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Nº 1451 - Ano 30 - 26.8.2004


Legião estrangeira

UFMG já conta com 300 estudantes do exterior,
62 chegaram este semestre

Patricia Azevedo


Estudantes estrangeiros reunidos: contato com outras culturas
Foto: Foca Lisboa

Diretoria de Relações Internacionais preparou atividades acadêmicas, culturais e de confraternização para receber os 62 alunos estrangeiros que chegam à UFMG esse semestre. Durante a Semana do Aluno Estrangeiro, realizada de 16 a 20 de agosto, os estudantes tiveram a oportunidade de visitar o campus da UFMG, a região da Pampulha e o centro de Belo Horizonte, além de participar de palestras e debates.

"Buscamos auxiliar o processo de inserção dos estudantes estrangeiros na Universidade. A Semana é uma oportunidade que eles têm de conhecer as unidades acadêmicas, os alunos da UFMG e colegas de países diferentes", ressalta Aída Arancibia, assessora de Relações Internacionais da Diretoria.

Os alunos receberam informações sobre a Universidade e o ensino superior brasileiro. Coube à professora Cristina Augustin, pró-reitora de Graduação, explicar a estrutura da Universidade, o sistema curricular e o processo de matrícula. Atualmente, os alunos estrangeiros são inscritos em disciplinas isoladas e não fazem parte do banco de dados da Universidade. "Esperamos incluí-los na nossa grade curricular, não queremos alunos `isolados´", disse a pró-reitora.

Sobre a vivência do intercâmbio, Cristina Augustin lembra que é uma oportunidade de ver "o outro", de estar em contato com uma cultura diferente. "É uma experiência que ultrapassa as fronteiras acadêmicas", afirma. Para as estudantes colombianas Cláudia Gonçalves e Maira Ernandes, a semana de recepção é uma chance para conhecer as pessoas e esclarecer dúvidas. "Queremos saber mais sobre a política de convênios da UFMG e por isso estamos acompanhando as atividades", destaca Cláudia Gonçalves.

Há cerca de 300 alunos estrangeiros matriculados em cursos de graduação e pós-graduação na UFMG, o que representa 1% do número de estudantes da Universidade. "Em comparação com os anos anteriores, houve um aumento expressivo", explica a professora Sandra Almeida, diretora de Relações Internacionais. Há dois anos, a UFMG contava com apenas 80 alunos estrangeiros. Segundo a diretora, o crescimento de intercambistas é consequência dos convênios firmados entre a UFMG e instituições de ensino superior estrangeiras. "Este é o segundo semestre em que recebemos alunos argentinos e pela primeira vez temos na Universidade estudantes de Portugal. Estreitar as relações com os países de língua portuguesa e da América Latina são prioridades da atual gestão", ressalta a diretora.

Novos acordos

Segundo Sandra Almeida, havia uma demanda reprimida dos alunos da UFMG para realizar intercâmbio com Portugal. Os números comprovam: aquele país foi o mais procurado no processo de seleção de 2004 e uma vaga chegou a ser disputada por mais de 30 estudantes. "Sabíamos desse interesse e buscamos novas parcerias", informa a diretora. Já foram fechados acordos com as universidades de Aveiro, do Minho e Técnica de Lisboa.

A aproximação com países de língua portuguesa, no entanto, já havia começado antes dos acordos com instituições portuguesas. No início de 2004, a UFMG, em parceria com a Unesco, instituiu a Bolsa Paula Vargas para ajudar estudantes africanos e doou cerca de 500 títulos (livros e publicações diversas) para a Universidade Agostinho Neto de Angola.

As relações com países da América Latina também foram intensificadas. O estudante argentino Marcelo Hartman, da Universidade de Entre Ríos, cursou o primeiro semestre de 2004 na Escola de Enfermagem. "A oportunidade que tive de conhecer outro país foi excelente. Contribuiu para meu crescimento acadêmico

e pessoal, já que pude observar as diferenças entre Argentina e Brasil em todos os aspectos", destaca Hartman. O intercâmbio foi realizado através do Programa Escala, estabelecido por universidades do Grupo Montevideo, do qual a UFMG é associada.

Caminho inverso

Enquanto a Universidade recebe estudantes portugueses, norte-americanos, ingleses, alemães e de outros países, alunos da UFMG estão fazendo o caminho inverso. Pedro Amorim, do sexto período de Comunicação Social, acabou de chegar à Itália, onde estudará na Universidade de Bolonha. "Esse complemento acadêmico abrirá muitas portas. A formação humana é indiscutível e acredito que haverá mudança nos meus valores", afirma Amorim. Ele e outros 40 alunos que viajam este semestre chegaram a formar um grupo de cooperação para negociar descontos nas passagens, tarifas e seguros. Além disso, realizaram encontros para se conhecerem melhor e esclarecer dúvidas e dividir expectativas.