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Nº 1580 - Ano 33
2.9.2007

De mala e cuia

Universidade transfere sede da Reitoria para o campus regional de Montes Claros
Arquivo pessoal
Neusa Rodrigues
Campus de Montes Claros: estratégico para a interiorização da UFMG

A ma dupla comemoração – os 80 anos da UFMG e os 150 anos de Montes Claros – levou a Universidade a transferir simbolicamente a sede da Reitoria para o município do norte mineiro, que abriga campus regional especializado em ciências agrárias. Durante quatro dias, de 28 a 31 de agosto, Montes Claros foi palco de homenagens, inaugurações de obras, mostra de cinema sobre a temática do sertão e atividades de cunho social.

“A transferência reflete a importância que a UFMG confere à interiorização de suas ações e à presença da Instituição no Norte de Minas”, resume a professora Sandra Goulart Almeida, secretária executiva da comissão que organiza as comemorações dos 80 anos.

Durante o período de permanência da Reitoria em Montes Claros, a UFMG aproveitou para enfatizar suas metas prioritárias para a região nos próximos anos, como a expansão do campus Regional de Montes Claros. No momento, a Universidade analisa proposta de criação de quatro cursos de graduação: Administração (com formação complementar em mercado agrícola/cooperativismo), Engenharia Florestal, Engenharia Agrícola e Ambiental e Engenharia de Alimentos.

Outra prova da preocupação da Universidade com a cidade foi o lançamento da pedra fundamental da Moradia Universitária, que reuniu, no dia 29, o reitor Ronaldo Pena, o diretor do NCA, Rogério Marcos de Souza, e o prefeito Athos Avelino. O edifício, que começa a ser construído em terreno doado à Universidade pela Prefeitura da cidade, abrirá 112 vagas para alunos e professores visitantes.

Grande parte dos estudantes vive em cidades vizinhas a Montes Claro. Isso ocorre, por exemplo, com o curso de Agronomia, que tem 170 alunos – de um total 201 – oriundos de outros municípios. No curso de Zootecnia, a situação é semelhante: dos 119 alunos, 98 não moram em Montes Claros. Para o diretor Rogério de Souza, essa procura se justifica pela baixa oferta de cursos da área no Norte de Minas e pela credibilidade da universidade: “Na região, só há cursos de Ciências Agrárias na Unimontes e na UFMG. Apesar de novos, nossos cursos têm o respaldo de uma universidade de 80 anos”.

O reitor Ronaldo Pena também inaugurou o Bloco C do NCA, novo prédio da área de Zootecnia. Construído nas imediações da Biblioteca Comunitária, o bloco de dois andares e 1,7 mil metros quadrados de área construída tem salas de aula e laboratórios para as atividades do curso de Zootecnia, 16 gabinetes para professores e auditório para 196 lugares.

Na Praça

Duas praças de Montes Claros abrigaram atividades organizadas pela UFMG. Na Doutor Carlos foram instalados estandes do NCA que reuniram atividades que confirmam a inserção social da instituição, como linhas de pesquisa, grupos de estudo, demonstrações de perfil de solo da região, de funcionamento de painel solar, de controle biológico de pragas e prestação de consultoria à população. Na mesma praça foram instaladas tendas de saúde para demonstrações de temas ligados à saúde animal e oferta de atividades de educação para a saúde.

Já a Praça da Matriz foi palco de uma rua de lazer com atividades voltadas ao público infantil.

Colégio Agrícola deu origem ao campus

As origens do campus regional de Montes Claros remontam a 1964, quando o Ministério da Agricultura criou o Colégio Agrícola Antônio Versiani Athayde. Em 1968, o Colégio Agrícola foi transferido para a UFMG. Instalado em uma fazenda-escola, a sete quilômetros do centro da cidade, o campus ocupa área de 232 hectares.

Além dos cursos de graduação em Agronomia, criado em 1998, e em Zootecnia, em 2004, o Campus Regional de Montes Claros oferece o curso de especialização lato sensu em Recursos Hídricos e o mestrado em Ciências Agrárias, criado em 2006, com área de concentração em Agroecologia e voltado para o desenvolvimento de tecnologias de convivência com o semi-árido do Norte mineiro.

 

Marca de raça

O Núcleo de Ciências Agrárias (NCA) acaba de formar um plantel de bovinos de raça pura que servirá de laboratório para pesquisas e difusão de tecnologia em áreas como a inseminação artificial. Ele foi constituído a partir da doação, por fazendeiros locais, de 11 exemplares da raça Nelore e um Piamontês. “A Nelore é uma raça de corte, bem adaptada à região”, explica o professor Roberto Baracat Araújo, assessor da UFMG para a área agropecuária.

Todo o gado produzido a partir das 12 matrizes terá a marca UFMG, registrada na Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).