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Nº 1776 - Ano 38
21.5.2012

Uma ponte entre dois mundos

BH-TEC é inaugurado com participação das lideranças das instituições envolvidas

Da redação

O Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) foi inaugurado oficialmente na semana passada em cerimônia que reuniu os dirigentes das cinco instituições envolvidas em sua constituição: UFMG, Governo de Minas Gerais, Prefeitura de Belo Horizonte, Fiemg e Sebrae. O empreendimento já conta com 16 empresas de base científica e tecnológica e poderá receber cerca de 200 companhias nos próximos anos.

Ao destacar o papel dos parceiros, o reitor Clélio Campolina afirmou que o Parque cria uma interface para legitimar a ponte entre o conhecimento científico e acadêmico gerado na Universidade e sua aplicação produtiva pelo setor empresarial. “Não é uma ponte fácil. Temos uma história de divergências entre o mundo acadêmico e o empresarial, que estamos rompendo. Este é um resultado simbólico: estamos construindo pontes”, enfatizou.

“Estamos diante de algo que será decisivo para o futuro econômico de Minas Gerais e do Brasil”, disse o governador Antonio Anastasia, que também falou da importância do trabalho conjunto, ao afirmar que as instituições estão “de mãos dadas, integradas, harmônicas e coesas em favor de objetivos que só podem levar a crescimento, desenvolvimento e prosperidade”. Anastasia ressaltou o papel da UFMG, segundo ele, “parceira excepcional” em todos os segmentos do Estado. “Tenho a grande honra de ter sido aluno e ser dela professor, ainda que afastado temporariamente.”

Para o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, os sete anos entre a instituição do BH-TEC e sua inauguração foram necessários para o processo de maturação e tiveram o mérito, “com toda a sabedoria mineira, de romper a resistência e as dificuldades ideológicas de relacionamento entre academia e iniciativa privada”.

Lacerda comentou que só a agregação de valor, por meio da economia do conhecimento, “dará a uma cidade tipicamente de serviços como Belo Horizonte o papel competitivo e uma importância cada vez maior no cenário econômico”.

Direto para Harvard

Arquivo pessoal
Maria Aparecida Moura: formação de pesquisadores críticos e respeitosos
Suzane: engenharia ambiental

O que parece um sonho distante para muitos universitários virou realidade para Suzane Simões de Sá, estudante de Engenharia Química da UFMG que está na reta final do seu curso. Ela enriquecerá sua trajetória acadêmica com um doutorado na Universidade de Harvard, uma das mais renomadas instituições de ensino do mundo. “Candidatei-me da mesma maneira que todos os outros estudantes, norte-americanos ou estrangeiros, ou seja, diretamente com Harvard”, afirma Suzane.

Aos 22 anos, Suzane foi aprovada para o programa Environmental Sciences and Engineering (Engenharia e Ciências Ambientais), dentro da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (School of Engineering and Applied Sciences). Além da vaga, ela ganhou uma bolsa de estudos, que a isentará do pagamento de qualquer taxa, e outra para custeio de despesas. Ela embarca em julho para os Estados Unidos.

Seleção

Por meio do site www.hio.harvard.edu, qualquer estudante estrangeiro pode seguir as instruções e se candidatar a uma vaga, submetendo-se a um processo seletivo bem diferente do praticado no Brasil. Antes de tudo é necessário ser proficiente em língua inglesa e ter posse do certificado Tofel (Test of English as a Foreign Language).

O processo exige histórico escolar, currículo, formulário de solicitação de admissão na universidade e três cartas de recomendação, redigidas em inglês, de professores do aluno durante os últimos anos da graduação. Além de uma avaliação que testa conhecimentos específicos e em língua inglesa, há também uma segunda etapa que consiste em entrevista que pode ser feita por meio do Skype.

Diferentemente do que se exige nas universidades brasileiras, em Harvard não há necessidade de apresentação de projeto para a admissão no doutorado. Os projetos são elaborados durante o curso, a partir do primeiro período, e seguem a linha de estudo do orientador escolhido. Suzane será orientada pelo professor Scot Martin, que já trabalha em projeto de monitoramento da poluição na região de Manaus, no Amazonas.