Especialista americano ensina a captar recursos

Curso revela as técnicas de fund raising, que canaliza
doações para entidades não-lucrativas

 

D2.jpg (2276 bytes)e 12 a 14 de outubro, cerca de 30 servidores e membros da administração central da UFMG participaram de um curso dado pelo professor norte-americano Joseph Hall, da Universidade George Washington. Ele esteve no campus Pampulha para falar sobre técnicas de fund raising, ou levantamento de fundos, prática que há anos gera recursos para diversas instituições americanas e está chegando agora ao Brasil. Nos Estados Unidos, existem escritórios que organizam, promovem e canalizam doações de pes-soas físicas e jurídicas para entidades que não visam ao lucro, como as universidades. Lá, só em 1998, o fund raising movimentou cerca de U$ 174 bilhões, dos quais 14% destinaram-se a investimentos no setor educacional.

"Através das contribuições e do apoio do setor privado, as universidades podem desenvolver diversos programas, além de oferecer mais conhecimento e projetos especiais à comunidade", afirmou o professor Joseph Hall, lembrando que as parcerias capacitam as instituições educacionais a dedicarem-se a atividades que, apenas com verbas do governo, são pouco viáveis.

No fund raising, o contato é feito com toda a sociedade, mas as doações de ex-alunos têm papel relevante. "É uma forma de trazê-los novamente para a universidade, instituição que foi muito importante em suas vidas. Os antigos estudantes podem retornar parte do investimento feito neles", disse o professor Roberto Freitas, pró-reitor de Planejamento da UFMG. Segundo ele, o fund raising reforça os laços institucionais, empresariais e sociais das universidades.

Na UFMG, a capacitação de pessoas à prática do levantamento de fundos poderá facilitar a busca de recursos alternativos para a UFMG, que também estará se preparando para o futuro e, ao mesmo tempo, ampliando suas relações com a sociedade. "Ao buscar financiamentos junto à comunidade, a Universidade se mostra aberta", afirmou o reitor Francisco César de Sá Barreto, lembrando, no entanto, que os fundos adquiridos através da iniciativa não substituirão as verbas governamentais. Em relação ao curso com o professor Joseph Hall, César Barreto ressaltou a relevância da participação de servidores. "A equipe do reitor é passageira. Por isso estão aqui também alguns funcionários técnico-administrativos. É muito importante para a UFMG que eles ouçam as experiências de um professor que há anos lida com fund raising".

Os funcionários que participaram do curso poderão, futuramente, trabalhar na Universidade em escritórios similares aos dos Estados Unidos. Para isso, buscar capacitação é vital, já que a prática do fund raising inclui técnicas de campanha, aproximação com possíveis doadores e até mesmo orientação fiscal e de prestação de contas. "Essa oportunidade é única. Ouvindo experiências de um especialista americano, verificamos o que é viável transportar para nossa realidade. Com toda a certeza, poderemos contribuir para projetos futuros da UFMG", avaliou o diretor do Cecom, Carlos Alfeu, que também participou do curso. Para Vânia Cardoso Soares do Couto, coordenadora de Orçamento da pró-reitoria de Planejamento, o fund raising é uma das iniciativas que garantirá a sobrevivência da Universidade. "Não podemos nos restringir ao orçamento governamental. Temos que contar com outras fontes de recurso", defendeu.

 

Vice-reitora comanda assessoria
especial de relações institucionais

 

O2.jpg (2499 bytes)curso sobre as técnicas de Fund Raising foi a primeira ação da Assessoria Especial do Reitor para Relações Institucionais. Chefiado pela vice-reitora Ana Lúcia Gazzola, o órgão pretende fortalecer os laços entre a UFMG e setores do Estado e da sociedade. "Esta assessoria não terá uma estrutura própria. Vamos trabalhar através de uma intensa articulação entre as equipes que já atuam junto ao reitor", explica Ana Lúcia.

Segundo ela, a Assessoria de Relações Institucionais contará com a experiência dos servidores vinculados às assessorias de Cooperação Institucional e Internacional, coordenadorias de Inovação e Transferência Tecnológica (CT&IT) e de Assuntos Comunitários (CAC), além do suporte da Pró-Reitoria de Planejamento, da Diretoria de Divulgação e Comunicação Social (DDCS) e da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep).

Ana Lúcia Gazzola informa que uma das principais atribuições da Assessoria será a preparação de projetos especiais que exigem a mobilização de setores específicos da sociedade. Exemplo disso é a reforma do Hospital Borges da Costa, cujos recursos estão sendo buscados junto ao orçamento da União através de emendas individuais de parlamentares da bancada mineira no Congresso Nacional.

O órgão também vai priorizar a aproximação da Universidade com seus ex-alunos. A idéia, segundo a vice-reitora, é que este trabalho seja feito por um setor a ser constituído no âmbito da Assessoria de Cooperação Institucional: "Precisamos reforçar na instituição a cultura de que é importante estreitar laços com nossos ex-estudantes. É um contato muito rico e a Universidade só tem a ganhar com isso".