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Nº 1678 - Ano 36
30.11.2009

Como funciona o projeto

Os voluntários do Projeto Horizonte passam por avaliação semestral para detectar a infecção pelo HIV, investigar fatores de risco e avaliar o aconselhamento e práticas educativas na redução do risco de infecção. O protocolo inclui entrevistas de acolhimento e sociocomportamental, consulta clínica e atividades preventivas mensais em grupo.

Todos os participantes recebem assistência médica necessária, preservativos e gel lubrificante. Além disso, são oferecidos auxílio-transporte e alimentação para contribuir no comparecimento às atividades programadas. O projeto mantém contato frequente com os voluntários por meio de cartas, cartões de aniversário, telefonemas e e-mails. “São iniciativas que contribuem para fortalecer o vínculo com o Projeto”, avalia Dirceu Greco.

Os voluntários que se tornam soropositivos durante o acompanhamento recebem cuidados médicos e psicológicos da mesma equipe do Projeto, no Centro de Treinamento e Referência em DIP Orestes Diniz, que funciona em regime de cogestão pela UFMG e pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Consentimento

A entrevista de acolhimento é conduzida pela equipe psicossocial do projeto, que fornece ao voluntário informações sobre as características e os objetivos do estudo. Neste momento, ocorrem a discussão e a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e o preenchimento da ficha de identificação.

Já a entrevista sociocomportamental vale-se de questionário que identifica práticas sexuais, uso de preservativo e de álcool e drogas, além de investigar o conhecimento e a motivação para participação em ensaios de vacinas candidatas anti-HIV. “A partir das informações coletadas é possível fazer avaliação sociocomportamental, identificar situações de vulnerabilidade ao HIV e outras DSTs e conhecer os motivos dos voluntários para participarem de ensaios de vacinas anti-HIV”, explica a socióloga Marília Greco, que integra a equipe.

Segundo ela, ao final da entrevista, é realizado aconselhamento pré-teste, “que constitui importante instrumento para a quebra da cadeia de transmissão das DSTs e HIV/aids, pois propicia reflexão sobre os riscos de infecção e a necessidade de sua prevenção”. Também são solicitados ao voluntário a realização de exames de sorologia para HIV, sífilis, hepatite B e C e hemograma, providenciados pelo próprio projeto. Quinze dias após a coleta do sangue, a equipe psicossocial entrega os resultados e esclarece suas implicações aos voluntários. Em seguida, eles são encaminhados à consulta clínica, procedimento semestral, com avaliação dos exames laboratoriais solicitados. As informações obtidas na consulta são registradas em questionário clínico padronizado. As consultas são realizadas por médicos e acadêmicos bolsistas supervisionados.

O projeto inclui atividades preventivas mensais em grupo, como fóruns de discussão, oficina de sexo seguro, exibição de filmes seguidos de discussão (Cine Horizonte) e seminários. “Durante essas atividades, as pessoas discutem questões sobre sexualidade, afetividade, cidadania, prevenção às DST/aids, vacinas anti-HIV, identidade sexual, educação em saúde”, esclarece a socióloga.

“O Projeto Horizonte oferece um excelente suporte, com sua equipe de psicólogos e médicos. Durante o tempo em que não tinha plano de saúde, tive acesso a todos os serviços sempre que necessitei”, conta Pedro Lúcio.

O dia do laço vermelho

Transformar o 1o de dezembro em Dia Mundial de Luta contra a Aids foi uma decisão da Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/aids. No Brasil, a data passou a ser adotada em 1988. Este ano, o tema em reflexão é “Viver com aids é possível. Com preconceito, não.”

A luta contra a doença e seus impactos é simbolizada pelo laço vermelho, desenhado em 1991 por profissionais de arte de Nova York para homenagear amigos e colegas mortos em decorrência da doença. Popular entre as celebridades e em cerimônias de entrega de prêmios, o laço continua sendo um forte ícone da luta, ao remeter à necessidade de ações, pesquisas e, principalmente, de solidariedade aos que convivem com o HIV/aids.

Fonte: Ministério da Saúde