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Nº 1401 - Ano 29 - 19.06.2003


UFMG vai contratar vigilantes e reforçar patrulhamento no campus

Medidas integram o Plano de Segurança elaborado por consultoria especializada

Flavio de Almeida

substituição de vigias por vigilantes, a contratação de quatro patrulhas motorizadas para circulação 24 horas no campus e o incremento da fiscalização periódica de veículos que saem da Universidade estão entre as medidas previstas pelo Plano de Segurança da UFMG, em fase final de elaboração.

O Plano começou a ser formulado há cerca de oito meses por uma empresa especializada em segurança, a Auto-Defesa Consultoria. As medidas voltadas para a segurança das áreas comuns, como o reforço da equipe de vigilantes e do sistema de patrulhamento do campus, dependem de licitação para serem implantadas. "Esse processo já está em andamento e, em outubro, o Departamento de Serviços Gerais terá condições de colocá-las em prática", afirma a pró-reitora adjunta de Administração, Elizabeth Gonçalves Bastos.

Ao trocar vigias por vigilantes, a UFMG altera o perfil de sua força de segurança. "Os vigilantes são preparados para intervir em situações de risco e emergência. Tanto que seus cursos de treinamento precisam ser aprovados pela Polícia Federal. Já o vigia é apenas um ´olheiro´, um observador do ambiente", compara o coordenador da Divisão de Segurança Universitária do Departamento de Serviços Gerais (DSG), Mário Sérgio Conrado Bréscia.

Segundo Bréscia, a UFMG abrirá 14 postos de vigilância para proteger os es tacionamentos do campus Pampulha, entre 7 e 23 horas, cinco para as portarias do campus, um para a Praça de Serviços e cinco para o campus Saúde. Outros oito vigilantes ficarão encarregados de operar as quatro viaturas que farão o patrulhamento do campus durante 24 horas por dia. Além disso, a Universidade efetivará os cinco vigilantes admitidos temporariamente no Centro Esportivo Universitário (CEU). "Foi uma medida emergencial, já que o CEU vinha enfrentando alguns problemas de segurança. E os resultados foram muito bons", constata Mário Bréscia.

Roubos de veículos

Também estão sendo estudadas medidas para reduzir os roubos de veículos no campus. A Universidade deseja, por exemplo, que a Polícia Militar intensifique a fiscalização de veículos que saem do campus, incluindo vistoria e exame da documentação do carro e do condutor. Mário Bréscia conta que fiscalizações do gênero já foram realizadas em meses anteriores. "Os roubos de carro despencaram", comenta. Mas essa é uma ação que ainda encontra resistência na comunidade universitária. "Tanto é que a reitora (Ana Lúcia Gazzola) pediu para examinar a medida com os integrantes do Conselho de Diretores. É uma operação que precisa da adesão e compreensão de todos", acrescenta a pró-reitora Elizabeth Bastos, defensora deste tipo de fiscalização. "Ela ajuda, inclusive, a reduzir os riscos de seqüestros-relâmpagos", argumenta.

Outras medidas levantadas pelo Plano de Segurança para conter os roubos de veículos são a implantação de crachás identificadores dos veículos pertencentes a pessoas da comunidade universitária e definição de entradas separadas nas portarias para automóveis da comunidade universitária e de visitantes. Estes seriam controlados por meio de tíquetes entregues aos motoristas na chegada e recolhidos na saída. Essas idéias, no entanto, terão que ser examinadas com cuidado. "São propostas que exigem estudos de viabilidade técnica e até obras de intervenção, como a separação de entradas para veículos", argumenta a diretora do DSG, Edna Lúcia Gelmini.

Iluminação e tráfego

As ações incluem medidas para melhorar a iluminação do campus. Uma delas prevê a troca de luminárias mais fracas - instaladas durante o racionamento de energia - por outras mais potentes. A Universidade também pretende intensificar o processo de manutenção do sistema de iluminação, agilizando a substituição de lâmpadas queimadas, e melhorar a iluminação das áreas do campus onde ela é deficiente.

O Departamento de Serviços Gerais pretende deflagrar medidas para melhorar a circulação de veículos. A mais importante é a implantação de um anel de trânsito no quarteirão sete (que circunda os prédios da Reitoria, Biblioteca Central, ICB, ICEx e Praça de Serviços), um dos locais de maior fluxo de trânsito no campus Pampulha.

A obra, em fase de licitação, prevê a circulação de veículos em mão-única, no sentido anti-horário (o condutor que sair do ICB em direção ao ICEx, por exemplo, terá que obrigatoriamente subir a rua, virar à esquerda na rotatória, passar em frente ao Restaurante Setorial até chegar ao destino final). Segundo a pró-reitora Elizabeth Bastos, a obra prevê a implantação de uma nova sinalização e intervenções em rotatórias. O custo previsto é de R$ 284 mil.

A Universidade também pretende disciplinar o uso dos estacionamentos no campus. Para isso, todos os locais proibidos serão sinalizados. "Nossa intenção é firmar um convênio com a BHTrans para multar os condutores que desrespeitarem as normas de trânsito e, principalmente, rebocar os veículos parados em locais indevidos", informa Elizabeth Bastos.

Controle do fluxo de pessoas desafia unidades

Antes mesmo de implantar as medidas de segurança das áreas comuns dos campi Pampulha e Saúde, o DSG já está auxiliando as unidades a implantarem ações para aumentar a segurança interna. Para o coordenador da Divisão de Segurança Universitária do DSG, Mário Bréscia, uma das medidas mais importantes é a elaboração de manuais de normas de segurança pessoal e de patrimônio e procedimentos de emergência para incêndios.

O monitoramento do fluxo de pessoas é outra medida que precisa ser adotada pelas unidades, na avaliação de Bréscia. "Elas precisam controlar melhor quem entra e quem sai de seus prédios, seja através de crachás ou de roletas com leitura de barras", exemplifica. Mário Bréscia cita o ICEx, as escolas de Música, Engenharia e Odontologia (esta acabou de adquirir um sofisticado circuito interno de TV) como unidades empenhadas em ampliar a segurança interna.

A UFMG investe cerca de R$ 6 milhões por ano para manter a sua estrutura de segurança, o que representa 23% do orçamento de OCC (Outros Custeios e Capital). Um investimento que, segundo a diretora do DSG, Edna Gelmini, comprova que a área é prioritária para a Universidade. "Mas não basta só a instituição tratar o assunto como prioridade. Segurança deve ser uma preocupação coletiva", afirma. Segundo ela, há na Universidade pessoas que ainda resistem em mudar hábitos e a se ajustarem a normas e procedimentos seguros. "Infelizmente, alguns ainda confundem segurança com repressão", lamenta a diretora, acrescentando que ainda é comum encontrar pessoas que se negam a identificar-se nas portarias de suas unidades. "Não há segurança sem controle", conclui Elizabeth Bastos.


 

 

 

 

 

Raio X

Um indicador de que a Universidade é uma cidade - e como tal não está imune a problemas relacionados à segurança - aparece no número de ocorrências anotadas pela Divisão de Segurança Universitária. Entre janeiro de 2002 e maio de 2003, foram registradas 918 ocorrências, uma média de quase duas por dia. Confira algumas das mais expressivas

63 acidentes e incidentes de trânsito
23 agressões
68 furtos de bens da UFMG
52 furtos de bens particulares
54 furtos de veículos particulares
79 irregularidades em portas e janelas