 ntecipando-se à Reforma Universitária decretada em
da em 1968 pelo governo Costa e Silva, a UFMG criou os institutos centrais, frutos das
diretrizes traçadas pelo reitor Aluísio Pimenta, dois anos antes (ver artigo no BOLETIM
de 25/11/98). O primeiro, o de Biologia, hoje ICB, caminhava bem, mas os de Física,
Química e Matemática enfrentavam dificuldades. A solução foi a união das três áreas
no Instituto de Ciências Exatas (Icex). "Eram pequenas demais para funcionarem
sozinhas, pois não havia demanda de alunos nem estrutura de pessoal suficientes",
explica o atual diretor, professor José Francisco Soares.
Trinta anos depois, o Icex vive problema oposto. Os seus três departamentos cresceram e
outros dois surgiram (Ciência da Computação e Estatística). Hoje já se fala até em
nova redivisão. "Eles têm identidades e vocações muito claras e, por vezes,
bastante distintas", justifica o diretor.
A consolidação do Icex veio com o desenvolvimento de pesquisas que, hoje, são
referência para outras universidades. A extensão também ocupou lugar de destaque nessa
evolução, graças, principalmente, ao trabalho do Departamento de Ciência da
Computação "Foi através do DCC que Minas Gerais teve acesso aos primeiros
computadores que chegaram ao mercado", diz o professor Soares. Ele lembra que a
Telemig, entre outras grandes empresas, recebeu consultoria do DCC para implantar os seus
sistemas informatizados.
Excelência
Os departamentos de Química e Física, que se
destacam nacionalmente por sua excelência acadêmica, dedicam especial atenção à
pesquisa básica. Atualmente, tentam abrir suas portas à extensão. Uma dificuldade
enfrentada pela Química, cujo programa de pós-graduação recebeu nota 6 (excelente) na
recente avaliação da Capes, é o estado de conservação de seu prédio. "A atual
gestão se comprometeu a realizar obras de recuperação das instalações elétricas, mas
ainda é pouco em relação ao que o departamento merece", diz o diretor.
Uma deficiência da Unidade, apontada pelo diretor, é o pequeno número de profissionais
formados em Física, Química e Matemática: "Nos últimos anos, houve um aumento
significativo na formação de matemáticos, mas ainda é insuficiente para acompanhar a
demanda de mercado". Em 1995, apenas 23 alunos se formaram numa turma que começou o
curso com 50 estudantes. Com a criação do curso noturno, as vagas aumentaram para 90. Em
97, 59 matemáticos se graduaram pela UFMG.
O atual desafio do Instituto, diz Soares, é manter qualidade, melhorando o ensino e
abrindo mais portas para a extensão: "O Icex tem uma história de sucesso.
Precisamos aprimorá-lo em outras áreas, sem perder de vista a excelência de nossa
pesquisa". |