Biblio faz 50 anos e prepara-se para mudar de nome

 

o completar 50 anos de fundação nesta quarta-feira, dia 1 de março, a Escola de Biblioteconomia vê-se diante de um desafio: formar um profissional antenado às novas tecnologias da informação sem abandonar a vocação pelo trabalho nas bibliotecas ou centros de informação ­ como os bibliotecários preferem chamá-las.

Diante desse novo perfil profissional, a área busca também uma nova nomenclatura capaz de exprimir melhor as novas atribuições do bibliotecário. É por isso que tramita no Ministério da Educação e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) o processo que, provavelmente, mudará o nome da Escola de Biblioteconomia para uma expressão relacionada ao termo ciência da informação.

A mudança de nomenclatura parece ser uma medida cosmética, meramente pontual, mas, para quem milita na área, pode fazer uma sensível diferença. O diretor da Escola, Ricardo Rodrigues Barbosa, notou isso quando o nome Mestrado em Administração de Bibliotecas passou a ser chamado Mestrado em Ciência da Informação. A alteração triplicou a demanda pelo curso, sem que houvesse maiores investimentos em divulgação. "A imagem do profissional é muito importante e, no nosso caso, o termo biblioteconomia virou uma barreira. Essa mudança é o estalo necessário para que o público perceba nossas atribuições de forma mais ampla", acredita o professor.

Novas mídias

Mas as transformações da área não se resumem a modificações de nomes. Antes, a atividade central dos bibliotecários estava ligada à descrição dos aspectos físicos e de conteúdo dos livros. Atualmente, as novas mídias, como o CD-ROM e Web Sites, surgem como espaços privilegiados para o exercício da profissão. "Eles agora lidam com o gerenciamento do conhecimento", explica Rodrigues. Esse processo, segundo ele, abrange desde o meio de difusão da informação até o público ao qual ela se destina. "Cabe aos bibliotecários definir, até mesmo, se o espaço adequado a determinada informação será uma biblioteca pública ou privada, um espaço especializado ou uma brinquedoteca", exemplifica o diretor.

Apesar dessas transformações, o professor Ricardo Rodrigues acredita que as atividades nas bibliotecas continuarão sendo o principal mercado de absorção de bibliotecários no Brasil. Isso porque esses espaços são ainda os mais acessíveis para as populações socialmente desfavorecidas.

 

Raio X

Departamentos

- Biblioteconomia ­ 14 professores
- Organização e Tratamento da Informação ­14 professores

Laboratórios
- Tecnologia da Informação
- Preservação de Acervos
- Núcleo de Assessoramento à Pesquisa
- Núcleo de Informação Tecnológica e Gerencial
- Cenex (responsável pelo Carro-Biblioteca, um dos mais antigos projetos de extensão da UFMG)
- Revista Perspectivas em Ciência da Informação
- Homepage: www.eb.ufmg.br

 

Curso nasceu de convênio com o INL

O Curso de Biblioteconomia nasceu de um programa destinado a professores primários, criado em 1950, pela Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, em convênio com o Instituto Nacional do Livro (INL). As aulas começaram em 25 de março, numa sala do Instituto de Educação, com 31 alunos. Três anos após sua criação, o curso foi transformado na Escola de Biblioteconomia de Minas Gerais.

Em 1963, a Escola foi incorporada à UFMG, na qualidade de instituição complementar, anexa ao Departamento Cultural da Reitoria. Foi elevada à condição de unidade universitária em 1966. Suas instalações definitivas foram inauguradas em março de 1990, no campus Pampulha.

As atividades de pós-graduação começaram em 1976, com o Mestrado em Administração de Bibliotecas (hoje Ciência da Informação). O doutorado foi criado há três anos.

Atualmente, o curso de graduação forma profissionais com dois perfis. A ênfase em Gestão de Coleções empenha-se na preparação de técnicos para bibliotecas e centros de informação. Já a modalidade de Gestão de Informação está direcionada para o acesso e o uso de recursos informacionais. A Escola estuda, ainda, a criação de duas novas habilitações: arquivologia e museologia.