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Nº 1778 - Ano 38
4.6.2012

Eficiência para consumir e descartar

Departamento recém-criado articula esforços para gestão ambiental dos campi

Da redação

A Pró-reitoria de Administração inaugura, este mês, a nova sede do Departamento de Gestão Ambiental (DGA), criado para centralizar as ações ambientais da UFMG, antes dispersas em divisões e seções de distintos departamentos administrativos. “A mudança se dá em sintonia com a ênfase que o novo Reitorado atribui às questões ambientais e ao papel da Universidade no seu adequado tratamento”, destaca o pró-reitor de Administração, Márcio Baptista. O espaço funcionará em instalações nas imediações da Escola de Belas-Artes e da sede da Assufemg.

As atividades de gestão ambiental na UFMG estavam distribuídas no Departamento de Logística de Suprimentos e de Serviços Operacionais (DLO) e no Departamento de Manutenção e Operação de Infraestrutura (Demai). A mudança proporciona, segundo Eliane Ferreira, pró-reitora adjunta de Administração, a atuação articulada dos segmentos e o aproveitamento do conhecimento científico e tecnológico disponível na UFMG. Desse modo, o novo departamento passa a tratar “de forma sistêmica as diferentes vertentes da gestão ambiental universitária”.

Além da gestão de resíduos, manutenção das áreas verdes, abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem pluvial, outra vertente de trabalho do DGA é o desenvolvimento de estudos voltados para a eficientização energética nos campi. Tais atividades serão realizadas em cooperação com os departamentos de Engenharia Mecânica, Elétrica e Eletrônica da Escola de Engenharia, com foco em aspectos como elaboração de um modelo de consumo de energia elétrica por unidade da UFMG; e estudos para o emprego efetivo de fontes alternativas de energia. O DGA é coordenado pelo professor Raphael Tobias, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia.

Ações

Um bom exemplo de processo equacionado é o do descarte de resíduos químicos. Em geral, as coletas têm sido feitas com regularidade e o material é destinado por meio de empresas licenciadas. Esse tipo de resíduo é gerado principalmente em unidades como ICB, Farmácia, Veterinária e Imprensa Universitária. De acordo com o professor Raphael Tobias, ainda é preciso melhorar o trabalho de rotulação, para tornar mais eficiente o controle, e reduzir o descarte misturado ao esgoto doméstico.

Outra meta perseguida pelo DGA é a redução do desperdício de comida nas cantinas e bandejões da UFMG. “Já foi constatado que existe perdas desde o preparo do alimento até as sobras nos pratos (e bandejas), mesmo nos sistemas de autosserviço (self-service). Queremos conhecer melhor todos os procedimentos nos restaurantes e lanchonetes para propor soluções. Além disso, vamos encontrar maneiras de aproveitar os restos orgânicos. Uma das opções é misturá-los na compostagem de resíduos verdes para formação de condicionador de solo”, diz o diretor do DGA, que conta com equipe de dez técnicos – incluindo engenheiros, pedagogos, biólogo, químico e pessoal dedicado à administração – e oito estagiários.

A Universidade também precisa gerenciar seus resíduos eletroeletrônicos. Uma missão urgente porque a vida útil dos equipamentos é cada vez mais curta. “Há orientações do governo federal para se reduzir de forma significativa o ritmo de descarte desse material. Mas para isso é preciso que os equipamentos saiam de fábrica com previsão de vida útil mais longa e que os usuários mudem a cultura de trocar computadores e outros aparelhos com tanta frequência”, afirma Raphael Tobias. Ele informa que o DGA acompanha estudos para melhoria dos procedimentos em relação aos eletroeletrônicos inutilizados.

Água e energia

O consumo de água e eletricidade também está na mira do DGA. Além de campanhas de sensibilização da comunidade acadêmica, estão previstas medidas como troca de torneiras convencionais por sistemas que regulam a saída de água e instalação de aparelhos que detectam vazamentos e permitem maior controle sobre o sistema hidráulico. O diretor lembra que prédios novos, como o da Escola de Engenharia, já estão equipados com vasos sanitários de descarga reduzida, mas salienta que a colaboração dos usuários é imprescindível. “A questão ambiental é de todos, ninguém poderá se eximir de suas responsabilidades”, afirma Raphael Tobias. “A contribuição de cada um é insubstituível. O papel do DGA é prover informações e apoio institucional para ajudar a resolver os problemas”, acrescenta.

Verde protegido

A preocupação da UFMG no campo da gestão ambiental se estende, naturalmente, à administração de suas áreas verdes, em articulação com as orientações da gestão ambiental municipal. A proteção da cobertura vegetal é fundamental para recarga dos lençóis freáticos, importante para o abastecimento da água e para o amortecimento dos picos de enchentes na região. O DGA participa de estudos que visam a diminuir o impacto do trânsito sobre as áreas verdes, sobretudo no campus Pampulha.

Também está a cargo da Universidade a manutenção do terreno que sedia o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). Entre outubro de 2011 e março deste ano, foram plantadas mais de três mil árvores na área como medida de compensação ao impacto ambiental causado pela ocupação do terreno.

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