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Nº 1925 - Ano 42
28.12.2015

Resoluções

UFMG adota entrada única para seleção de alunos de graduação pelo Sisu

Ana Rita Araújo

Em 2016, a UFMG volta a preencher as vagas de seus cursos de graduação em uma única seleção, feita no início do ano por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Assim, até mesmo os estudantes que serão convocados para iniciar os estudos apenas no segundo semestre devem se inscrever no edital Sisu 2016/1, do Ministério da Educação. Portanto, a segunda edição anual do Sisu não selecionará alunos para a UFMG.

Com a mudança, os selecionados para os cursos com entrada nos dois semestres letivos farão registro acadêmico ainda no início do ano, em datas que serão divulgadas pelo Departamento de Controle e Registro Acadêmico (DRCA).

"Essa política institucional visa ocupar o maior número possível de vagas, a fim de diminuir a quantidade de vagas remanescentes", afirma o reitor Jaime Ramírez. Segundo ele, nesse momento em que a sociedade discute democratização de acesso e que a Universidade se aprimora para favorecer a inclusão, "devemos tomar todas as medidas necessárias para que os recursos sejam mais bem aproveitados e dar aos candidatos melhores condições para que eles se organizem para estar no ensino superior".

Também em 2016, a Universidade passa a reservar, no mínimo, 50% das vagas em cursos de graduação para estudantes que tenham cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas brasileiras, conforme determina a Lei de Cotas, que agora chega à fase final de implementação. Das 6.279 vagas oferecidas, 3.142 serão destinadas aos candidatos das modalidades de vagas reservadas.

Segundo o pró-reitor de graduação, Ricardo Takahashi, os candidatos cotistas que ingressaram na UFMG desde 2013 tiveram notas de corte mais elevadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do que os alunos que entraram antes da aplicação da Lei de Cotas. "Eles têm se mostrado mais preparados para entrar na Universidade. Portanto, esse novo perfil do corpo discente não deve causar nenhuma preocupação", avalia. Além disso, estudos mostram que os alunos assistidos pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) e, mais recentemente, os beneficiados pelas cotas têm 50% menos chances de abandonar os cursos, na comparação com os não beneficiados por esses programas.

Bons resultados

Em relação à mudança na seleção de alunos por meio do Sisu, Takahashi lembra que desde os anos 1970 a UFMG manteve apenas um vestibular por ano. "As únicas exceções nessa série histórica são os anos de 2014 e 2015, em que houve seleção de candidatos nas duas edições anuais do Sisu, e isso ocorreu por motivos logísticos."

Esse sistema de duas chamadas, entretanto, "mostrou-se pior para ocupação das vagas, devido ao aumento do número de desistências", avalia Takahashi. Voltando ao antigo modelo, alunos que ingressariam apenas no segundo semestre (que já terão feito pré-registro acadêmico) podem ser convocados, em tempo hábil, para as aulas do primeiro período letivo. "O edital prevê essa situação, e a UFMG sempre fez assim, com bons resultados", enfatiza.

A entrada única também reduzirá a procura por mudança de curso, que tem gerado elevado número de vagas remanescentes a cada semestre. "Muitos alunos têm mudado de curso já ao final do primeiro período, ao se submeterem novamente à seleção do Sisu. A entrada anual talvez colabore para uma decisão mais amadurecida", pondera o pró-reitor.