á cerca de três anos, funcionários da
Estação Ecológica acharam um pedestal em homenagem a Juscelino Kubitschek na área da
reserva ambiental. Curiosos com a descoberta, começaram a pesquisar o passado do local.
"Iniciamos um levantamento informal de documentos e depoimentos que pudessem
reconstituir a história e a identidade da área", explica o diretor da Estação,
professor Celso D'Amato Baeta Neves.
Algumas informações foram extraídas de depoimentos de ex-internos do Lar dos Meninos
Dom Orione, que funcionou na região entre 1944 e 1955. "Muitos vieram visitar a
Estação para relembrar o tempo em que passaram aqui", conta o diretor. Um dos
depoimentos mais importantes foi o do padre Dino Barbeiro, que viveu na antiga
instituição e atualmente é administrador do Lar Dom Orione, no bairro São Luís. Foi
ele que desvendou o "mistério" do pedestal, erguido na inauguração do Lar dos
Meninos em 1944. Na época, o então prefeito Juscelino Kubitschek esteve presente e foi
homenageado com um busto. "Mas só o pedestal resistiu ao tempo", diz Neves.
Além de documentos descrevendo o Lar, que tinha 12 pavilhões, capela, refeitório,
oficina e uma olaria existente até hoje, os padres do Dom Orione também fornecerão
fotos do local à época - inclusive do busto de JK - à equipe da Estação.
Incorporação
Em 1955, o próprio Juscelino, já como presidente, desapropriou
o terreno e o cedeu à Universidade. A partir daí, a história da Estação Ecológica é
mais fácil de ser contada. Segundo o professor Celso Neves, os primeiros documentos que
demonstram a intenção de criar uma área ecológica no campus datam de 1976. A idéia
foi concretizada 12 anos depois, quando foi criada a comissão que implantou a Estação
Ecológica, atendendo aos apelos de professores e alunos que realizavam pesquisas na mata
e observavam o crescimento das ocorrências de depredações e incêndios.
Embora a equipe da Estação Ecológica tenha conseguido recuperar muitas
informações, o diretor lamenta a falta de pessoal para realizar a pesquisa histórica. A
maior parte dos dados foi levantada por ele e pela estagiária de veterinária Lilian
Viana Teixeira. O professor deseja contar com o apoio de outras unidades para continuar o
trabalho de pesquisa e organizar o material já levantado. Outro obstáculo, segundo ele,
é a falta de registros anteriores a 1944. "Sabemos apenas que área abrigou a
Fazenda Dalva", conclui Celso Neves.
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