Encontro
discute aplicação de Letícia Orlandi |
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Tecnologia encontra Cirurgia reuniu especialistas da UFMG, USP, Unicamp, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), de São Paulo, e do Instituto do Coração de São Paulo (Incor). Um dos coordenadores do encontro, o professor Marcos Pinotti, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia, afirma que o seminário apontou projetos em que cientistas do Brasil e da Escócia poderão trabalhar juntos. "As pesquisas com Robótica no Brasil estão apenas no começo, mas já possuímos alguns centros de excelência de tecnologia minimamente invasiva", garante Pinotti, lembrando que o Serviço de Gastroenterologia, Nutrição e Cirurgia Geral do Aparelho Digestivo (Gen-Cad) do Hospital das Clínicas, por exemplo, está sendo estruturado para transformar-se num centro de ponta.
Rede cooperativa Um dos objetivos do seminário foi fortalecer a Medical Research and Innovation Technology (Merit), rede cooperativa formada por centros de pesquisa da Inglaterra e Escócia, da qual o Brasil começa a fazer parte ainda este ano. Em 1999, a UFMG recebeu a visita do professor Alan Slade, da Universidade de Dundee, um centro de excelência na aplicação da tecnologia à cirurgia. Na ocasião, os pesquisadores brasileiros demonstraram grande interesse em desenvolver um trabalho conjunto, e ficou acertado que a UFMG receberia a próxima edição do evento. O professor Marco Túlio Baccarini, chefe do Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular do Hospital das Clínicas, lembra que, em muitos casos, os médicos não têm acesso às novas tecnologias, daí a importância de um encontro internacional do gênero. Baccarini desenvolve um método de cirurgia cardíaca com microincisões, sem circulação extracorpórea (o sangue não precisa circular em tubos fora do corpo do paciente) e sem necessidade de parar o coração. A cirurgia, indicada para alguns casos de angina e insuficiência coronariana, já é realizada no Hospital das Clínicas. O encontro discutiu a adaptação de tecnologias estrangeiras para a realidade brasileira. Para Pinotti, que há três anos trabalha com válvulas cardíacas e na construção de um coração artificial, o custo ainda é um dos principais problemas enfrentados pelos pesquisadores brasileiros, já que "em termos de recursos humanos o potencial de desenvolvimento é enorme".
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