Política de gestão de acervo é ‘passo importante para preservar nossa memória’, diz reitora
UFMG também apresentou plano museológico e lançou cartilha para conservação das obras de arte
Por Filipe Sartoreto | Procult
O Espaço Acervo Artístico UFMG (EAAUFMG) apresentou, nesta segunda-feira, dia 18, a Política de Gestão de Acervo, o Plano Museológico e cartilha para conservação das obras de artes da Universidade. O evento reuniu a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, o pró-reitor de Cultura, Fernando Mencarelli, a diretora do EAAUFMG, Giulia Giovani, e a coordenadora de Patrimônio Cultural, Diná Marques Pereira. Representantes da Escola de Belas Artes, da Rede de Museus e da Pró-reitoria de Cultura (Procult) também participaram da cerimônia.
Na abertura, a reitora Sandra Goulart destacou os desafios de preservação e documentação do acervo artístico de uma instituição centenária. “Somos uma universidade muito antiga. Temos muito o que comemorar nesses 100 anos, mas também temos muitos desafios. Hoje, damos um passo muito importante no sentido de preservar a nossa memória”, disse ela. Sandra Goulart reforçou ainda o protagonismo da UFMG na área da Cultura. “Chegamos até aqui porque temos uma pró-reitoria de Cultura”, afirmou.
Na mesma linha, a diretora do EAAUFMG, Giulia Giovani, qualificou a Política de Gestão e o Plano Museológico como “marco para a UFMG”. “São documentos que estabelecem diretrizes claras e práticas para o cuidado com o nosso patrimônio artístico, ao mesmo tempo que dialogam com a comunidade universitária de maneira acessível e participativa”, disse a diretora, que é professora da Escola de Belas Artes.
O pró-reitor de Cultura, Fernando Mencarelli, falou sobre a trajetória do Espaço Acervo Artístico ao longo dos últimos 10 anos, abrangendo o início da constituição do Espaço, em 2014, quando a então Diretoria de Ação Cultural (DAC) assumiu a responsabilidade sobre as obras. Hoje, o EAAUFMG conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para aquisição de novos equipamentos e finalização do projeto original.
Reserva técnica aberta
Após a mesa de abertura, os participantes foram convidados a visitar as instalações do Espaço Acervo Artístico no térreo do prédio da Biblioteca Central. Giulia Giovani e Fernando Mencarelli reforçaram a proposta de que o local funcione como “reserva técnica aberta”, onde as obras guardadas ou em processo de restauração podem ser visitadas pela comunidade e pesquisadas por estudantes e professores da graduação e pós-graduação.
Giulia Giovani e a coordenadora de Patrimônio Cultural, Diná Marques, falaram sobre o trabalho realizado no local e apresentaram duas das obras em restauração: uma pintura em tela de Aníbal de Matos, que estava no prédio da Reitoria, e um croqui do artista Antônio Parreiras com estudo para a decoração do teto do auditório do Conservatório UFMG. Este último é um dos poucos registros remanescentes da pintura original de 1926 – uma obra de 70 metros quadrados, cujo paradeiro é desconhecido e que possivelmente foi retirada antes da reforma por que passou o prédio em 1962. Após a restauração, o desenho, cuja doação ainda está em trâmite, será entregue ao Conservatório.
O acervo de arte da UFMG é formado por cerca de 1,5 mil obras, do século 16 ao 21, de diferentes tipos de técnicas e materiais, reunidas pela Universidade ao longo de sua história. A coleção inclui trabalhos de nomes como Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Burle Marx, Yara Tupynambá, Terezinha Soares, Álvaro Apocalipse e Frederich Hagedorn.
Além das obras acondicionadas na reserva técnica, a UFMG mantém a maior parte de seus acervos artísticos distribuída em 34 unidades, localizadas nos campi Pampulha e Saúde, no centro de Belo Horizonte e em cidades como Tiradentes e Diamantina.
A guarda permanente e o controle patrimonial das obras são atribuições das unidades e dos órgãos nos quais estão patrimoniadas. Nesses casos, o EAAUFMG atua como referência e oferece orientação e apoio técnico para a tomada de decisões relacionadas à documentação e à preservação das coleções.
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