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Nº 1647 - Ano 35
6.4.2009

Inclusão acadêmica

Fump concederá bolsas a projetos que acolherem
estudantes carentes

Léo Rodrigues

Se entrar na universidade é difícil, manter-se nela é ainda mais desafiador. Atenta a essa realidade, a Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) oferecerá uma ajuda financeira para alunos carentes que queiram viver mais intensamente a vida acadêmica. Em edital publicado no seu site, a Fump convida os professores da UFMG a apresentarem projetos acadêmicos que contemplem a participação de alunos de graduação classificados como carentes. Serão concedidas a esses estudantes 70 bolsas de R$ 300 mensais.

Cada professor só poderá inscrever um projeto, o que deve ser feito pelo site www.fump.ufmg.br até o dia 12 de abril, às 23h. A seleção avaliará o caráter social e o número de pessoas beneficiadas, além da contribuição que será dada à inserção do estudante na prática profissional. Não há restrição quanto ao número de alunos carentes que poderão participar de cada projeto, mas a intenção da Fump é privilegiar mais propostas, de modo a distribuir o maior número possível de bolsas entre elas. Dessa forma, a Fundação poderá optar pelo atendimento parcial das bolsas solicitadas por um professor.

A seleção dos alunos que integrarão cada projeto será realizada em duas etapas: primeiramente, a Fump fará uma pré-seleção entre os estudantes carentes com base no perfil requerido pelo professor. Os pré-selecionados serão apresentados ao professor, que deverá fazer a escolha final através de uma entrevista. Os alunos escolhidos não poderão ter outra atividade remunerada e deverão cumprir carga horária de 20 horas semanais.

A iniciativa ocorre pela segunda vez. No ano passado, edital semelhante contemplou 25 projetos. Entre eles, foram distribuídas 82 bolsas válidas entre maio de 2008 e abril deste ano. As novas bolsas, porém, vão vigorar por oito meses. “Ao longo do período de concessão das bolsas, acompanharemos a implementação do projeto através de relatórios dos professores e estudantes, para saber como eles vêm se desenvolvendo e se estão cumprindo o roteiro proposto”, relata Jacqueline Guerra, da Coordenadoria Socioeducacional da Fump.

Recurso público

O edital deste ano foi garantido através de convênio em que a UFMG se comprometia a arcar com a maior parte dos investimentos. No ano passado, quando ainda vigorava a obrigatoriedade da contribuição ao fundo de bolsas, a Fump assumiu a responsabilidade pelo pagamento dos benefícios. Após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que a cobrança de taxas não pode ser um pré-requisito para a matrícula nas universidades públicas, a Reitoria da UFMG anunciou que poderia haver cortes nos programas de assistência estudantil. Com a redução no orçamento da Fump, a concessão dessas novas bolsas só foi possível porque a Universidade decidiu direcionar recursos de seu orçamento para o custeio da iniciativa.

Em reação à decisão do STF, a Fump lançou mão da campanha pela contribuição voluntária. A arrecadação alcançada até agora – cerca de R$ 550 mil – representa pouco mais de 10% do que era recolhido em semestres anteriores e foi considerada insatisfatória. A este valor, somaram-se R$ 2,9 milhões repassados à UFMG pelo Governo Federal, através do Plano Nacional de Assistência Estudantil. Os recursos, porém, ainda estão bem aquém dos cerca de R$ 5 milhões que a Fump arrecadava anteriormente.

Avaliação externa é remarcada
para a próxima semana

Foi remarcada para o período de 13 a 16 abril a visita que uma comissão designada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação, fará à UFMG para concretizar mais uma etapa do processo de avaliação das universidades brasileiras. O grupo, formado por professores universitários, será responsável pela avaliação externa da Instituição, complementando avaliação interna concluída em 2006. O trabalho seria realizado no período de 16 a 19 de março, mas foi adiado.

No primeiro dia, a equipe será recebida por integrantes da Administração Central e cumprirá uma agenda de visitas – ainda a ser fechada – a salas de aula, bibliotecas, laboratórios, hospital e centros de convivência da Universidade. No dia seguinte, o grupo entrevistará dirigentes, professores, estudantes de graduação e pós-graduação e servidores técnicos e administrativos da UFMG. Os últimos dias de estada dos avaliadores – 15 e 16 – serão ocupados com a preparação de documentos relatando aspectos da visita.

O relatório sobre a Universidade vai contemplar missão e Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); política de ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão; responsabilidade social; comunicação com a sociedade; políticas de pessoal; organização e gestão; infraestrutura física; planejamento e avaliação; políticas de atendimento aos estudantes e egressos; e sustentabilidade financeira. Essas dimensões são definidas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
A avaliação externa totalizará 100 pontos, sendo que a política acadêmica tem peso de 35%. As outras dimensões de maior peso são a política de pessoal (20 pontos) e a infraestrutura (10).