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Nº 1826 - Ano 39
24.6.2013

Corpo revelado

Aberto ao público desde 1997, o Museu de Ciências Morfológicas desenvolve trabalho pioneiro na produção de conhecimento, educação e divulgação científica em sua área de atuação. Por meio de exposições didático-científicas de longa duração, mostra ao público peças anatômicas, fotomicrografias de células e tecidos aos microscópios de luz e eletrônicos, embriões e fetos em diferentes estágios de desenvolvimento, esculturas em gesso e resina, equipamentos de áudio e vídeo, inclusive em 3D, que facilitam as suas ações educativas.

Dentre os diversos projetos desenvolvidos no MCM, um apresenta características especiais: a coleção de réplicas de células, tecidos, órgãos e sistemas orgânicos humanos, que têm impacto positivo não apenas para deficientes visuais, mas para todos os tipos de público, imprimindo caráter lúdico, dinâmico e integrador ao processo de ensino e aprendizagem da morfologia.

“O estudo do corpo humano real apresenta forte apelo visual”, diz Maria das Graças Ribeiro, diretora do Museu. Assim a coleção didática, com sua metodologia específica, facilita o estudo e possibilita o acesso de estudantes cegos nos cursos das áreas biológicas e da saúde, antes muito distantes desses alunos.

Tudo começou com Luiz Edmundo Costa, aluno deficiente visual e fisioterapeuta do Hospital das Clínicas da UFMG, quando de sua matrícula na disciplina Citologia e Histologia Geral, no ICB. “O Luiz Edmundo abriu uma porta para que percebêssemos o universo da deficiência, motivou o desenvolvimento do projeto e foi o primeiro a experimentar a aplicabilidade dos modelos criados”, diz a professora.

O projeto A célula ao alcance da mão, parte da política de inclusão socioeducacional do Museu, contou com a participação de professores e estudantes cegos durante todo o processo de experimentação, para reconhecimento e diferenciação das estruturas representadas.