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Nº 1826 - Ano 39
24.6.2013

Muito mais a mostrar

Da redação

Um dos principais espaços museológicos da UFMG trabalha para honrar ainda mais parte do seu nome. O Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) quer oferecer a seus visitantes mais informações e experiências no campo da história natural. Para isso, estimula a pesquisa de parte significativa de um acervo rico e ainda pouco conhecido, e já planeja novas construções – que vão abrigar de forma apropriada as reservas técnicas e criar novos espaços expositivos e de atividades de extensão.

Noventa e cinco por cento do acervo – nas áreas de botânica, zoologia, paleontologia, arqueologia e geologia – nunca foi exposto, ressalta o diretor Antônio Gilberto Costa. “Pesquisas com professores e estudantes que nos visitam mostram que ainda não há o sentimento de que este é um museu de história natural”, ele comenta.

Além de novos espaços, que incluirão grande sala que será ocupada por uma exposição-síntese da instituição, o Museu pretende envolver ainda mais os pesquisadores com projetos em andamento e atrair novos professores e alunos. “Temos recebido manifestações de interesse por parte de pesquisadores de várias áreas na Universidade”, entusiasma-se Gilberto Costa, que anuncia para breve a seleção de dez novos bolsistas de iniciação científica.

De acordo com o diretor do MHNJB, a ampliação da pesquisa vai se refletir em uma extensão melhor. Ele enfatiza que algumas atividades oferecidas ao público estão distanciadas da pesquisa. “Estamos convidando professores para ministrar disciplinas de pós-graduação aqui, mais uma forma de incrementar a participação de alunos e professores em projetos do Museu, que ainda é tímida”, ele declara.

Criado em 1968, o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG tem a terceira maior área verde de Belo Horizonte e recebe cerca de 50 mil visitantes por ano, a maioria deles de turmas escolares. Antonio Gilberto Costa lembra que esse número já foi maior e que a redução se deve provavelmente ao aumento das opções na Grande BH. “Temos grande potencial para atrair mais público, porque há muito mais para mostrar”, ele diz.

Enquanto amplia sua área construída e otimiza a exploração de seu acervo, o Museu mantém projetos de pesquisa, formação de instrutores e atividades como caminhadas na mata orientadas por monitores e colônias de férias.

Um dos símbolos do MHNJB, o Presépio do Pipiripau está em processo de restauração, a cargo do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor), vinculado à Escola de Belas-Artes. Além de recuperar 580 peças e mecanismos do presépio criado em 1906 pelo artesão Raimundo Machado Azevedo e tombado pelo patrimônio histórico nacional, o projeto prevê a construção de novo prédio para abrigar as 45 cenas móveis que narram do nascimento à ressurreição de Cristo.

Para os 30 bolsistas do MHNJB, a extensão representa uma oportunidade de enriquecer o conhecimento acadêmico, com a vivência que vai além do conhecimento científico, perpassando as relações humanas, a conduta no ambiente de trabalho, o diálogo com a sociedade e a reflexão. “Ocorre uma troca de saberes e percepções entre o público e a comunidade universitária, que fomenta pesquisas em prol do bem comum”, comenta a vice-diretora Flávia Santos Faria.

Interagindo com a vida

O Museu vai inaugurar, no dia 3 de agosto, o Espaço Interativo Ciências da Vida. São oito ambientes com vídeos, instalações interativas e modelos físicos, tanto ampliados quanto em tamanho natural. Cada sala será voltada para um dos seguintes subsistemas do organismo: células, ossos, sentidos, sistemas cardiovascular, digestivo, nervoso e muscular.

A proposta é mostrar ao público o funcionamento do corpo humano, em uma abordagem alternativa ao modelo tradicional de museu. “É uma grande brincadeira, com games e softwares interativos, voltados principalmente para crianças e adolescentes”, define o professor Fabrício Fernandino, da Escola de Belas-Artes, e um dos idealizadores do espaço ao lado de Francisco Marinho, também da EBA.

O processo de concepção e desenvolvimento do projeto envolve equipe multidisciplinar de professores e pesquisadores da UFMG, além de designers e especialistas nas áreas de multimídia e interatividade. Haverá um ambiente com réplicas táteis, voltado para deficientes visuais.