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Nº 1675 - Ano 36
9.11.2009

Diferentemente do que imagina o senso comum, a Triagem Auditiva Neonatal, o Teste da Orelhinha, não provoca dores no bebê. O tempo de duração é de cerca de 10 minutos e pode ser realizado enquanto a criança dorme. O exame, realizado preferencialmente no primeiro mês de vida, é feito da seguinte forma: coloca-se na orelha do bebê uma pequena sonda que emite sons de baixa intensidade e recolhe as respostas produzidas pela orelha interna. Isso revela com precisão a condição auditiva do paciente.

Para ouvir melhor

Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina comprova importância dos exames auditivos em bebês recém-nascidos

Alisson Paiva*

Intervir no tempo certo. Esse é o procedimento para melhorar o desenvolvimento da linguagem e da fala em bebês recém-nascidos com alterações auditivas. É o que propõe a fonoaudióloga Fernanda Alves Botelho, do Hospital das Clínicas, em sua dissertação de mestrado em Ciências da Saúde, defendida este ano na Faculdade de Medicina da UFMG.

A realização da chamada Triagem Auditiva Neonatal, conhecida popularmente como Teste da Orelhinha, é fundamental para qualquer criança recém-nascida, principalmente para grupos com alto risco de perda auditiva. “O diagnóstico deve ser feito preferencialmente até o terceiro mês de vida, para que a intervenção seja iniciada até o sexto mês”, orienta Fernanda Botelho, ao lembrar que a perda da audição na infância, se ocorrer antes do processo de desenvolvimento da fala, pode afetar o desenvolvimento da criança. Além disso, tende a trazer prejuízos para o aprendizado e a socialização.

Intitulado Prevalência de alterações auditivas em bebês de alto risco, o estudo acompanhou 188 crianças nascidas no Hospital das Clínicas, durante 26 meses. Segundo a metodologia adotada, foram considerados pacientes de alto risco aqueles com histórico de problemas de audição na família, que permaneceram em Unidade Neonatal e que tiveram infecção congênita, entre outros indicadores. Entre as crianças avaliadas, 12 apresentaram alterações auditivas (6,3%), o que, segundo a pesquisadora, é um índice elevado. As crianças foram encaminhadas para avaliação otorrinolaringológica no Hospital São Geraldo, do complexo hospitalar da UFMG. Além disso, 174 apresentaram resultados normais (92,6%) e duas foram excluídas por questões estatísticas (1,1%).

Gratuito

Os programas de triagem auditiva no Brasil vêm sendo progressivamente implantados nos estados e municípios. Em Minas Gerais o exame, gratuito, é garantido por lei e está sendo implantado em todas as regiões. Na capital mineira, a fonoaudióloga lembra que várias maternidades e hospitais oferecem o teste. “Os pais devem procurar o Centro de Saúde mais próximo e garantir que este exame seja feito”, alerta. Desde 2002, o Hospital das Clínicas da UFMG oferece o exame de triagem auditiva a seus pacientes.

Dissertação: Prevalência de alterações auditivas em bebês de alto risco
Autora: Fernanda Alves Botelho
Programa: Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Área de Concentração em Saúde da Criança e do Adolescente
Orientação: Maria Cândida Ferrarez Bouzada (orientadora) e Luciana Macedo de Resende (co-orientadora)
Defesa: 13 de março de 2009

*Aluno de Comunicação Social da Fafich

Matemática divertida

Foca Lisboa

Os amantes da Matemática têm até o dia 13 para visitar a exposição Experimentar a Matemática, que exibe, no saguão da Reitoria, 40 experiências interativas e lúdicas com o objetivo de promover a divulgação do ensino da disciplina, especialmente para estudantes do ensino fundamental e médio. A mostra fica aberta das 8h30 às 12h e das 13h às 16h30.

As experiências são compostas por materiais de madeira, plástico, papelão e metal, propiciando um ambiente atraente para professores e alunos, que oferece possibilidades de novos modelos metodológicos e convida o público a interagir, brincar e pensar sobre a ciência.

O evento teve sua primeira edição em 2004 na cidade de Copenhague, na Dinamarca, e já percorreu mais de 20 países. Em 2009, durante as comemorações do Ano da França no Brasil, a exposição já passou por sete cidades brasileiras. Belo Horizonte será a oitava e última cidade anfitriã da mostra, que depois segue para o Chile. O Centro de Difusão da Ciência (CDC), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão da UFMG, é responsável pela realização do evento, com apoio da Unesco, Fapemig e Governo de Minas Gerais.