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Nº 1548 - Ano 32
18.09.2006

Programa de informática
reúne dados sobre ensino superior

Criada pelo Laboratório de Computação Científica, ferramenta foi testada em quatro universidades

Ana Rita Araújo

ma nova ferramenta de informática facilitará o envio de dados que irão compor a matriz orçamentária das Instituições Federais de Educação Superior (Ifes). Criada pelo Laboratório de Ciência da Computação (LCC) da UFMG, por encomenda da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), a ferramenta foi testada em quatro universidades – UFMG e as federais do Rio de Janeiro (UFRJ), Santa Maria (UFSM) e Santa Catarina (UFSC) –, e está em implantação no restante das instituições. Se não houver imprevistos, os dados que formarão a matriz orçamentária do MEC em 2006, para distribuição de recursos de 2007, já serão enviados por meio do novo programa.

Segundo o gerente do projeto no LCC, Arley Andrada Maria, a UFMG foi escolhida para desenvolver a ferramenta devido à bem-sucedida experiência de segurança e de autenticação do projeto Grude. Batizada de Programa de Integração das Ifes (PingIfes), a ferramenta tem objetivo mais amplo. “A matriz orçamentária foi apenas o primeiro foco. Outros dados poderão ser coletados e organizados em um único padrão”, explica Arley Maria, ao citar como exemplo as informações financeiras e patrimoniais.

Ele argumenta que atualmente cada programa coletor tem formato diferenciado, e uma das vantagens do PingIfes está no fato de que ele é uma espécie de vitrine onde os dados estarão reunidos e expostos para diversos fins. O PingIfes foi construído em software livre, utilizando a linguagem Java e interface Webservice, que permitem a operação dos sistemas entre si e a interação de várias linguagens.

Para o vice-diretor do Centro de Computação (Cecom) da UFMG, Gilmar Lima Guimarães, a principal vantagem do novo programa é a automação no fornecimento de dados para o MEC, “procedimento vital para as Ifes”. Ele explica que rotinas hoje efetuadas manualmente e até feitas em duplicidade “poderão ser substituídas por procedimento padronizado que exigirá um mínimo de trabalho na definição e conferência da carga dos dados”. Gilmar Guimarães destaca ainda que, para o MEC, há a vantagem de redução de tempo no processo de coleta, além de obtenção de dados mais confiáveis. “O Ministério terá muito mais facilidade para recolher, verificar e trabalhar as informações”, assegura.

Na UFMG, a nova ferramenta oferece interação com os sistemas acadêmicos da graduação e da pós-graduação. Segundo Guimarães, os sistemas interagem em dois momentos: “Quando ocorre a carga dos dados na base do PingIfes instalada localmente; e, posteriormente, durante a coleta dos dados pelo MEC, via tecnologia Webservice”.

Expansão
De acordo com Arley Andrada, a intenção do MEC é expandir o programa também para as instituições privadas de ensino. “A expectativa é de que, dentro de aproximadamente dois anos, tenhamos condições de trabalhar esse mesmo formato de coleta de dados para as mais de duas mil instituições particulares de ensino superior”, diz. Para o LCC, o desenvolvimento da ferramenta abre outras portas, como geração de produtos que poderão, inclusive, ser comercializados.

Sobre as mudanças na rotina administrativa da UFMG para trabalhar com o PingIfes, Gilmar Guimarães explica que, por enquanto, o maior envolvimento com o processo tem sido do Centro de Computação, responsável pela instalação do software e pela programação para a extração dos dados das bases institucionais. Já a Diretoria de Avaliação Institucional – órgão da UFMG responsável pela consolidação e liberação das informações da base do PingIfes para o MEC – está preparando as novas rotinas a serem adotadas nos procedimentos administrativos. “Outra vantagem da ferramenta é que a sua implantação não interefere nas rotinas anteriores”, assegura Arley Andrada.

Grude - Ferramenta eletrônica que interliga a comunidade universitária no mesmo ambiente virtual. Oferece correio eletrônico, agenda corporativa, comunicação instantânea, videoconferência, páginas eletrônicas pessoais e institucionais. Além de ampliar o acesso da comunidade acadêmica a tecnologias da informação, o Grude é reconhecido por identificar os usuários com rapidez e segurança.