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Nº 1380 - Ano 29 - 16.01.2003

UFMG cria doutorado em Bioinformática

Segundo no país, curso envolve oito departamentos e 39 docentes

Ana Rita Araújo

UFMG acaba de criar o doutorado em Bioinformática, o segundo do gênero no país. A iniciativa foi uma resposta à sugestão da Fundação Capes, que identificou a necessidade de criar competência nesta área, diante da crescente demanda por profissionais que saibam utilizar as informações produzidas pela recente revolução genética.

"Foi uma avaliação correta da Capes", comenta o coordenador do curso, professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão. "Hoje, conhecemos o genoma de muitos organismos, inclusive o humano, e este tipo de informação está crescendo exponencialmente. Mas para saber usá-la é necessário desenvolver e dominar novos instrumentos da informática", justifica.

"Com a criação do curso, a UFMG reafirma-se como instituição de ensino e de pesquisa de ponta no cenário brasileiro, integrando a massa crítica de distintos campos do conhecimento", avalia a pró-reitora de Pós-Graduação, Sueli Pires. Ela se refere ao fato de que o curso, sediado no departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB, envolve oito departamentos de três unidades acadêmicas (veja quadro), reunindo 39 docentes - 22 permanentes e 17 participantes - quase o dobro do número de outros doutorados. De natureza temática, ele não se restringe a uma disciplina convencional.

Para a professora Sueli Pires, o curso "contribui para a consolidação de um novo campo do conhecimento e prepara o País para competir internacionalmente nos planos acadêmico, científico e tecnológico". Ela afirma, ainda, que a proposta "coaduna-se com uma das metas da atual gestão universitária de estimular e induzir a criação de programas temáticos interdisciplinares de pós-graduação".

Nota máxima

A proposta curricular do curso, aprovada em novembro pela Capes, recebeu nota 5, máxima obtida por cursos novos. O outro doutorado existente no país, criado em agosto de 2002, tem sede na USP (envolve a Universidade paulista e outras instituições superiores de ensino) e recebeu conceito 4. As notas dadas pela Capes consideram a estrutura curricular, qualificação dos professores e a infra-estrutura da Universidade.

Para escolher os oito alunos que formarão a primeira turma do curso, haverá uma seleção rigorosa, antecipa o professor Beirão. Serão aceitos alunos com conhecimento na área biológica interessados em informática e alunos de ciências exatas que tenham interesse em biologia. Para estruturar o trabalho interdisciplinar que marcará o curso, cada aluno deverá contar com um orientador de uma área e um co-orientador da outra.

Segundo Paulo Beirão, o mercado de trabalho para o bioinformata é crescente, tanto na área acadêmica, pois as universidades vão precisar de docentes para seus cursos, quanto na indústria e no setor empresarial, "principalmente se continuar a tendência de estímulo à criação de empresas de alta tecnologia".

Inscrições: abertas até 14 de fevereiro
Seleção: de 17 a 19 de fevereiro
Vagas: 8
Informações: 3499-2614 e 3499-2663

Departamentos envolvidos:

ICB: departamentos de Bioquímica e Imunologia, Biologia Geral e Farmacologia

ICEx: departamentos de Ciência da Computação, Estatística e Química

Engenharia: departamentos de Engenharia Elétrica e Eletrônica

 


Alunos da Engenharia vencem Desafio Sebrae

Maurício Guilherme Silva Jr.

uatro alunos de graduação da Escola de Engenharia venceram, em dezembro, o concurso nacional Desafio Sebrae, jogo em que diversas equipes universitárias administram uma empresa hipotética. Formada por Matheus Augusto Silva Lima, Pedro Henrique Goulart Ribeiro, Daniel Teixeira Elói Santos e Lauro Bruno Guimarães e Silva, todos do curso de Engenharia de Produção, a equipe Prominas quebrou a hegemonia dos paulistas, que ganharam as outras duas edições do concurso.

Em 2002, dez mil grupos, ou cerca de 43 mil estudantes, participaram da iniciativa. Eles receberam um software com informações e com o perfil de uma indústria de perfumes e precisaram tomar decisões referentes a assuntos como marketing, treinamento de funcionários e pesquisa empresarial. Ao longo de cada fase do jogo, os coordenadores do Sebrae apresentavam a reação do mercado às decisões tomadas.

A edição 2002 do Desafio Sebrae começou em setembro e se dividiu em quatro fases. Das 10 mil equipes iniciais, apenas oito disputaram a final, realizada em dezembro. Os integrantes da equipe campeã recebem computadores como prêmio, além de uma viagem de dez dias para a Califórnia (EUA), para conhecer o Vale do Silício, região que concentra as empresas norte-americanas de informática.