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Nº 1688 - Ano 36
29.3.2010

Campolina convida comunidade a realizar “trabalho coletivo e cooperativo”

Em cerimônia de transmissão de cargo, novo reitor defende projeto de universidade que combine ciência com justiça social

Da redação

“Estou feliz e preocupado com o tamanho da responsabilidade de dar sequência a essa obra coletiva”, disse o professor Clélio Campolina Diniz, em seu discurso na cerimônia em que recebeu do professor Ronaldo Pena o cargo de reitor da UFMG. Centenas de pessoas, entre integrantes da comunidade universitária e convidados, participaram da solenidade, realizada no dia 22 de março.

Campolina lembrou que, em sua busca pelo avanço científico, a UFMG combina excelência e relevância, e reafirmou sua intenção de receber contribuições dos seus três segmentos – estudantes, professores e funcionários – para torná-la ainda melhor. “Convido os três segmentos a realizar comigo um trabalho coletivo e cooperativo”, afirmou. O novo reitor discorreu sobre os cinco eixos que vão orientar a sua gestão – universidade-autonomia, universidade-diversidade, universidade-compromisso social, universidade-sustentabilidade e universidade-cidade – e manifestou seu desejo de combinar os benefícios da ciência com a justiça social. “Trata-se de uma utopia possível”, afirmou.

No momento mais emocionante do discurso, Campolina lembrou-se de sua origem rural em Esmeraldas, da vida dura com os 10 irmãos, os pais José e Maria (“como na Bíblia”) e da escola multisseriada onde estudou e cuja professora era uma de suas irmãs, formando, segundo ele, um ambiente de “solidariedade inquebrantável”. Recordou-se dos lugares em que trabalhou – bar, posto de gasolina e escritório de contabilidade –, da pensão onde viveu no bairro Barro Preto, quando mudou-se para Belo Horizonte, do ingresso no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e do período em que viveu no Chile, coincidindo com o primeiro ano do governo socialista de Salvador Allende, no início dos anos 70.

Seu antecessor, o professor Ronaldo Pena, fez um balanço da gestão 2006-2010. Lembrou a expansão da graduação propiciada pela Reuni, a gestão do Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, o recorde de registro de patentes e a reserva de vagas para indígenas. “São realizações abundantes, mas que acabam superadas pelo que ficou por fazer.” Ele encerrou o discurso citando o poema Memória, de Carlos Drummond de Andrade: “As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão”.

A cerimônia foi prestigiada por dezenas de autoridades políticas, educacionais e do meio jurídico de Minas Gerais, como o ministro Patrus Ananias, o prefeito Márcio Lacerda, o ex-prefeito Fernando Pimentel, o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alberto Duque Portugal (representando o governador Aécio Neves) e seis ex-reitores.

Durante a cerimômia, o reitor Campolina empossou a vice-reitora Rocksane de Carvalho Norton. Confira ao lado os integrantes de sua equipe de pró-reitores e os dirigentes das fundações de apoio.

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- Equipe de pró-reitores e os dirigentes das fundações de apoio