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Nº 1826 - Ano 39
24.6.2013
Marilia Barcellos Guimarães*
Edite Penha Cunha**
Douglas Naves Coelho***
Natália Fraga Carvalhais Oliveira****
A extensão na UFMG, alinhada às diretrizes da Política Nacional de Extensão Universitária, cumpre papel fundamental na interação permanente com outros setores da sociedade de forma dialógica, buscando a interdisciplinaridade e interprofissionalidade, a indissociabilidade com o ensino e a pesquisa, o impacto na formação do discente e transformações sociais. O cumprimento dessas diretrizes tem impulsionado a revisão de conceitos, normas, procedimentos e da avaliação, que passa a adotar dimensões da gestão e das ações. Na primeira, abrange a institucionalização, a valorização acadêmica, a estrutura, a normatização e o planejamento da gestão. Na segunda, as diretrizes, a articulação com políticas públicas, a produção, o envolvimento da comunidade universitária e o estabelecimento de parcerias. A partir dessas dimensões, foram definidos indicadores que possibilitem medir mudanças pretendidas em cada uma delas.
O processo de avaliação instituído visa, também, à valoração e qualificação da extensão no processo de distribuição de vagas docentes da Universidade, como forma de produzir transformações em sua prática na UFMG. Fundamentou-se nas diretrizes estratégicas de fomento à qualificação das ações, por meio da observância das diretrizes da área; de incentivo à expansão da atividade extensionista na Universidade e à sua estruturação orgânica.
Essas diretrizes estratégicas traduzem-se em dois indicadores complementares: o percentual de professores do departamento envolvidos em ações de extensão e o número de ações desenvolvidas pelo departamento, e o grau de consonância delas com as diretrizes e com o princípio, estabelecido pela UFMG, de articulação em programas ou projetos.
A avaliação do grau de consonância com as diretrizes de extensão tem como indicadores a participação do discente – diretriz impacto na formação do estudante; o caráter interdepartamental/interunidade – diretriz interdisciplinaridade; e a existência de produtos acadêmicos desenvolvidos no âmbito das ações de Extensão – diretriz indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão.
“A partir de uma leitura mais qualificada e ampla do universo da extensão que a UFMG desenvolve, constatou-se a diversidade de perfis das ações, configurados por unidade e/ ou por área de conhecimento, o que apontou para a impropriedade de se fazer uma leitura homogênea dessas ações.”
Para o levantamento dos dados necessários à composição dos indicadores, foi definido como instrumento o Sistema de Informação da Extensão (Siex). Dois grandes desafios se fizeram presentes: um técnico, relacionado com o manuseio da base de dados, e outro político-institucional, relacionado ao envolvimento e à implicação da comunidade universitária para o registro das ações de extensão no Sistema e sua atualização. Para o enfrentamento desses desafios, foram desenvolvidos esforços de adequação do Siex à nova realidade da extensão na UFMG e de revisão dos registros das ações, o que exigiu a mobilização da comunidade acadêmica.
O processo de revisão dos registros abrangeu, inicialmente, 2.563 ações registradas em 2011. Os principais problemas detectados remeteram a discussões relacionadas às concepções orientadoras da política de extensão na UFMG e à natureza dessas ações. Ao longo do processo, foram feitas redefinições conceituais e operacionais, que envolveram toda a comunidade universitária. A partir de uma leitura mais qualificada e ampla do universo da extensão que a UFMG desenvolve, constatou-se a diversidade de perfis das ações, configurados por unidade e/ ou por área de conhecimento, o que apontou para a impropriedade de se fazer uma leitura homogênea dessas ações.
As reflexões realizadas apontaram para questões que devem ser pauta de discussões e encaminhamentos no curto prazo. Inicialmente, destaca-se a necessidade do aprofundamento da interlocução entre as pró-reitorias acadêmicas e outros setores da Universidade, visando à definição da localização institucional do registro e acompanhamento de ações registradas no Siex que não se caracterizam como extensão universitária, como aquelas referentes à política de recursos humanos, à pesquisa, ao ensino e à prestação de serviço que não tem caráter formativo.
Ressalta-se a necessidade de se promover maior mobilização das unidades para a discussão e valorização da dimensão acadêmica da extensão em suas atividades. Percebeu-se, ainda, a necessidade de uma maior organicidade da política de extensão no sentido de garantir a articulação das ações ao projeto político-pedagógico e acadêmico das unidades; a importância da ampliação da participação de discentes em todos tipos de ação de extensão; a reflexão e a produção acadêmicas a partir delas.
* Diretora de Avaliação da Extensão
** Diretora de Fomento à Extensão
*** Coordenador de Informação da Extensão
**** Técnica em Assuntos Educacionais