Reitoria promove seminário sobre autonomia

 

O2.jpg (2499 bytes)reitor Sá Barreto reuniu representantes de todos os setores da UFMG, no último dia 26, para discutir a autonomia uni versitária. O encontro, que teve participação de integrantes da Comissão de Autonomia da Universidade e de representantes da Apub-BH, do Sind-Ifes e do DCE, marcou mais uma etapa do processo de debates sobre o tema.
Na abertura da reunião, Sá Barreto detalhou para os participantes as condições que considera necessárias à implantação da autonomia nas universidades federais. "A autonomia é matéria de sobrevivência para as Ifes, que atualmente vivem a agonia do seu modelo gerencial. Algumas condições são indispensáveis, como a manutenção do Sistema Federal de Ensino Superior e o estabelecimento de regras claras para o repasse de recursos do governo federal", disse o reitor ao BOLETIM.

A presidente da Apubh, Laura Miccoli, mostrou preocupação quanto ao impacto da chamada autonomia por adesão na vida e na carreira de professores e aposentados. A Apubh propôs que a Reitoria convoque um congresso especial para discutir os termos da autonomia.
O presidente do Sind-Ifes, Guilherme Faria, disse que a autonomia deve ser precedida da contratação de servidores para cerca de mil vagas já reconhecidas pelo governo. Outras preocupações do Sindicato referem-se ao ajuste da carreira funcional, à recuperação salarial e à situação dos aposentados e pensionistas.
A professora Maria Lúcia Mallard, da Escola de Arquitetura, apresentou uma síntese das propostas enviadas pelas unidades à Comissão de Autonomia. A vice-reitora Ana Lúcia Gazzola ponderou não ser papel da Comissão apresentar conclusões, mas consolidar as contribuições recebidas.

 

Estação Ecológica quer resgatar sua história

Área, incorporada à UFMG em 1955, abrigou um lar para menores carentes

Priscila Cirino

 

á cerca de três anos, funcionários da Estação Ecológica acharam um pedestal em homenagem a Juscelino Kubitschek na área da reserva ambiental. Curiosos com a descoberta, começaram a pesquisar o passado do local. "Iniciamos um levantamento informal de documentos e depoimentos que pudessem reconstituir a história e a identidade da área", explica o diretor da Estação, professor Celso D'Amato Baeta Neves.
Algumas informações foram extraídas de depoimentos de ex-internos do Lar dos Meninos Dom Orione, que funcionou na região entre 1944 e 1955. "Muitos vieram visitar a Estação para relembrar o tempo em que passaram aqui", conta o diretor. Um dos depoimentos mais importantes foi o do padre Dino Barbeiro, que viveu na antiga instituição e atualmente é administrador do Lar Dom Orione, no bairro São Luís. Foi ele que desvendou o "mistério" do pedestal, erguido na inauguração do Lar dos Meninos em 1944. Na época, o então prefeito Juscelino Kubitschek esteve presente e foi homenageado com um busto. "Mas só o pedestal resistiu ao tempo", diz Neves.
Além de documentos descrevendo o Lar, que tinha 12 pavilhões, capela, refeitório, oficina e uma olaria existente até hoje, os padres do Dom Orione também fornecerão fotos do local à época - inclusive do busto de JK - à equipe da Estação.

Incorporação
Em 1955, o próprio Juscelino, já como presidente, desapropriou o terreno e o cedeu à Universidade. A partir daí, a história da Estação Ecológica é mais fácil de ser contada. Segundo o professor Celso Neves, os primeiros documentos que demonstram a intenção de criar uma área ecológica no campus datam de 1976. A idéia foi concretizada 12 anos depois, quando foi criada a comissão que implantou a Estação Ecológica, atendendo aos apelos de professores e alunos que realizavam pesquisas na mata e observavam o crescimento das ocorrências de depredações e incêndios.
Embora a equipe da Estação Ecológica tenha conseguido recuperar muitas informações, o diretor lamenta a falta de pessoal para realizar a pesquisa histórica. A maior parte dos dados foi levantada por ele e pela estagiária de veterinária Lilian Viana Teixeira. O professor deseja contar com o apoio de outras unidades para continuar o trabalho de pesquisa e organizar o material já levantado. Outro obstáculo, segundo ele, é a falta de registros anteriores a 1944. "Sabemos apenas que área abrigou a Fazenda Dalva", conclui Celso Neves.