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Nº 1898 - Ano 41
06.04.2015

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Em camadas

Equipe da Proplan mapeia campus Pampulha por meio de ferramenta de geoprocessamento

Ana Rita Araújo

Ao percorrer digitalmente o campus Pampulha por meio da plataforma Google Earth, já é possível identificar prédios e monumentos tombados, setorização das unidades acadêmicas por área de conhecimento e limites geográficos. O trabalho de construção das “camadas” de informações está sendo desenvolvido pela equipe de arquitetos do Departamento de Planejamento Físico (DPF), da Pró-reitoria de Planejamento (Proplan), e por bolsista do curso de Geografia. O acesso ao serviço é feito pela página www.ufmg.br/proplan.

Em fase posterior do processo, será aberta a plataforma I3Geo, software livre que vai possibilitar o cruzamento dos dados, que incluirão mapas interativos e arquivos capazes de auxiliar na gestão compartilhada dos espaços, equipamentos e ofertas de serviços, bem como mapas dos planos diretores que facilitam o entendimento dos territórios atuais, das ocupações físicas e estratégias de planejamento.

“Nossa intenção é disponibilizar informações de uso corrente da Universidade, que podem ser úteis para toda a comunidade”, explica o diretor em exercício do DPF, arquiteto urbanista Edgardo Moreira Neto. O campus Pampulha é o primeiro espaço da UFMG a ser mapeado pela equipe, por meio de ferramenta de geoprocessamento. Em etapas futuras, o trabalho se estenderá aos outros campi, incluindo Montes Claros, Diamantina, Tiradentes, a fazenda de Igarapé, o Museu de História Natural e Jardim Botânico e demais unidades de Belo Horizonte.

No mesmo site, há diagnósticos arquitetônicos que podem orientar intervenções na ordenação da ocupação territorial, estudos arquitetônicos concluídos e em desenvolvimento, manuais e cadernos técnicos com normas construtivas, orientações para aquisição de equipamentos e para contratação de projetos arquitetônicos. De acordo com o diretor, em consonância com a função pública da Universidade, o DPF busca contribuir para a disseminação do conhecimento produzido na área de planejamento físico, arquitetura e urbanismo,“por meio da oferta de informação técnica sobre projetos realizados para a UFMG, como prestação de contas ao público”.

Território

No item “publicações” do site, estão acessíveis obras referentes ao planejamento físico da Universidade ao longo de sua história, como O território universitário – proposta de modêlo para um sistema ambiental, produzido em 1970 para orientar e racionalizar o projeto de implantação do campus Pampulha. Há ainda artigos, entrevistas, teses e dissertações produzidas sobre o campus. “Todas as publicações importantes sobre o tema serão concentradas nesse espaço. Temos muito material gerado por professores e servidores técnicos e queremos divulgar esse planejamento. Além de informação disponível para a sociedade, esse tipo de material é importante em planejamentos futuros, para se pensar no que deu certo e no que precisa ser aprimorado”, comenta Edgardo Moreira.

Com relação aos manuais técnicos, os cadernos de especificações sobre mobiliários – incluindo os modulares para laboratórios – têm o objetivo de conferir autonomia a servidores docentes e técnicos da Universidade ao oferecer especificações para compras de itens. Há, na mesma seção, cadernos com detalhes construtivos típicos, referentes a itens como esquadrias, pisos, forros, superfícies verticais, áreas molhadas, urbanização e paisagismo. Ao citar como exemplo as portas de gabinetes e de laboratórios sugeridas, Edgardo lembra que são modelos mais adequados, que tiveram desempenho aprovado pelos usuários. “Esse é o material técnico que segue para as obras nos campi. A padronização construtiva também garante a padronização da manutenção”, esclarece o diretor.

Mobilidade

Outra frente de trabalho do DPF é a elaboração de um Plano Diretor de Mobilidade para o campus Pampulha. A equipe coordenada por Edgardo Neto tomou como modelo de trabalho trecho que compreende a Unidade Administrativa 2 e o prédio da Reitoria. “A partir dele, vamos demonstrar as condições de acesso em vários níveis: a entrada no campus e o trajeto interno em termos de passeios, ciclovias, via de automóvel, até chegar a um edifício”, explica. A ideia é simular situações para motoristas, ciclistas e pedestres, incluindo cadeirantes. “Eles passam pelas vias, estacionam, caminham, pedalam, descem do carro e entram no edifício. Vamos traçar esse modelo para todas as situações possíveis e previstas nas normas de acessibilidade e colocá-lo à disposição da comunidade para debates e sugestões. Em seguida, proporemos diretrizes para todo o campus”, diz.

O diretor antecipa que serão propostas algumas intervenções, como criação de rampas, de faixas elevadas, correção de passeios que tenham configuração inadequada e construção de ciclovias. Com relação às ciclovias, Edgardo Neto comenta que o professor Carlos Alberto Maciel, da Escola de Arquitetura, fez uma prospecção e um desenho preliminar que oferece sugestões para eliminar, por exemplo, a dificuldade de atravessar trechos íngremes.

As atividades técnicas são desenvolvidas pelos arquitetos Renata Alves Siqueira, Edgardo Moreira Neto, Geraldo Ângelo, Leandro Onofre e Pedro Lodi, com colaboração do projetista Gerson Soares e dos bolsistas Rodrigo Cavalcante (Geografia) e Priscilla Zampier (Arquitetura).