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Nº 1712 - Ano 37
27.9.2010

CONTAGEM regressiva

Curso de Farmácia completa 100 anos em 2011 e já prepara a festa

Giselle Ferreira

Criado em 1911, o curso de Farmácia da UFMG completou 99 anos no dia 27 de agosto, e as comemorações para o próximo aniversário já estão sendo planejadas. Ao longo de 2011, a comissão organizadora instituída pela Diretoria da Faculdade de Farmácia prevê a realização de uma série de eventos oficiais do centenário. Um dos destaques será a criação do Centro de Memória.

Segundo o diretor Lauro Vieira, o Centro abrirá suas portas no dia do aniversário de 100 anos, mas antes disso acontecerão encontros e congressos, com o intuito de dar visibilidade à história e aos projetos da Faculdade. A ideia do Centro surgiu em 2004, quando a Unidade se transferiu para o campus Pampulha, a partir de iniciativa do professor Gerson Pianetti, então diretor.

Com colaboração da professora Bethânia Figueiredo, do Departamento de História da Fafich, e seis estagiários, são desenvolvidos, desde então, pesquisas, seleções e cadastramento de peças históricas que possam integrar o acervo do espaço. Além dos mais de mil itens já escolhidos, o centro contará ainda com acervo de suporte, que poderá ser obtido por meio de acordos e permutas temporárias com outros centros de memória.

Resgate

Para Pianetti, a principal missão do centro é a de resgatar a história e a relevância da prática do profissional de farmácia junto à população. Primeira no país a implantar um departamento de Farmácia Social, a Faculdade de Farmácia da UFMG sempre valorizou o contato entre o farmacêutico e o paciente. “A partir dos anos 50, com o crescimento da indústria de medicamentos, a farmácia se transformou em loja de conveniência e o farmacêutico foi rebaixado a vendedor. O ideal, na verdade, seria que o profissional atuasse em todas as fases, desde a obtenção da matéria-prima do remédio até a orientação ao paciente. A sociedade precisa se conscientizar e exigir melhorias no sistema de farmácias vigente no Brasil”, defende Pianetti.

Nesse sentido, o centro de memória pode ser um bom instrumento para esclarecer a população e ajudar no resgate do profissional da área como pesquisador, produtor e orientador. E, para os alunos do curso, oferecerá informações sobre os antigos modos de produção e o controle de qualidade dos medicamentos antes da industrialização.

História de pioneirismo

O curso de Farmácia era inicialmente vinculado ao de Odontologia, e funcionava na Escola Livre de Odontologia de Belo Horizonte, sediada na rua Timbiras. Instalada em 1916 e programada para durar três anos, a escola formou seus dez primeiros farmacêuticos em 1918.

No ano seguinte, sua sede é transferida para a rua da Bahia, e oito anos mais tarde, em 7 de setembro de 1927, foi um dos cinco cursos a dar origem à então Universidade de Minas Gerais (UMG). Em 1953, no bairro Cidade Jardim, o bacharelado em Farmácia ganha a denominação de Farmácia-Química, e tem sua duração estendida em um ano. Dez anos depois, a escola se transforma na Faculdade de Farmácia e Bioquímica, tendo, logo em seguida, adicionado ao currículo as ênfases em Análises Clínicas e Farmácia Industrial.

As atividades de pós-graduação iniciaram-se em 1974 com a criação da especialização em Ciências de Alimentos. Em 1984, surgiram os departamentos de Farmácia Social, Produtos Farmacêuticos, Alimentos e Análises Clínicas e Toxicológicas. Sete anos mais tarde, foi criado o programa de Pós-graduação em Saúde Pública, e em 1995, o de Ciências Farmacêuticas. Há seis anos, a Faculdade transferiu sua sede para o campus Pampulha.

Da sua criação aos dias atuais, a Faculdade de Farmácia da UFMG vem desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão, sempre valorizando a prestação de serviços para a comunidade universitária e a população de Belo Horizonte. Exemplo desse compromisso é o Laboratório de Análises Clínicas, que realiza exames laboratoriais para a comunidade universitária e particulares.