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Nº 1642 - Ano 35
2.3.2009

Uma semana para conhecer a UFMG

Na recepção dos calouros, UFMG discute expansão e inclusão e
oferece programação interativa que pretende envolver não
apenas os novos alunos, mas também os veteranos

Luiza Lages e Léo Rodrigues

O primeiro semestre letivo na UFMG começa no dia 2 de março e cerca de 24 mil alunos da graduação voltam às salas de aula. Para os 3.401 estudantes que iniciam sua trajetória na Universidade, a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) voltou a preparar a Semana de Recepção aos Calouros, que acontece de 2 a 4 de março. As atividades serão realizadas pela manhã, a partir de 9h, e à noite, com início às 19h, no auditório da Reitoria.

O objetivo é orientar e esclarecer sobre a estrutura e o funcionamento da Universidade, além de dar boas-vindas aos novos alunos. “É um mundo de possibilidades a ser explorado e que precisa ser conhecido para que os novos alunos não percam a oportunidade de aproveitar ao máximo esse período de formação aqui dentro. A Semana do Calouro ao mesmo tempo esclarece e acolhe”, afirma a pró-reitora adjunta de Graduação, professora Carmela Polito Braga.

A programação será aberta pelo reitor Ronaldo Pena e pela vice-reitora Heloisa Starling. Em seguida, as boas--vindas serão dadas pelo pró-reitor de Graduação, Mauro Mendes Braga, e pelo diretor de Assuntos Estudantis, Seme Gebara Neto. A recepção terá continuidade com a apresentação do programa de assistência estudantil coordenado pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump).

Para finalizar a programação do dia 2, haverá a palestra A Expansão da Educação Superior no Brasil: Inclusão, Diversidade e Qualidade, da secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci. O assunto é motivado pelo contexto. “Decidimos promover uma reflexão sobre a expansão que tenha foco na inclusão, pois é muito importante levantar essa discussão no momento em que há uma política nacional de expansão que nos permitiu crescer tanto. E a própria UFMG vive um momento particular de inclusão com a entrada de alunos beneficiados pelo bônus”, analisa a professora Carmela Polito. Este ano, a UFMG receberá, no primeiro e segundo semestres, 6.020 calouros, 1.306 a mais que no ano passado.

O segundo dia de palestras, 3 de março, está reservado para apresentação do cotidiano da graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão, mobilidade e movimento estudantil. Para fechar a programação oficial, os músicos Harrison Ribeiro e Marco Antônio Teixeira vão se apresentar no auditório. No terceiro dia, os estudantes são encaminhados para suas unidades acadêmicas, onde serão recebidos pelos diretores e coordenadores de colegiados de curso. “É quando eles receberão orientações mais pontuais e direcionadas para o curso e sua unidade acadêmica”, completa Carmela Polito.

Conhecendo por dentro

Não é só sentado na poltrona do auditório da Reitoria que o novo aluno da UFMG poderá conhecer a sua nova instituição de ensino. Além da programação da Pró-Reitoria de Graduação, marcada pela apresentação das diversas instâncias institucionais da UFMG, o calouro terá ainda a oportunidade de participar de visitas interativas a alguns espaços da Universidade. A iniciativa é da Diretoria para Assuntos Estudantis (DAE), em parceria com o Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC), a Diretoria de Ação Cultural (DAC) e o Centro Cultural UFMG.

Para o período entre 5 e 13 de maio, está programada uma série de atividades que inclui caminhada na Estação Ecológica, visita ao Museu de História Natural e ao Conservatório, café no Centro Cultural e apresentações culturais na Praça de Serviços e em algumas unidades do campus Pampulha. Não será necessária inscrição prévia para essas atividades nem será cobrada qualquer taxa. A programação está disponível no site da DAE (http://www.ufmg.br/dae).

“Pretendemos explorar os diversos espaços de convivência que a UFMG proporciona, alguns deles externos ao campus. Há muitos estudantes que se formam sem conhecer tudo o que a instituição oferece. Tentaremos mobilizar o maior número de pessoas para apresentarmos estes espaços”, conta Marcel Diogo, estudante de Artes Visuais e estagiário da DAE. Ele explica que a programação não é voltada apenas para recepcionar os calouros, mas também para saudar os veteranos, convidando-os a interagir com quem está chegando e a realizar os primeiros contatos com locais que ele sabe que existem mas não conhece.

Construção conjunta

A principal novidade da programação que a DAE preparou para a recepção deste ano é a forma como ela foi construída. É o que informa Seme Gebara, diretor da DAE. “O planejamento deste ano contou com a colaboração de diversos alunos e a articulação da recepção está, em grande parte, nas mãos de nossos dois estagiários”, relata ele. Foram realizadas várias reuniões com estudantes e entidades representativas, a partir das quais a recepção foi sendo idealizada e desenhada.

“Não queremos fazer uma programação para os estudantes, e sim com os estudantes. Eles devem deixar de ser apenas espectadores, para se tornarem coautores”, explica Carolina Melo, do curso de Comunicação Social, que também é estagiária da DAE. Ela chama atenção para as intervenções artísticas que serão protagonizadas por estudantes, entre elas shows, peças teatrais e declamação de poesias. Mas o protagonismo estudantil não irá se resumir apenas à programação cultural. A DAE apoiou e incluiu na recepção um conjunto de palestras, debates, exibição de vídeos e oficinas organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e por dez diretórios e centros acadêmicos (DAs e CAs).

Combate ao trote

A partir deste semestre, a DAE também ampliará os esforços para combater o trote violento na recepção dos calouros. Para tanto, será organizado um Núcleo de Escuta para alunos que tiverem problemas com o trote. A iniciativa, que se assemelha a projetos de outras universidades, como o Disque-Trote da USP, tem o objetivo de orientar as pessoas que se sentirem lesadas pela ação de outros estudantes. O atendimento do Núcleo será feito pelo telefone 3409-4567 e pelo e-mail info@dae.ufmg.br.

Bônus decisivo

Daniel da Rocha
Daniel da Rocha: sonho realizado

Foram necessários cinco vestibulares para Daniel Henrique Passos da Rocha concretizar o sonho de cursar Direito. E o bônus de 10% acabou sendo o empurrãozinho que faltava para complementar seu esforço. “Na primeira etapa, eu até passaria, mas na segunda o bônus foi realmente decisivo”, reconhece Daniel, técnico de contabilidade formado pela Fundação de Ensino de Contagem (Funec). Ele estudará à noite e iniciará suas aulas no segundo semestre de 2009.

Daniel Rocha conta que a opção pelo Direito foi por influência de seu pai, funcionário público, de uma tia advogada, e está ligada a seu trabalho atual como oficial judiciário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Segundo ele, se não passasse este ano, tentaria apenas mais um vestibular, antes de recorrer a uma instituição particular de ensino. Direito Noturno é um dos cursos mais impactados pelo bônus para alunos de escolas públicas e autodeclarados negros. Sem ele, 23% dos calouros do curso não teriam sido selecionados. Ao todo, 34% dos aprovados no Vestibular da UFMG estavam inscritos no programa de bônus, o que representa 2.012 estudantes. Desses, 690 não teriam sido aprovados sem o benefício.