e Alunas da FaE.
21h30 _ Congraçamento.

Local: auditório da FaE.

 

Anexo ampliará espaço físico

Responsável por abrigar o curso de Pedagogia e oferecer formação a alunos de 14 cursos de licenciatura nas mais diversas áreas da Educação, a FaE mantém ainda cursos de pós-graduação nos níveis de mestrado e doutorado e um curso de especialização em Ensino de Ciências. A unidade possui 2.200 alunos em licenciatura e nos cursos de Pedagogia e pós-graduação. Segundo Aparecida Paiva, o espaço físico é pequeno para acomodar tantos estudantes, além de professores e funcionários.
Para resolver o problema, será construído um anexo de 2.500 metros quadrados. As obras estão previstas para começar em março de 1999. "A solução definitiva, no entanto, só virá quando o prédio atual, que está em condições precárias, for reformado", diz a diretora.