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Nº 1772 - Ano 38
23.4.2012

Dengue na TV

Estudo pioneiro analisa alcance das campanhas televisivas governamentais de combate à doença

Zirlene Lemos*

As campanhas televisivas sobre a dengue privilegiam dicas de prevenção à doença, deixando em segundo plano informações sobre sintomas e tratamento. Em contrapartida, são satisfatórias nos quesitos “clareza” e “objetividade”, fundamentais para esse tipo de ação. Tais análises, ainda preliminares, constam de estudo pioneiro do qual participa a Diretoria de Divulgação Científica (DDC), vinculada à Pró-reitoria de Extensão, que avalia quatro filmetes veiculados no período 2010/211, sob encomenda do governo federal.

Denominada Estudo multicêntrico sobre a dengue nos estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal, a investigação revela que a pouca atenção dada à sintomatologia da doença é uma das principais deficiências da campanha, que tem como slogan Dengue, se você agir podemos evitar. “O questionário indica 29 sintomas, mas somente nove foram identificados a partir da visualização dos filmetes, comenta a professora Silvânia Nascimento, titular da DDC. Segundo ela, o estudo também aponta como problemas a inexistência de atividades de monitoramento do alcance das campanhas e estudos de recepção. “Não falta informação, o problema é que elas não são produzidas de forma a estimular uma efetiva mudança de conduta”, argumenta Silvânia.

Nessa primeira fase do estudo, foi desenvolvido protocolo de análise, espécie de questionário aplicado inicialmente a gestores públicos, pesquisadores, líderes comunitários e agentes de saúde nos municípios de Belo Horizonte, Matozinhos e Uberaba, em Minas Gerais; Londrina e Maringá, no Paraná; e Recife, em Pernambuco, sendo um para cada filmete, totalizando 100 respondentes. De acordo com o professor visitante da Faculdade de Educação e integrante da equipe da DDC Reinaldo Bechler, o objetivo, neste primeiro momento, “é elaborar indicadores que apontem como o discurso científico é veiculado nas campanhas”. A previsão é que o estudo seja concluído em 2013. “Pretendemos apresentar um instrumento detalhado, que dê suporte para o gestor público em todas as instâncias governamentais, a fim de balizar estratégias mais focadas”, ressalta Bechler.

Financiado pelo CNPq, o estudo integra o INCT-Dengue, do Ministério de Ciência e Tecnologia, cujo coordenador é o professor Mauro Teixeira, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). É realizado em parceria com as universidades federais de Alagoas, da Bahia, do Mato Grosso do Sul, de Pernambuco, do Triângulo Mineiro e as estaduais de Londrina, de Maringá, Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e Fundação Oswaldo Cruz. Abrange dez polos: Belo Horizonte, Matozinhos, Uberaba, Salvador, Campo Grande, Recife, Maringá, Distrito Federal, Araraquara e Maceió.

Acesso público

Os diferentes tipos de documento gerados na pesquisa e outros relacionados ao tema já estão disponíveis no repositório digital da UFMG: www.ufmg.br/repositoriodigital. O material pertence à coleção “Dengue”, mantida pela comunidade de usuários Estudo Multicêntrico de Campanhas de Prevenção da Dengue. Esse ambiente virtual reúne os produtos e serviços produzidos de forma cooperativa pela comunidade acadêmica, mantidos pelo Colaboratório Digital da UFMG. A iniciativa é liderada pela Coordenadoria de Políticas de Inclusão Informacional (CPINFO), também vinculada à DDC.

*Jornalista da Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão

Extensão é tema de curso de especialização

Estão abertas até 8 de maio as inscrições para curso de especialização em extensão universitária. Com carga de 360 horas, o curso visa ao aperfeiçoamento da gestão e do desenvolvimento da extensão universitária brasileira por meio da qualificação de docentes e técnicos. As inscrições para a seleção devem ser feitas pelo email cespext@gmail.com.

O curso será oferecido na modalidade semipresencial, com carga mensal de 30 horas. As aulas presenciais, 24 horas, serão realizadas uma vez por mês, nos turnos manhã e tarde, de 31 de maio deste ano a 23 de março de 2013, na PUC Minas. O curso é gratuito, com custos cobertos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

O processo de seleção vai de 9 a 18 de maio e será realizado pela Coordenação Colegiada do Curso e por avaliadores indicados pelos fóruns nacionais de ­extensão, por meio de análise do currículo. Outras informações na secretaria do curso, na PUC Minas, ou pelo telefone
(31) 3319-4558, de segunda a sexta-feira, no horário das 14h às 17h.

O curso é coordenado de forma conjunta por representantes da UFMG, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) e Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas).