primeiro
grande passo para erradicar o Aedes aegypti, mosquito transmissor
da dengue, do campus Pampulha foi dado no dia 4 de fevereiro, com a realização
de um mutirão que percorreu todas as seções e unidades
à procura de focos do mosquito. A empreitada faz parte do campanha
UFMG contra a dengue, iniciada em 1998 e retomada este ano.
O mutirão, que mobilizou toda a comunidade acadêmica, começou
logo cedo com a distribuição de panfletos educativos na
entrada da avenida Antônio Carlos por integrantes do comitê
da campanha e por um grupo de crianças fantasiadas de mosquito
da dengue. O estudante do 1º período de Engenharia Mecânica,
Rodrigo Muniz Borges, que recebeu um folheto, disse ter esperança
de que a UFMG finalmente consiga acabar com os focos do mosquito. "Vai
funcionar", afirmou. O técnico de laboratório do ICB,
Afonso da Costa Viana, lembrou que a dengue fez várias vítimas
no ano passado: "Já estava na hora de a Universidade investir
numa ação eficaz contra a doença", disse o funcionário.
Todos os prédios do campus Pampulha foram vistoriados no primeiro
mutirão, que reuniu cerca de 500 pessoas. Participaram funcionários
da UFMG e do setor de zoonoses do Distrito Sanitário da Prefeitura
de Belo Horizonte, Regional Pampulha, professores e alunos.
A iniciativa resultou de uma ação conjunta da Pró-Reitoria
de Administração (PRA), Coordenadoria de Assuntos Comunitários
(CAC), Diretoria de Divulgação e Comunicação
e do Departamento de Serviços Gerais (DSG). O coordenador de Assuntos
Comunitários, Ronan Gontijo, destacou a participação
dos alunos do Centro Pedagógico e dos funcionários da limpeza
e das áreas verdes.
Perspectivas
A coordenadora do Comitê da campanha, professora
Elizabeth França, disse que foram inspecionados todos os possíveis
focos de reprodução do mosquito da dengue, como vasos de
plantas, garrafas e copos, contêineres, pneus e outros tipos de
entulho. "A vistoria não se limitou apenas aos prédios
e seus arredores, mas estendeu-se às áreas verdes, onde
se joga muito lixo", informou a coordenadora.
Durante o mutirão, o Distrito Sanitário da Pampulha apresentou
painéis contendo kits informativos dos quatro estágios do
mosquito da dengue - ovo, larva, pupa e o inseto adulto - no ICB, ICEx,
Fafich, Praça de Serviços e Centro Pedagógico. Neste
último, o grupo de teatro do departamento de Pediatria da Faculdade
de Medicina encenou uma peça infantil sobre os perigos da doença.
"Essa primeira ação foi vitoriosa. As perspectivas
para os próximos mutirões são ainda melhores. Em
março tentaremos trazer autoridades sanitárias da PBH, do
Estado e da própria UFMG para participar da vistoria", planeja
o diretor do Distrito Sanitário, Luciano Elói Santos.
O reitor Sá Barreto saudou o êxito da iniciativa: "Com
a participação de toda a comunidade, a dengue deixará
de ser problema no campus". O verão é a época
do ano mais propícia à reprodução do mosquito
transmissor, cujas larvas podem levar apenas 11 dias para eclodir. "O
período é crítico por causa das chuvas. Por isso
era fundamental um mutirão como este", reforça Elizabeth
França. Estudo elaborado pela PBH na Universidade revelou que cinco
dos 15 locais inspecionados apresentavam focos do Aedes aegypti.
No mutirão
da semana passada, foram encontrados possíveis criadouros no ICB,
PCA e na Imprensa Universitária - com larvas de mosquitos não
identificados. Segundo o professor Álvaro Eiras, do departamento
de Parasitologia do ICB, as larvas encontradas serão agora analisadas
pelo Laboratório de Culicídeos para se determinar se são
realmente do mosquito da dengue.
Agenda
Nesta quinta, dia 11, e no período de 16 a 19
de março o mutirão se estenderá ao campus Saúde,
que abriga o Hospital das Clínicas, a Faculdade de Medicina e a
Escola de Enfermagem. A vistoria nas demais unidades do centro (faculdades
de Direito, de Ciências Econômicas e de Odontologia e escolas
de Arquitetura e de Engenharia) depende ainda de uma reunião com
os seus diretores para definir as datas da ação. Os próximos
mutirões no campus Pampulha estão previstos para os dias
4 de março e 8 de abril.
Jovens fantasiados do mosquito da dengue distribuem
panfletos educativos no campus da Pampulha
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