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UFMG quer incluir alunos de graduação no mundo digital
Projeto recebeu recursos de R$ 289 mil para instalação de laboratório de informática
esquisa da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) consta tou que muitos alunos de graduação da UFMG não têm computador pessoal, e boa parte deles não sabe executar procedimentos básicos de informática. "Torna-se oportuno, neste momento, investir em uma estrutura capaz de responder a essa necessidade, promovendo a inclusão digital dos alunos", diz a presidente da Fump, professora Maria José Grillo Caldeira Brant, autora de projeto contemplado com R$ 289 mil. Esses recursos serão utilizados para instalar, na Biblioteca Universitária, no campus Pampulha, um Centro de Acesso à Informação Digital (Caid). O laboratório funcionará como sala de aula e de acesso prioritariamente para estudantes cadastrados pela Fump.
Os recursos são provenientes de emenda apresentada ao orçamento federal pela Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), voltada para a assistência estudantil. O montante foi dividido entre as 52 Ifes, com base na matriz orçamentária do Ministério da Educação. A parte que coube à UFMG será aplicada em obras físicas e na aquisição de cerca de 80 máquinas e de móveis necessários à implantação do Caid. O laboratório também receberá outras 20 máquinas doadas pela Pró-Reitoria de Graduação, através da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve).
Para a diretora da Biblioteca Universitária, Simone Aparecida dos Santos, o projeto democratiza o acesso à informação. "Como centro de informação, a Biblioteca torna-se o lugar adequado para sediar o laboratório", afirma.
Oportunidades
Maria José Caldeira Brant explica que o domínio básico da informática faz parte do cotidiano dos jovens de classe média e, cada vez mais, é um requisito para a maioria dos cursos de graduação. Embora as unidades acadêmicas da UFMG possuam laboratórios com equipamentos disponíveis para os alunos, os cursos não têm como objetivo o ensino da informática básica. "No exercício de sua missão de equalizar oportunidades, a Fump vem percebendo a necessidade de suprir outros tipos de carência, como as dificuldades da incorporação tecnológica", reforça Maria José Grillo.
Sob a coordenação do professor Márcio
Bunte, diretor de Tecnologia da Informação, o projeto conta
com parceria do Centro de Referência de Software Livre (Solar), do Departamento
de Ciência da Computação. Além de indicar os monitores
que darão aula, o Solar deve implantar a estrutura do Caid usando tecnologia
própria, com base em software livre e em máquinas sem disco
rígido. Estas medidas reduzem cerca de 30% dos
custos de instalação e manutenção, se comparados
com computadores tradicionais, como explica um dos coordenadores do Solar,
professor Wagner Meira Júnior. Além de não comprometer
a funcionalidade e a rapidez das máquinas, a mudança torna a
rede mais segura, já que os dados ficam em um servidor central, submetido
a uma política de controle e de backup periódico, garante
o professor Meira.
Todas as unidades da UFMG também poderão se beneficiar desta solução tecnológica desenvolvida para o Caid. "Este modelo estará disponível e poderá servir como referência para a instalação de laboratórios de informática de baixo custo de aquisição e manutenção", complementa Márcio Bunte.
A criação dessa rede, com gerenciamento remoto
de dados, racionalizará custos e permitirá o acesso unificado
à infra-estrutura oferecida pelo
Grude, que fornece endereço eletrônico a todos os alunos matriculados
na UFMG. "O gerenciamento remoto também resulta em comodidade
para os alunos, pois, como os dados não ficam armazenados na máquina,
o usuário poderá acessá-los de qualquer laboratório
que ligado à rede", justifica Wagner Meira.
Inclusão beneficia cinco mil alunos da rede municipal
Ao participar da implantação de laboratórios para acesso à informação digital na UFMG, o Solar traz a experiência acumulada no trabalho que desenvolve em escolas públicas, sobretudo junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Cinco mil alunos de escolas municipais da capital utilizam microcomputadores dotados de software livre, e a Prefeitura está negociando recursos junto a agências financiadoras para estender a toda a rede de escolas o projeto elaborado em parceria com o Solar. Segundo o professor Wagner Meira Jr., não se trata apenas de ensinar os alunos a utilizar os micros. "Participamos do processo de elaboração do projeto pedagógico e temos como objetivo capacitar o aluno para não ser um usuário passivo, mas alguém que possa criar e repassar conhecimento", explica. |