Novidades no espaço

Museu da UFMG na Praça da Liberdade terá programação especial nesta semana e na próxima segunda, dia 21, em comemoração ao seu aniversário de seis anos

Ewerton Martins Ribeiro

O dia 21 de março marca a entrada do primeiro equinócio do ano, período em que noites e dias passam a ter a mesma duração. É o primeiro dia do outono austral, estação mais favorável para a apreciação de corpos celestes no Hemisfério Sul.

Coincidentemente, o Espaço do Conhecimento UFMG completa seis anos de existência no dia 21. Para comemorar, o museu oferecerá programação especial durante toda a semana que antecede a data. Entre as novidades, duas merecem destaque: a abertura excepcional do Espaço na data do aniversário, uma segunda-feira, quando o museu normalmente fecha para manutenção, e a antecipação da reabertura de seu terraço astronômico.

Normalmente, o terraço funciona a partir de abril, mas neste ano a observação do céu vai começar já na próxima semana, para a qual se espera tempo bom. Localizado no quinto andar do prédio, o observatório astronômico do Espaço do Conhecimento possui teto retrátil e um telescópio de grande porte, capaz de gerar imagens em alta definição. A observação ocorrerá das 19h às 21h, se houver tempo bom. Serão distribuídas 120 senhas para a atividade, por ordem de chegada, a partir das 17h30, na recepção do prédio.

A professora Ana Flávia Machado, da Faculdade de Ciências Econômicas, diretora científico-cultural do Espaço do Conhecimento, conta que atualmente a equipe do núcleo conta com 31 funcionários e 44 bolsistas, que fazem a mediação do acesso dos visitantes ao museu. Desses bolsistas, quatro integram o Programa de Apoio à Inclusão e Promoção à Acessibilidade (Pipa) do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UFMG. A atuação deles visa possibilitar que pessoas que necessitam de recursos de acessibilidade, como surdos, cegos e aquelas com dificuldade motora, possam fruir das exposições e atividades realizadas no museu.

Ana Flávia adianta algumas novidades previstas para o ano. "Estamos preparando a próxima exposição temporária, cuja equipe de curadoria é coordenada pelo professor Bernardo Jefferson de Oliveira (FaE), que terá como tema o Processo do conhecer. Nela, além de apresentar de forma didática medidas do cotidiano, medidas do conhecimento, modelos e indicadores, vamos construir um índice de felicidade, tendo como amostra os próprios visitantes do Espaço do Conhecimento", explica. Ela acrescenta que ainda neste ano o Planetário vai incorporar recursos mais modernos em seu sistema de projeção.

Outra novidade é a reconstituição do Conselho Curatorial da fachada digital e do Planetário, formado por representantes de vários setores da UFMG. Ana Flávia explica que a função do conselho é discutir, avaliar e selecionar os projetos propostos para divulgação nesses espaços. "Estão previstas, inclusive, mudanças no site do museu, que vão torná-lo mais acessível e possibilitar que a submissão dessas propostas seja feita pela internet, diretamente para o Conselho", afirma.

Programação comemorativa

Às 18h, será realizada no Planetário uma sessão comentada sobre O céu de BH, com ênfase na entrada do equinócio de outono. Os ingressos para a atividade podem ser comprados na hora do evento. Antes, às 17h, o público será convidado a fazer uma visita mediada à exposição permanente Demasiado humano. A mostra se vale de recursos audiovisuais e interativos para propor uma experiência tátil, visual e sensorial sobre a relação que a civilização humana estabeleceu com o mundo ao longo do tempo.

No período da tarde, ainda serão ministradas duas oficinas, ambas gratuitas, uma de poesias, já que o dia 21 marca também o Dia Internacional da Poesia, e outra em que os participantes serão estimulados a criar "coleções de estrelas" a partir de mapas estelares.

O Espaço do Conhecimento fica na Praça da Liberdade, 700. A programação especial do aniversário pode ser consultada no site. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-8350.

Cérebro

A programação comemorativa do aniversário de seis anos do Espaço do Conhecimento não se restringe ao dia 21. A partir desta segunda, 14, até domingo, dia 20, o museu abriga atividades da Semana do Cérebro, que também será realizada no campus Pampulha.

De terça a domingo, das 10h às 17h (na quinta, até 21h), o quarto andar do museu vai receber uma exposição de vídeos sobre as mais recentes (e também as clássicas) descobertas das neurociências. Os vídeos serão intercalados por pequenas aulas de pesquisadores do Núcleo de Neurociências da UFMG. Na quarta e na quinta, 16 e 17, o segundo andar do prédio receberá a oficina O que você tem na cabeça?, durante a qual participantes vão investigar o funcionamento e a organização do cérebro, conhecer a sua estrutura e participar de um jogo em que poderão discutir os mitos e as verdades sobre o órgão.

Destacam-se ainda dois bate-papos que serão realizados na cafeteria do museu. No dia 17, às 19h, as professoras e médicas Juliana Gurgel Giannetti e Marise Oliveira Fonseca vão discutir as possíveis relações entre o vírus Zika e a microcefalia. No dia 19, às 11h, os professores Nelson Monteiro Vaz, emérito do Departamento de Imunologia, e Márcio Moraes, do Departamento de Fisiologia e Biofísica, vão debater até que ponto o cérebro é capaz de "nos representar".

História

O Espaço do Conhecimento UFMG foi concebido com o objetivo de propiciar o encontro entre as pessoas e o saber – em especial aquele produzido no âmbito universitário ou em diálogo com a Universidade. Inaugurado em 2010, o centro científico-cultural foi o primeiro equipamento cultural do Circuito Liberdade aberto ao público. Atualmente, reúne atividades de praticamente todos os principais eventos realizados pela Universidade, como os festivais e a Semana do Conhecimento, e de eventos externos à UFMG, como a Semana de Museus.

As exposições, cursos, oficinas e debates propostos em suas instalações buscam conjugar cultura, ciência e arte. Nesse sentido, o Espaço não se limita a difundir o saber científico gestado na Universidade e em outras instituições: ele próprio produz conhecimento. Institucionalmente, está subordinado à Diretoria de Ação Cultural (DAC) da UFMG.