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Nº 1841 - Ano 40
21.10.2013

Pesquisadores em conexão

Comunidade UFMG tem acesso seguro e fácil a rede sem fio mundial

Da redação

Em visita de trabalho a universidades francesas, no mês passado, o professor José Marcos Silva Nogueira, do Departamento de Ciência da Computação, manteve-se conectado à internet, por meio de dispositivos móveis, utilizando os mesmos dados – login e senha – com os quais acessa a Rede UFMG. Isso foi possível devido à adesão da UFMG ao Education Roaming (Eduroam), serviço de acesso sem fio à internet, desenvolvido para a comunidade internacional de educação e pesquisa. Oferecida no Brasil pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), a Eduroam permite que estudantes, pesquisadores e ­funcionários das instituições participantes obtenham conectividade segura e fácil quando estiverem em qualquer localidade que seja provedora do serviço. Isso significa que, além dos brasileiros no exterior, pesquisadores estrangeiros em visita a universidades brasileiras integrantes da rede também podem utilizar o serviço. “É algo muito conveniente, pois cada instituição tem um conjunto de regras de acesso e de controle, ao qual o visitante não precisa se submeter, pois utiliza seu login e senha de origem”, comenta o professor José Marcos, que testou a eficiência da Eduroam na universidade Paris 13, onde permaneceu por vários dias, e em outras instituições francesas nas quais esteve de passagem.

Federação

A dificuldade de identificação única de usuários e a necessidade de rede sem fio em instituições parceiras motivaram o desenvolvimento do serviço Eduroam, que se originou na Europa e reúne atualmente instituições de aproximadamente 60 países. Lançada no Brasil em 2012, a iniciativa internacional utiliza o conceito de federação para criar uma relação de confiança entre as instituições e oferecer um mecanismo distribuído de ­autenticação e transporte de ­dados seguro em rede sem fio. Segundo o diretor de Tecnologia da Informação da UFMG, professor Clarindo Pádua, além da segurança, a Eduroam proporciona mobilidade, facilidade de uso, bem como sua integração à Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) que reúne instituições de ensino e pesquisa brasileiras. Através da CAFe, o usuário mantém todas as suas informações na instituição de origem e pode acessar serviços oferecidos pelas integrantes da federação. Em ambos os serviços, a relação de confiança entre instituições permite que o usuário se autentique unicamente em sua instituição de origem, que fornece as garantias de autenticidade e credibilidade necessárias às demais.

Clarindo Pádua explica que após efetuar o cadastro na base do serviço, seguido da configuração do computador do usuário para conexão com a rede, é possível acessar a web em qualquer provedor de serviço do mundo. “Basta abrir o seu computador portátil e conectar com seu login, seguido de @dominio_da_instituição e sua senha pessoal. Para nós da UFMG, o login é feito utilizando-se @ufmg.br”, informa.

Mais informações sobre o serviço: www.redesemfio.ufmg.br/eduroam.php


Interações Brasil-Índia

Parcerias consolidadas, convênios em fase inicial e projetos possíveis foram objeto de relatos na última semana, no campus Pampulha, em evento promovido pelo Centro de Estudos Indianos (CEI), com o intuito de mapear os campos em que há efetiva ou provável interação acadêmica entre a UFMG e instituições da Índia. “O balanço final foi extremamente positivo”, informa o coordenador do Centro, professor Roberto Monte-Mór. Segundo ele, o encontro de dois dias ofereceu elementos para seminário internacional que o CEI realizará de 19 a 21 de fevereiro de 2014.

“Percebemos que existe grande interesse e significativa diversidade de áreas em que essa interação é possível”, comenta o coordenador, lembrando que as parcerias mais consolidadas estão na área de ciências exatas. Tanto na Ciência da Computação quanto na Física, há trabalhos avançados que incluem pesquisas conjuntas e mobilidade de professores e alunos brasileiros e indianos. “Trata-se de parceria bastante complementar, pois existe um certo paralelismo no estágio de desenvolvimento, nessa área, entre os dois países”, avalia.

Há também convênios em andamento nas áreas de Farmácia e de Veterinária, este relacionado à criação de búfalos, envolvendo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Informação Genético-Sanitária da Pecuária Brasileira, sediado na UFMG. Já nas humanidades, há relações tradicionais na Filosofia e na Letras, bem como em dança, música e na abordagem da espiritualidade, observa Monte-Mór. Na área do desenvolvimento urbano-regional sustentável há muito a ser construído e foram apresentados exemplos de temas ainda tratados de forma embrionária nas interações entre os dois países emergentes, “mas ficou claro que é uma área importante para aprofundar as relações”, diz.

Entre os relatos realizados durante o I Encontro de Estudos Indianos, o do professor Leonardo Vieira, do Departamento de Filosofia, abordou a importância do diálogo ocidente/oriente, especialmente na dialética entre racionalidade e espiritualidade. Integrante do Comitê do CEI, Vieira citou o trabalho de tradução dos Versos fundamentais sobre o caminho do meio de Nagarjuna, que está desenvolvendo junto ao professor italiano Giuseppe Ferraro.

Ex-alunos da UFMG e pesquisadores de outras instituições também apresentaram projetos. De acordo com Monte-Mór, o CEI pretende tornar-se um canal regular de interação e ponto de apoio às pesquisas de todos os campos que envolvam Brasil e Índia. “O consenso observado sobre a importância da criação do CEI foi muito animador”, resume.