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Nº 1767 - Ano 38
19.3.2012

Contaminação branca

Usados indevidamente, jalecos transformam-se em fontes perigosas de infecções, constata dissertação da Enfermagem

Foca Lisboa
Estudo recomenda que uso de jalecos fique restrito a ambientes hospitalares
Estudo recomenda que uso de jalecos fique restrito a ambientes hospitalares

Sua função é proteger o profissional da saúde, mas o jaleco também pode ser fonte de contaminação, atuando como “porta de entrada” para as temidas infecções que comprometem a segurança de pacientes hospitalizados e dos próprios profissionais da saúde. É o que conclui a dissertação de mestrado Caracterização epidemiológica dos microrganismos presentes em jalecos dos profissionais da saúde, da pesquisadora Marlene das Dores Medeiros, da Escola de Enfermagem da UFMG, sob a orientação da professora Adriana Cristina de Oliveira.

Infecções em unidades de saúde comprometem a segurança dos pacientes hospitalizados, além de muitas vezes prolongar o período de internação, elevar os riscos de complicações e trazer impactos financeiros que aumentam os custos da assistência.

Uma das medidas para prevenir essas contaminações, segundo a dissertação, seria identificar possíveis reservatórios de microrganismos nos estabelecimentos de saúde, como o jaleco que, por ser um equipamento de proteção individual (EPI) de contato direto e uso constante por parte dos profissionais, foi o foco do estudo da pesquisadora. O estudo foi realizado de janeiro a julho de 2011, em um hospital de grande porte em Divinópolis. Participaram da pesquisa 100 profissionais de diversas áreas que responderam a questionário sobre os hábitos de cuidado, higiene e troca de jalecos. Também foram coletadas amostras das vestimentas nas áreas de maior frequência de contato, como bolsos e região do abdômen.

Hábitos

O questionário aplicado revelou que 68% dos entrevistados têm o hábito de trocar de jaleco a cada plantão. Dos que trabalham em mais de uma instituição, 41,2% declararam utilizar o mesmo jaleco nos dois empregos. Já no tocante às amostras coletadas, o Staphylococcus spp foi o gênero que prevaleceu nos bolsos e na região do abdômen. Os gêneros Enterococcus faecalis e Acinetobacter baumannii predominaram na região  do abdômen.

Na conclusão de seu estudo, Marlene Medeiros ressalta a importância de que o uso de jalecos seja restrito a ambientes hospitalares, tendo por base o potencial da vestimenta como reservatório de microrganismos epidemiológicos. A autora também sugere o investimento em programas de conscientização higiênica entre os profissionais da saúde.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem)

Dissertação: Caracterização epidemiológica dos microrganismos presentes em jalecos dos profissionais de saúde
Autora: Marlene das Dores Medeiros Silva
Defesa: 28 de novembro de 2011
Orientadora: professora Adriana Cristina de Oliveira
Programa: Pós-graduação da Escola de Enfermagem


Lattes encorpado

Plataforma terá abas para registrar inovação
e divulgação científica

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vai acrescentar, na plataforma eletrônica Lattes, que traz currículos e atividades de 1,8 milhão de pesquisadores de todo o país, duas novas abas para divulgação pública. Em uma delas, os cientistas brasileiros informarão sobre a inovação de seus projetos e pesquisas; e na outra, deverão descrever iniciativas de divulgação e de educação científica.

Com a mudança, pesquisadores de todos os campos deverão descrever, na plataforma Lattes, dados sobre a organização de feiras de ciências, promoção de palestras em escolas, artigos e entrevistas concedidas à imprensa, além das informações básicas como dados pessoais, formação acadêmica, atuação profissional, publicações, linhas e projetos de pesquisa, áreas de atuação e domínio de idiomas estrangeiros, que já constam na atual versão do formulário. A intenção do CNPq é aumentar o conhecimento da sociedade sobre as atividades científicas realizadas no país.

“No século 21, o cientista reconhece seu papel de engajamento na sociedade. Ele sabe que está sendo pago e financiado e que deve prestar contas sobre o que faz”, diz o presidente do CNPq, Glaucius Oliva. “Ainda há um fosso grande entre quem faz ciência e aqueles que a consomem e a financiam. A sociedade não conhece em profundidade toda a riqueza com que a ciência brasileira vem contribuindo para o desenvolvimento nacional”, avaliou.

Segundo Oliva, passou a ser papel dos cientistas dar publicidade às atividades de pesquisa, mostrar experimentos e explicar projetos para o público e ligar o trabalho a inovações que contribuam com as políticas públicas e até mesmo para a criação de novos produtos a serem lançados no mercado.

A novidade deverá ser implantada nos próximos dois meses. O modelo e a funcionalidade das abas já estão formatados e respeitarão as regras de transparência de informações públicas. Os novos dados informados serão considerados pelos 48 comitês de avaliação do CNPq quando forem aprovar projetos de pesquisa e conceder bolsas de estudo a professores e estudantes universitários.

(Com informações da Agência Brasil)