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Nº 1765 - Ano 38
5.3.2012

UFMG começa a pintar seu 'autorretrato'

Processo de autoavaliação colherá opiniões das comunidades acadêmica e externa; questionário está disponível na Web

Ana Rita Araújo

Qual sua percepção sobre a UFMG? Como analisa a adoção, no processo seletivo, do Exame Nacional de Cursos (Enem) e do bônus para estudantes oriundos de escola pública? Interessados em opinar a respeito destas e de outras ações da Universidade podem preencher, a partir desta semana, questionário digital que integra o processo de autoavaliação da UFMG no Sistema de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). O acesso deve ser feito no endereço www.ufmg.br/autoavaliacao.

O documento pode ser respondido por toda a comunidade acadêmica e por pessoas sem vínculo formal com a Universidade. Na versão anterior da pesquisa, realizada em 2005, 93% dos respondentes tinham ligação com a UFMG. “Esperamos que desta vez a participação externa seja maior”, comenta a professora Maria do Carmo Lacerda, diretora de Avaliação Institucional.

Extraídos de roteiro estabelecido pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) do Ministério da Educação, aos temas presentes no questionário aplicado anteriormente foram acrescidas questões sobre medidas e fatos recentes, como as mudanças no Vestibular, a instituição da Ouvidoria e os impactos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que criou cursos e expandiu vagas. “Em qualquer circunstância, interessa à Universidade saber como a sociedade a percebe, aspecto importante quando se busca articular avaliação com planejamento, para aprimorar a instituição”, diz a professora, que também preside a Comissão Própria de Avaliação da UFMG.

Ela explica que o processo foi instituído pela lei 10.861, de 14 de abril de 2004, que estabeleceu o Sinaes e determinou a avaliação de instituições, de cursos e de alunos – esta por meio do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). A primeira autoavaliação foi realizada entre 2004 e 2006, com a adoção de vários procedimentos, como publicação de questionário na internet, pesquisa com grupos focais de alunos, professores e funcionários e solicitação às unidades e órgãos para que fizessem autoavaliação.

Em 2010, uma portaria estabeleceu que o relatório de autoavaliação passaria a ser anual, com ciclos regulados pelos do Enade. “Agora estamos no ciclo 2010/2012 e o relatório final deverá ser encaminhado ao MEC até o início de 2013”, informa a professora.

Como já decorreram sete anos desde que o questionário foi adotado, a comissão decidiu reaplicá-lo com mudanças. O formulário permanece no ar até junho. “Depois de consolidar os dados, os resultados deverão ficar disponíveis na página da Diretoria de Avaliação Institucional”, informa Maria do Carmo.

Qualidade

A lei que criou o Sinaes estabelece, entre outros aspectos, a obrigatoriedade da realização de procedimentos de autoavaliação pelas instituições de ensino superior, com o intuito de estimular a melhoria da qualidade acadêmica, científica e cultural e o aperfeiçoamento da função social. O processo também deve fornecer subsídios para a formulação dos planos de desenvolvimento institucional. “A avaliação é um processo por meio do qual a instituição se conhece e se torna conhecida por outros setores da sociedade”, argumenta o documento que estabelece o Sinaes.

Dois momentos compõem o processo: a autoavaliação e a avaliação externa. No decorrer da primeira, são analisados aspectos relacionados à formação acadêmica e profissional fornecida pela instituição, aos seus processos de gestão, às suas responsabilidades e compromissos para com a sociedade. Concluído o trabalho, os resultados são submetidos a comissões de especialistas designadas pelo Inep, segundo diretrizes estabelecidas pela Conaes. Após análise do relatório produzido pela instituição de ensino superior, seguida de visita, a comissão elabora relatório específico, um dos elementos necessários para a atribuição de um Conceito Institucional (CI), que varia em escala de 1 a 5. O CI atual da UFMG é 4, atribuído em 2009.

Avanços e problemas

Em 2008, a UFMG publicou o primeiro resultado consolidado do processo de autoavaliação. Os dados revelaram a existência, à época, de 614 grupos de pesquisa, compostos por mais de 2,3 mil pesquisadores. Também revelaram o crescimento de 50% na oferta de cursos de pós-graduação, de 1990 a 2005, com destaque para os doutorados, que quase triplicaram no período (de 17 para 48). Na graduação, apontou a flexibilização dos currículos e a relevância acadêmica. Já as informações sobre a extensão mostraram uma instituição com forte compromisso social, por meio de atividades voltadas para os segmentos mais pobres da sociedade.

A avaliação institucional também explicitou problemas, como a lentidão nos processos administrativos, provocada pela burocracia. O relatório dava como exemplos a exigência do preenchimento de formulários diversos para determinados procedimentos e as dificuldades de alunos para efetuar matrículas em disciplinas eletivas. Uma fotografia atual da Universidade deverá ser conhecida até o início do próximo ano, quando sair o relatório final deste ciclo avaliativo.